Capítulo 75: A missão de Allister!

     O fim de semana se aproxima e como combinado, Chairman Rose irá viajar com Leuri e Marnie até a Crown Tundra. Mas no momento as meninas estão no Hotel Wyndon, no quarto alugado por Leuri desde que arrumou o emprego na Macro Cosmos.

Leuri: Hum... Esse casaquinho de inverno ou meu moletom rosa com lacinhos pretos? — perguntou, segurando os cabides com as duas roupas. Em sua cama, organizava a mala para a viagem.

Marnie: Por que todas as suas roupas são tão... coloridas? — Ela estava deitada na cama, jogando sua Dusk Ball para cima e a pegando para passar o tempo.

~Nyaaah! — Meowth também estava ali, tentando apanhar a bola no ar. Marnie disfarça o riso quando ele acaba se desequilibrando e caindo no chão.

~Kraaaa! — Ele corria pelo quarto com Arrokuda em seu bico. Apontando para um pufe rosa, dispara seu amigo peixe que o perfura.

Leuri: É bom que estejam se divertindo, mas ainda preciso decidir as roupas que vou levar! Vou ter que provar todas para ver qual fica melhor — disse, começando a tirar a blusa e ficando de costas para Marnie.

    Corada, Marnie evita olhar e coloca o notebook de Leuri em seu colo, vendo uma de suas histórias publicadas no blog com vários comentários de Shauntal. Não se interessando, abriu uma nova guia e pesquisou por uma música da antiga banda Maximizers.

Leuri: Que música é essa? Credo! Coloca uma da Allexya Lyandra aí!

    Percebendo um vulto, Arrokuda olha para a janela do quarto, que estava fechada. Ele se volta para Cramorant, que suava e esbugalhava os olhos, entortando o pescoço.

Leuri: O que foi? Parece até que viu um...

Allister: Uh... — Assim que Leuri se vira, ela dá de cara com Allister.

Leuri: Ai meu Arceus, eu botei a bíblia na mala, não botei?! — Caindo para trás com o susto, ela leva uma mão ao coração. — Como entrou aqui?!

Allister: N-Não há tempo... V-Você precisa morrer.

Leuri: O quê?!

Marnie: Legal!

    O cenário era de um campo cinzento sob o anoitecer nublado. Leuri, Marnie e seus Pokemon acompanhavam Allister, que tinha as mãos afastadas e uma esfera roxa dançante emanando entre elas.

    O cenário ia mudando rapidamente e alguns Pokemon fantasmas iam ficando para trás. Um grupo de Misdreavus dançou por cima deles, sussurrando coisas que Allister pediu para não darem ouvidos a não ser que quisessem se perder ali.

    Porém, Cramorant e Arrokuda começaram a escutar e as Misdreavus foram se aproximando. Meowth então saltou para a frente deles e afiou suas garras. As fantasmas reviraram os olhos e desapareceram.

Leuri: Allister, da próxima vez, pode começar batendo na porta, perguntando como estou... Surgir no meu quarto dizendo que preciso morrer não é muito agradável, entende?

Allister: N-Não é? ... Desculpe... E-Eu não sou muito bom com pessoas...

Marnie: Isso, pessoas são chatas! — Ela puxava os lábios para fazer um sorriso. — O além-vida é muito mais divertido!

Leuri: Para onde exatamente está nos levando?

Allister: A alma penada está nos guiando — disse e Leuri olhou com mais atenção para a esfera roxa em suas mãos, engolindo em seco. — C-Chegaremos logo...

    Allister para de andar e libera a alma. Leuri e Marnie a acompanham desaparecer no ar e então o cenário se distorce, transformando-se num lugar montanhoso com chão de pedra e escadarias antigas por todos os lados.

Allister: E-Estamos na Rota 8... Numa parte segura das tempestades de neve da montanha de Circhester.

Leuri: Mas... — Ela se debruça num dos muros de pedra, olhando para baixo da montanha. — Estávamos no hotel... Como chegamos aqui tão rápido?

Allister: Através do além-vida... E-Existem passagens para todos os lugares, só precisava de um guia. F-Foi assim que cheguei no seu quarto...

Marnie: Isso só fica mais legal!

Leuri: Seus gostos me assustam...

~Falinks! Falinks! Falinks! Falinks!

    Saindo de uma túnel entre as ruínas da montanha, vários Pokemon pequenos em fila passam por Cramorant. No bico dele, Arrokuda olhava para as criaturinhas, achando interessante como o da frente parecia ser o líder e usava os braços como escudo na frente do rosto.

Marnie: Falinks, não é? — Ela confirmou no Rotom Phone. — Andam em grupos de seis, cinco são soldados e o da frente é o capitão. Funcionam como um só Pokemon em formação de ataque, defesa ou o que for que o capitão mandar.

Leuri: Você nos trouxe para ver os Falinks?

Allister: Não... Trouxe para ver quem está vendo os Falinks — disse, apontando para baixo de uma escadaria.

Leuri: Não...

    Com um caderno na mão, um homem de cabelos prateados fazia alguma anotação. Usava óculos e roupa para o frio. Leuri levou as mãos até a boca enquanto Marnie não percebeu o que tinha de errado.

Allister: Essa pessoa não deveria existir mais — disse num tom mais sério, concentrado no homem. — Eu consigo sentir isso e tenho certeza que você também.

Leuri: Steven Stone... O antigo Campeão de Hoenn.

Paula: Você desejou encontrá-lo — disse, surgindo ao lado de Leuri, que nem se assustou com isso dessa vez.

Leuri: Desejei...?

    Da última vez que estiveram no Além-Vida...

Allister: Aqui, pode encontrar quem quiser... D-Desde que seja do seu desejo... Se concentre e vai abrir o caminho até ele.

Leuri: Do meu desejo... — Ela olha para seu pulso, onde sua Wishing Star não tinha brilho como de costume. — Por muito tempo eu não quis isso, mas... Eu posso pensar um pouco a respeito. Talvez me ajude a entender melhor quem eu sou. Talvez me ajude a resolver meus dilemas. Eu desejo encontrá-lo.

    Após a fala de Leuri, a ventania fica mais intensa. Paula levanta os braços para o céu cinzento e uma trovoada rompe a neblina. Leuri leva as mãos ao peito, concentrando-se.

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Paula: Você não faz ideia... — Ela segurava um ramo de flores rosas, arrancando pétala por pétala e deixando-as caírem na areia.

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Leuri: Não acredito... Eu trouxe o Steven de volta a vida.

Marnie: Trouxe mesmo? Ele não deveria ter aparecido em Hoenn ou procurado alguém, então? Pode ser só um cara parecido...

Paula: Não é o mesmo, a garota não pode trazer alguém de volta dos mortos exatamente do jeito que era — disse e Leuri assentiu, percebendo algo.

Leuri: Eu já fiz isso antes... Carbink voltou sem suas memórias. Mas o que vamos fazer com ele?

Allister: V-Você deve corrigir esse engano... O devolva ao lugar dele.

Leuri: Mas... — Ela olhou para baixo de novo, vendo o homem rindo para os Falinks que marchavam na frente dele. — Ele não está fazendo nada de errado... Talvez isso seja até bom! Steven pode ter outra chance!

Allister: N-Não há outra chance. U-Use o seu poder!

    Cerrando os punhos, Leuri saltou pela escada, indo até o homem. Allister recuou e Marnie correu atrás dela, com Paula rindo atrás e os Pokemon assustados.

 — Olá, é um prazer conhecê-la! — disse o homem com uma voz receptiva, mas Leuri segurou em seu braço, o puxando com ela.

Leuri: Sem tempo, Steven, vem!

 — Quem?

    Correndo pela montanha, Leuri se esconde atrás de grandes pedras das ruínas quando tem certeza que despistou Allister e os outros.

Leuri: Está tudo bem agora, Steven. Seja sincero comigo, quais são as suas lembranças mais antigas?

 — Eu... Essa é uma pergunta interessante, mas sinto muito, não me recordo de muita coisa... Um dia acordei aqui e foi isso. Mas não me chamo Steven.

Leuri: Então qual é o seu nome?

 — Nome... Eu não tenho um nome. Talvez... Troy?

Leuri: É... Certo... Sente algo por um lugar chamado Hoenn?

Troy: Hum... Não, o que é?

Leuri: Vai ser difícil... Mas olha, você é um Treinador Pokemon muito poderoso, dos mais fortes mesmo. Era o Campeão de Hoenn, tinha seu trono no Palácio da Elite e... — Ela percebeu a confusão no rosto do homem, que ajeitou os óculos. — Veja...

    Pegando seu Rotom Phone, Leuri foi até um álbum de fotos, mostrando uma foto de Wallace reclamando. Ela entregou o aparelho para Troy, que encarou por alguns segundos.

Troy: Quem é o homem bonito?

Leuri: Vocês dois são melhores amigos — disse e Troy voltou a olhar para a foto. — Ele se chama Wallace e me contou como se divertiam no passado...

    Passando a foto, Leuri o mostra Metagross. Troy parece perceber algo, dando zoom na imagem e Leuri sente alguma esperança.

Troy: Metagross... Sim! Eu me lembro!

Leuri: Ai, sério?!

Troy: Sim, sim! Eu me lembro perfeitamente! — Ele retirou o caderno de dentro de seu paletó, mostrando um desenho.

Leuri: Um Metang?

Troy: Sim, eu o vi voando por aqui! Esse Pokemon da foto, Metagross, deve ser a evolução dele! Isso faz muito sentido! Pode me mostrar de novo? Quero desenhá-lo também.

    Abaixando a cabeça, Leuri lacrimejou. Aquele homem não tinha mesmo nenhuma memória do Steven que conheceu. Mas talvez pudesse ensiná-lo, como fez com Carbink.

Leuri: Certo, Steven! Você sabe o que é isso? — Um pouco mais afastada dali, ela ergue uma pedra do chão.

Troy: Não é uma pedra?

Leuri: Sim, uma pedra, isso mesmo! E ela não é interessante? Cada pedra é única, todas tem formatos e histórias diferentes... Isso, acho que era isso mesmo. Imagine de que época veio essa pedra!

Troy: Você realmente parece gostar de pedras!

Leuri: Não! Quer dizer, não desgosto de pedras, meu melhor amigo é uma pedra... Mas não vem ao caso, é você que ama elas!

Troy: Eu não tenho muito interesse nas pedras... Mas os Pokemon são fascinantes. Eles estão por todos os lados! Eu gosto de desenhá-los.

Leuri: O Steven não desenhava... Ah!, mas ele treinava! Vamos, lute comigo!

Troy: E-Eu não sou um treinador!

Leuri: Não tem problema, eu te empresto um Pokemon — disse, entregando uma Pokeball para ele, mas não parecia saber o que fazer. — Aperta o botão no meio que vai abrir...

~Béééé!! — Deixando a Pokeball, Wooloo olhou para Troy e virou a cara.

Leuri: Vamos, Wooloo, obedeça ele só dessa vez, tudo bem? — Então ela liberou Gastrodon, que se encolheu ao ver um desconhecido. — Comanda um ataque!

Troy: Ehr... Use... 

Leuri: Peça para usar Rollout!

Troy: Use Rollout?

    Encarando o homem, Wooloo se sentou, ignorando o comando. Gastrodon rastejou até ela, perguntando o que houve.

Troy: Haha! Acho que ela sabe tanto quanto eu que não sirvo para isso. Eu não gosto de batalhas, prefiro conhecer os Pokemon e desenhá-los! Estou descobrindo novidades o tempo inteiro, é bem divertido.

Leuri: Mas você não era assim, Steven...

Troy: Eu sinto muito, mas meu nome é Troy — disse, se aproximando de Leuri e enxugando uma lágrima dela. — Não quero que fique triste. Quer saber o que eu gosto de fazer?

    Seguindo o homem, Leuri obedece quando ele a pede silêncio para observar um Silicobra rastejando pelas ruínas. Ele folheia seu caderno, mostrando um desenho que fez daquela espécie.

    Subindo algumas escadas antigas, eles chegam em outra parte da montanha onde os soldados Falinks ficavam de guarda num pequeno castelo de pedras. No topo dele, o capitão observava o ambiente. Leuri vê Steven começando a rabiscar seu caderno e se aproximando deles. 

Troy: Estou há alguns dias tentando fazer amizade com eles — disse, sentando-se de frente para o castelo. — Aquela bandeira no topo do castelo era um lenço que achei no meu bolso. Agora me deixam aproximar para desenhar.

    Observando o sorriso no rosto de Troy, Leuri suspira. Afinal ele se tornou uma nova pessoa que está descobrindo novos gostos, vivendo naquela montanha com os Pokemon. Antes que pudesse dizer algo, sentiu um calafrio e olhou para trás.

Paula: Eu não mordo, relaxa. Só se pedir...

Leuri: Eek!

Marnie: Leuri, fala sério! Por que fugiu? Me deixou sozinha com duas crianças fantasmas esquisitas e nenhuma delas quer responder as minhas perguntas! — Ela se aproximou com Allister e os Pokemon.

Paula: Você é esquisita, até pra gente.

Troy: São seus amigos? Prazer em conhecê-los! — exclamou, se levantando.

Allister: Acabe com isso, Leuri!

Leuri: Não! Não vou matar o Steven!

Troy: Hein?

Allister: E-Ele já estava morto... Seu desejo trouxe consequências, deve acabar com isso. Não é o Steven.

    Abaixando a cabeça, memórias voltaram à mente de Leuri...

    Entrando pela boca de Haxorus na arena de Battle Royale, Leulola parecia em transe, mas era muito aplaudida e já conhecida ali...

"Eu preciso de dinheiro para conseguir me manter e o teatro tem ajudado muito. Ainda falta algum tempo para a Liga Kalos começar, tenho que fazer algo até lá."

"Não! Não, eu sou real! Eu sou, eu sei que sou de verdade! Eu sou a original! — Sendo arrastada involuntariamente para perto de Leuri, ela tentava lutar contra, mas não funcionava. Com lágrimas nos olhos, encarou a original. — Por favor... Eu sou a Campeã de Hoenn, eu tenho os Pokemon mais poderosos e faço meu trabalho. Não é assim que deve ser?"

Allister: Sim... Absorva-o com a sua Wishing Star... — disse, parecendo ler a mente de Leuri, que levantou a cabeça. — Ele é um desejo, então desfaça.

Leuri: Não vou fazer isso, ele é alguém novo que não está incomodando ninguém, é diferente das minhas clones! Não posso simplesmente desaparecer com ele...

Allister: S-Sim... Você pode, sim...

Marnie: Vocês estão mesmo discutindo uma forma de matar o Steven? — perguntou e Leuri levantou uma Pokeball.

Troy: Ei, podem me explicar o que está acontecendo? Talvez eu...

Allister: Basta! — Ele levantou o braço e todos sentiram uma aura diferente tomar conta do ambiente.

    Ficando estático na mesma posição, Troy tem uma fumaça vermelha escapando de seus ouvidos. Esta se transforma numa esfera e Allister a emana.

Allister: V-Vou devolver a alma para o lugar dela...

Leuri: Pare com isso! Wooloo, use... — Ela iria arremessar a Pokeball mas Meowth saltou para sua frente, afiando as garras.

Allister: G-Gengar... — disse e uma Pokeball envolta em aura fantasmagórica levitou ao seu lado, liberando uma sombra que se materializa como Gengar.

Leuri: Desculpe, Allister, mas não posso permitir isso! Meowth, Metal Claw!

    Saltando pelos muros de pedra, Meowth metaliza suas garras e investe contra a barriga de Gengar, então desferindo seu golpe. O fantasma parece sentir dor mas começa a rir e o metal das garras de Meowth se desfaz.

Leuri: Corpo amaldiçoado... A habilidade dele — identificou, sabendo que Meowth não poderia usar Metal Claw por algum tempo.

Allister: U-Use Night Shade...

    Piscando os olhos e gargalhando, Gengar dispara feixes sombrios contra Meowth. Leuri comanda rápido para ele usar Metal Sound e repelir a sombras, o que dá certo de início.

Allister: S-Shadow Ball...

    Mergulhando no chão e desaparecendo, Gengar reaparece com metade do corpo na frente de Meowth e forma uma esfera de sombras em suas mãos, a empurrando contra a barriga do gato, o arremessando contra as ruínas que desabam sobre ele.

Leuri: Allister, por favor! Não faz sentido impedir que ele possa conhecer o mundo...

Allister: N-Não deveria ter que conhecer... N-Não podemos deixá-lo viver...

Marnie: Deveríamos fazer algo? — perguntou para Paula, que mantinha um sorriso no rosto. — Nah... Assim é divertido mesmo.

    Saindo dos escombros, Meowth estava com machucados pelo corpo, mas continuava disposto a batalhar. Arrokuda abriu o bico de Cramorant para admirar a batalha, seus olhos brilhando com os movimentos que os dois faziam.

Allister: N-Não insista... S-Shadow Punch...

Leuri: Se envolva no Payback!

    Gengar enfia sua mão no chão e esta desaparece, mas então se materializa diante de Meowth. Este inclina a cabeça para esquivar e seu talismã reluz, liberando flechas obscuras que dançam ao redor dele.

Leuri: Agora, pegue o Gengar! — gritou e Meowth correu assim até Gengar. As flechas destruíam as sombras do fantasma e os dois Pokemon colidiram.

    Aproveitando o momento, Leuri correu como um vulto e se jogou em Allister, o derrubando no chão e ficando por cima dele. A máscara do garoto caiu e Leuri olhou em seus olhos assustados.

Leuri: Eu sei perfeitamente que ele é consequência de um desejo meu, mas nada está errado no momento! Não é sobre deixar ele viver... Ele tem seus gostos e personalidade própria, está conhecendo o mundo do seu próprio jeito.

    Confusos, os Falinks batiam no corpo vazio de Troy, esperando que ele reagisse. Um dos soldados segurava o caderno dele e o empurrava contra sua perna.

Leuri: Ele já está vivo, Allister... — Sorriu ao falar e seus olhos lacrimejaram de novo. — E se chama Troy.

Allister: J-Já está vivo... — repetiu, virando a cabeça e vendo os Falinks com ele. — Eu...

    Leuri soltou Allister, mas ficou de joelhos. Meowth correu até ela, preocupado. Marnie aproximou-se com as mãos para trás das costas, não sabendo o que fazer, e Cramorant e Arrokuda também vieram.

Allister: T-Talvez eu tenha esquecido qual é a sensação... De estar totalmente vivo... — disse, pegando sua máscara e a colocando no rosto de novo. Então virou-se para Paula. — O q-que acha? Isso é mesmo certo?

Paula: Sim, o desejo é um ser vivo — disse, cruzando os braços, ainda sorrindo. — A garota está fazendo mesmo muitos desejos...

    Começando a gargalhar, Paula parecia até sombria, mas sua voz era a de uma garotinha de cinco anos. Allister então estalou os dedos e a alma vermelha surgiu em sua frente. Ela seguiu seu caminho até o corpo de Troy, que retomou a consciência... Em partes.

Troy: Ahn... O que aconteceu?

Leuri: Hey, Troy — disse, andando até o homem e segurando suas mãos. Olhar nos olhos dele a traziam tantas lembranças de volta que quase se perguntava se, em algum lugar, Steven a estava vendo agora. — O mundo é gigante e existem muitos Pokemon e lugares incríveis para serem conhecidos. Comece a viajar e em algum momento vai encontrar a sua flor... Sabe, algo que o motive e o dê um objetivo. Como os soldados Falinks com o capitão.

Troy: Estou um pouco confuso... Mas gostei da sua ideia. Você parece entender mais de flores do que de pedras, esse Steven deve estar orgulhoso de quem se tornou — disse com um sorriso e Leuri pareceu impressionada por alguns segundos, então também sorriu.

Leuri: Haha! Sim, é verdade. Me visite em Hoenn algum dia, certo? — O homem assentiu e ela caiu o olhar, então o abraçou com força.

Troy: Oh! Inesperado! Está tudo bem?

Leuri: Sim, sim... Desculpe — disse, afastando-se e enxugando o rosto. — E fique com isso, acho que Falinks são seus amigos e vão querer acompanhá-lo.

    Entregando uma Pokeball vazia para Troy, Leuri despediu-se, seguindo com Allister e os outros. O homem olhou para a capsula e depois para os soldados Falinks, que dançavam felizes por ele ter voltado. Sorrindo, Troy ajeitou seus óculos e voltou a desenhá-los.

Continua

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    Sexta feira, de noite...

    A Macro Cosmos já estava fechada e Chairman Rose era a única pessoa lá dentro. As luzes estavam apagadas e ele estava na sala restrita onde as Wishing Stars são armazenadas antes de serem transferidas para a usina de energia de Hammerlocke.

    Tentando sair de uma redoma de vidro, a criatura esquisita com luzes piscando nas mãos falhava todas as vezes. Rose a encarou por alguns instantes com um olhar repulsivo.

Rose: Sinto que estou prestes a entendê-lo melhor — disse, então apertando um botão e vendo o Pokemon desaparecer em luz dentro da redoma. Uma Pokeball surge no lugar e ele a pega. — Inteleon, prepare-se, amanhã faremos uma visita... ao meu irmão.

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Numa nevasca, uma criatura começa a se materializar. Tinha dois pares de chifres saindo da cabeça e o que parecia ser uma grande coroa repousada no meio deles. Parecendo surpreso, olhou para suas das mãos como se verificasse que estavam mesmo ali, mas então começaram a desaparecer, ficando translucidas. Fechando os olhos, sumiu na neve.