domingo, 7 de agosto de 2022

Capítulo 82: Memórias do castelo!

 "Eu não sou o seu pai!"



    Na casa de Peony, Leuri arrumava sua bolsa, de costas para a porta mesmo quando a ouve se abrir.


Marnie: Leuri... Espera, o que está fazendo? — Ela entrou com Calyrex, Frogadier e Meowth.

~Frooo!
 — Ele se aproximou da lareira para se esquentar, tremendo de frio e Leuri o regressou logo.

Leuri: 
Temos que ajudar o Calyrex a recuperar sua força, não é? Então vamos numa aventura, só nós duas.

Marnie: Eu gosto dessa ideia! E então, Calyrex, o que podemos fazer por você?


Calyrex: Bem, meus pés estão doendo de tanto que flutuei, uma massagem com cremes e... — Ele vê as duas garotas o encarando e muda sua expressão. — D-Digo, talvez se me levarem até meu castelo... Eu não o encontrei ontem e não tive mais forças para procurá-lo.

~Myah?
 — O gato saltou para o sofá, arranhando.

Calyrex: Se tiver um mapa, consigo mostrar aonde fica, súdito felino.

    Mexendo nas coisas de Peony, Leuri encontra um mapa do local com marcas de ketchup, o que ela prefere ignorar. Calyrex o faz flutuar até suas mãos e aponta para uma parte dele, dizendo em telepatia.

Calyrex: Fica aqui!

Marnie: Colina dos Deslizamentos
 — leu o nome da área, a marcando no mapa. — Então já temos nosso destino.


    Assim que deixaram a casa pelos fundos, Leuri olhou para Nia conversando com Michelle ao longe. Inteleon e Aggron ajudavam a conter os pequenos focos de incêndio na cidade, mas Rose estava sentado com Peony, parecendo estar desabafando. Fazendo cara de irritada, Leuri abraça Meowth em seu colo com mais força e segue Marnie e Calyrex para além da cidade.



    Para chegarem até a Colina dos Deslizamentos, Leuri e Marnie precisavam cruzar uma rota congelada ao redor da montanha. Vários Cryogonal vinham atacar pelo caminho como se protegessem aquele lugar e Calyrex sempre batia duas palmas para ordenar que seus súditos o protegessem.


    Mesmo não gostando de como Calyrex o chamava, Meowth queria batalhar. Ele saltava pelos corpos dos Cryogonal e os arranhava com suas garras metálicas, depois os lançavam para o chão. Dessa forma, cada vez menos Pokemon iam aparecendo para atrasá-los.


Calyrex: Oh, vocês vão amar conhecer meu castelo! Ele é lindo, eu mesmo o decorei seguindo meus gostos perfeitos. Tem um cômodo para cada membro da minha corte.

Leuri: Sabe o que isso me lembra? O Palácio da Elite de Hoenn, temos um quarto para cada membro.

Calyrex: É, eu sou muito inspirador para os humanos! Fui o primeiro a chegar nessa terra. Minha terra... Os humanos desfrutavam do meu poder porque gostei deles e concedi permissão para que habitassem meu reino. Portanto, fertilidade nas colheitas foi um presente. — Parando de flutuar, ele encostou os pés na neve e as meninas também pararam, se voltando para ele.

Leuri: Parece triste...

Marnie: Tem algo errado?

Calyrex: Estou. Só... Estou lembrando de algumas coisas. Quando eu chegar no meu castelo, tudo vai melhorar!

~Myah!



    Mas então, quando chegaram até a colina...


    Tudo que encontraram foram pedaços de blocos de gesso enterrados na neve, com as pontas para fora. Haviam muitas árvores secas por ali agora e vários Druddigon habitavam a área. Pareceram incomodados e Leuri segurou Meowth para ele não arrumar briga.


Marnie: Parece que isso foi o que restou do seu castelo. São as ruínas dele.

    Levitando pelas ruínas, Calyrex passa as mãos pelos blocos, limpando a neve por cima deles. Ele ri sozinho, fechando os olhos.

Calyrex: Eu me lembro de quando Melmetal o construiu...

Leuri: E quem seria Melmetal?

Calyrex: Só... O nosso grande ferreiro, Melmetal. Ele podia construir qualquer coisa, principalmente armas. Foi ele que fez todo o nosso arsenal... para a guerra. E pensar que seu trabalho acabou assim...

    Sentindo-se mal, Calyrex tomba na neve, começando a desaparecer. Seu corpo fica translúcido e Marnie corre até eles, mas logo reaparece por completo.

Calyrex: Está tudo bem, são só lembranças.

Marnie: Você disse que havia selado seu inimigo no altar... Seria ele a criatura alienígena que o herói de Galar enfrentou na lenda?



Calyrex: Foi. Era a coisa mais horrível do mundo... Galar prosperava com a minha benção, mas os humanos queriam tirar vantagem uns sobre os outros, nunca pensavam no coletivo e sempre queriam mais sem se contentarem com a abundância que meu poder oferecia. Seus desejos os corromperam... Eram tão egoístas, eu podia senti-los e como um espírito da natureza, via a escuridão se formando em seus corações pelo reino. Tal escuridão de Galar chamou a atenção de uma criatura de outros mundos que se alimentava dela. Ia ficando maior, mas eu era capaz de combatê-la.


    Ouvindo o que Calyrex contava, Leuri lembrou-se de quando esteve com Viola na Wild Area e o Blipbug revelou a história daquele lugar. O céu arroxeado, um desastre em Hammerlocke e uma gigantesca serpente voando pelo céu esfumaçado.

"Galar entrou em muitos confrontos ao longo dos anos. Blipbug está nos mostrando a história dessa cidade."


Calyrex: Ao longo dos anos, a criatura ficou ainda maior e mais poderosa, concentrando todos os desejos ruins dos humanos. Lutamos por todo o meu reino até o confronto chegar aqui, na tundra, onde as terras geladas não traziam mais frutos. Eu me feri com tantas lutas e o povo desse lugar me adorou como seu Rei. Cuidaram de mim e em troca tornei suas terras férteis para que nunca mais tivessem uma colheita ruim.

Leuri: Os vikings... — disse, lembrando-se da história do prefeito.



Calyrex: Escolhi essa terra para ser a sede de meu reino, com o principal dos meus castelos. Junto do corcel que domei, protegia meus súditos e travava batalhas com meu inimigo. Mas ele continuava se fortalecendo e influenciando todos os seres vivos ao seu redor, tornava-os gigantes, oponentes formidáveis que eu precisava enfrentar... Não conseguia mais dar conta sozinho. Então uni forças com aqueles que tornaram-se minha corte.

Marnie: Você se lembra deles? — perguntou, segurado o bloco de anotações.

Leuri: Marnie, eu acho melhor não o forçarmos tanto. Se as memórias das pessoas o fortalecem, talvez as suas próprias o enfraqueçam também... Por isso ele quase desapareceu.


Calyrex: Não, humana. Eu estou bem e me lembro perfeitamente. Meu exército... Os soldados Zarude, os criei com o poder da natureza. Kubfu, um herói que podia invocar dois guerreiros lendários. Zacian, uma heroína inigualável com sua espada, e Zamazenta, o mestre lutador. Por fim, Melmetal, que forjou todas as armas e armaduras que usamos.

Marnie: Até mesmo a espada e o escudo? — Calyrex assentiu.

Leuri: O Kubfu... — Ela olhou para Marnie, mas esta estava concentrada no que Calyrex dizia.

Calyrex: Meu corcel e eu lutamos ao lado de todos eles para combater a escuridão do reino. Meu inimigo ficou gigantesco e a região afundou na escuridão do dia mais sombrio de nossa história. Nosso desejo de libertar Galar das trevas foi tão poderoso que Zacian e Zamazenta conseguiram usar a espada e o escudo para canalizar o poder do desejo e selar toda a escuridão no templo do altar da floresta, protegida pelo nevoeiro de Zarude.

    Lágrimas caíram na neve e Calyrex caiu de joelhos, ainda tentando se segurar nas ruínas de gesso do castelo.


Marnie: Meu irmão, então... E Morpeko... Estão presos com aquele monstro?

Leuri: Marnie...

Calyrex: Eu escrevi para que nunca mais voltassem lá! — Ele continuou chorando, batendo na neve.


    O vento gelado balançou sua franja, a afastando de seu outro olho coberto. Marnie lembrou-se do texto que encontrou no livro que Piers levou para a floresta.


Na floresta da névoa o altar se esconde...
Se for procurar, cuidado com a ruína que te consome...



Espada e Escudo, este é o seu lugar...
Não ouse jamais por um desejo os encontrar.


 Marnie: Você escreveu aquilo...


Calyrex: Essa é a origem do que chamam de Dynamax, de onde toda essa energia vem. Desejos... É o poder de meu inimigo, Eternatus.


Leuri: Mas então, se destruirmos o altar, não vamos libertar só Piers e Morpeko... Mas também Eternatus.

Calyrex: E tudo mais que estiver preso lá dentro.


    Ajoelhando-se na neve, Marnie tinha os olhos arregalados. Leuri a abraçou e Meowth também.

Marnie: Eu não sei... Eu não sei o que posso fazer agora.


Calyrex: Talvez tenha um jeito de salvarmos seu irmão. Eu posso acessar a dimensão da prisão do altar usando o meu corcel. Se o conheço bem, deve estar no Santuário da Coroa, onde brincávamos e praticávamos no passado.

Leuri: E isso fica...?

Calyrex: No topo da montanha. Precisaremos atravessar o túnel dos prisioneiros, não tenho forças para nos transportar até lá.

Leuri: Então faremos isso! Marnie, não podemos desistir, vamos conseguir! — Ela retira o colar de gota d'água de dentro de sua blusa, segurando no pingente.

Marnie: Sim... Nós faremos.
 — Ela se levantou, ajeitando a mochila de aventureiro nas costas e olhando para a subida da colina.

    Enquanto isso, em Freezington, Rose voltava para a casa de seu irmão, procurando por Leuri. Ele abre a porta dos quartos, mas nem sinal dela. Nem mesmo no banheiro.


Rose: Leuri, se estiver escondida... Eu só quero conversar e... — Ele notou um mapa estendido na mesa da sala, com uma área circulada. — Não... Ela saiu!



Peony: A Colina dos Deslizamentos? Cara, é um lugar pra aventureiros corajosos, mas até eu preciso admitir que é perigoso pelas avalanches!

Rose: Eu preciso ir até lá! Leuri só foi por minha culpa!

Peony: Nós vamos com você — disse, segurando na mão de sua filha, que sorriu para ele e assentiu.

Rose: Não posso pedir que façam isso...


Michelle: Mas eles irão. Aliás, eu também vou, me preocupo com aquelas garotas. Sou a única aqui com um Pokemon de fogo e isso pode ajudar, além de conhecer as espécies que habitam a montanha — falou e se juntou com Peony e Nia.


Rose: Vocês... — Sorrindo de leve, ele levanta a cabeça e pega o mapa. — Vamos logo, talvez possamos conseguir alcançá-las.

Continua

3 comentários:

  1. Capítulos de lore são os meus favoritos, Calyrex era o que faltava para amarrar todas as pontas que viemos a desvendar ao longo da história e agora ela está aqui se desenrolando por fim. Gostei de como juntou tudo de importante em Galar na corte do Calyrex e a história dele é otima.
    Isso de libertar tudo o que estiver preso no altar é bem assustador e acho que Marnie vai mesmo ser capaz de o fazer para recuperar seu irmão e o Morpeko. Tudo parece se estar construindo para um conflito final entre todos os personagens de Galar e esse Eternatus e eu quero muito ver como você vai desenvolver esse conflito quando ele acontecer.
    Por outro lado, a relação entre Rose e Leuri parece bem deteriorada e nenhum dos dois está bem com isso, imagino que cheguem ao topo da montanha e ao restaurar o poder do Calyrex e do seu corcel, que tudo volte a ser como era antes de virem para a Tundra e depois podem culpar a Nia por os ter afastado, porque a culpa é toda dela e ela é a pior personagem de todas. Ela sorriu porque quer chegar ao topo da montanha e usar o pai e os outros como sacrificios para a Shaymin comedora de carne humana. eu descobri o plano satanista dela e não vou descansar enquanto todos não perceberem que ela não é um ser do bem.
    Eu hoje to como Calyrex, só quero uma massagem e que me idolatrem, eu mereço.
    Amei o capítulo, queria mais dele, posso ler caps de lore o dia todo sem me cansar, para mim é o mais interessante nas histórias, ver como as pessoas pensam e como foram construindo os momentos, é tudo tão perfeito <3

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  2. Leuri, Meowth, Marnie e Calyrex seguiram uma jornada em busca de encontrar seu antigo castelo porém só existiam ruínas, foi uma cena que deu pena do Calyrex e agora sabemos ainda mais do passado de Galar sobre os antigos guerreiros e agora dá pra entender muito mais coisas, essa história está realmente incrível. E estou curioso para saber mais o que irá acontecer já que jornada continua em busca do corsel e Rose, Michelle, Peony e Nia vão em jornada para encontra Leuri e sua turma. Ansioso pela reta final desse arco que está maravilhoso :3

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  3. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA e
    Hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
    a lore finalmente contada, esse capítulo foi curto, mas muito incrível, a reação natural de Leuri ao ir atrás da história depois do confronto com Rose foi muito natural para mim, e senti que as memórias de Calyrex são mesmo algo muito pesado para ele, achei triste a ideia de que o peso delas o fazia desaparecer, e as descrições dele sorrindo e se apegando ao que restou do seu castelo enquanto se desespera por não ter mais o que tinha e seu momento fraqueja, me pegou bastante e fiquei mesmo com um nó no peito pelo que viria a seguir.
    E então, tivemos finalmente a confirmação, amei a ideia do exército do calyrex, ou a sua corte, os zarudes criados por ele, a corte, adorei o papel do melmetal como um ferreiro e zacian e zamazenta, você os amarrou como uma corte que trabalha a serviço de uma espada e um escudo e achei muito criativo, também gostei de onde veio eternatus, seu poder sendo os próprios desejos e sua influência causar o dynamax a partir dos desejos egoístas das pessoas, o que faz até sentido um desejo se tornar tão mesquinho que "aumenta" de tamanho, e me pergunto qual corcel você escolherá para ser o do calyrex, já que temos dois e eu realmente não sei a relação sobre os dois.
    fiquei curioso, pois kubfu pode invocar guerreiros lendários...isso é literal ou apenas figurativo porque os guerreiros estão dentro de si? E qual a relação da Leuri e da Marnie com o templo e com o próprio kubfu e os colares representando água e sombra, as coisas estão realmente começando a se ligar finalmente e eu fiquei muito empolgado por ler isso.
    Marnie ficando paralisada ao perceber onde seu irmão e morpeko acabaram presos, fiquei com medo, pois achei que ela iria surtar de novo, mas felizmente calyrex parece ter um maior objetivo, me pergunto se a marnie pretende trair o calyrex e pegar o corcel e acessar a dimensão por si mesma?
    Rose percebeu o que fez e também esta indo por leuri, e tendo em vista que uma batalha se aproxima pelos títulos, me pergunto qual será o papel desses personagens.
    And adorei o meowth tendo seu arco de desenvolvimento e imagino que lutar contra os cryogonal tenha lhe dado alguma experiência, adorei esse capítulo e me senti mais próximo/conectado com o calyrex.
    -AMEI A PIADA DO: MEUS PÉS ESTÃO CANSADOS DE FLUTUAR-

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