Leuri at work #3 A noite da chaleira

Wyndon City

Essa metrópole em expansão foi desenvolvida e projetada pelo nosso Chairman Rose.  

    Voltando da Wild Area com Frogadier e Wooloo, Leuri trazia mais uma Wishing Star dentro de uma redoma de vidro. Ela cumprimentou as recepcionistas da Macro Cosmos, apresentou seu crachá e foi de elevador até a sala de Rose para entregar o que trouxe.

Rose: Aí está você, Leuri! — Ele observava a visão panorâmica de Wyndon. Antes que Leuri pudesse falar algo, ele a entrega um envelope rosa com vários adesivos de nuvens, estrelas e Ponyta. — Você está convidada para a nossa noite da chaleira!

Leuri: Que isso? Tenho 13 anos, faço 14 só no mês que vem!

Rose: Não fofa, a noite da chaleira é quando na terceira terça feira, a cada três meses, nos reunimos aqui na Macro Cosmos e testemunhamos... a lenda da chaleira! Venha a noite, vai ser divertido!

    Leuri ficou pensativa, mas achou que seria uma boa oportunidade de observar o Chairman mais de perto e descobrir seus possíveis planos secretos. De acordo com o convite, começaria de madrugada, então lá estava ela no horário combinado.

Oleana: Ah. Você foi convidada... — Ela estava na porta, esperando os convidados. Leuri entrou e viu Rose, Andy, Alci e Rema. — Agora só falta o...

~Grookey! — O macaquinho saltou por cima de Oleana, que revirou os olhos e entrou na empresa, desligando o automático das portas.

Rose: Como essa é a primeira noite da chaleira da Leuri, vamos ter que fazer o ritual de conto da lenda da chaleira!

Leuri: Gente, tô bem confusa com essa chaleira, é tipo uma festa do chá? Porque eu não sou muito chegada e...

Andy: Não vamos tomar chá! Isso é extremamente proibido na noite da chaleira. Você deveria ter lido as regras.

Leuri: Ah, tem regras pra noite da chaleira? — perguntou, e Andy apontou para um grande livro no fim do lobby. — Oh...

    Todas as luzes são apagadas e Rose acende uma lanterna, a direcionando para seu rosto. As pessoas sentam ao redor dele, prestando atenção.

Rose: Quando eu fundei a Macro Cosmos e essa torre foi construída, eu optei pelo terreno mais barato de Wyndon. Fui avisado de que ninguém construía nada aqui porque esse lugar é... ASSOMBRADO!

Alci: Morro de medo de assombração, outro dia vi uma lá da janela de casa.

Rema: Nem fala, minha netinha diz que tô maluca, mas vejo a porta abrindo sozinha, como que pode isso?

Rose: Caham... — Ele retomou a atenção. — É possível que aqui foram enterradas as pessoas que protestaram no passado contra o Rei, derrubando todo o carregamento de chá no antigo porto de Wyndon. O Rei amava chá, e furioso com sua chaleira vazia, ordenou que matassem todos os envolvidos!

Leuri: Credo, só por causa de chá?

Oleana: Argh, pare de fazer perguntas! Deveriam te demitir por isso...

Rose: Sim, ele amava muito tomar chá. Foi por isso que armaram contra ele, andava para lá e para cá com a chaleira em mãos, até posou para sua pintura oficial segurando a chaleira. Uma chaleira como... ESSA!

    Rose ergueu a chaleira e Leuri gritou de susto, abraçando Grookey, que se esforça para se livrar dela.

Rose: Encontrei essa chaleira na minha sala, numa noite como essa, na terceira terça feira desse mesmo mês... — Ele passava a chaleira na frente das pessoas. — Naquele dia, quando me aproximei da chaleira, vi que tinha chá dentro. Cheirava tão bem que resolvi experimentar, não resisti a tentação! E aí...

Leuri: Ai!! O quê?! — Ela roía as unhas e Rose olhava no fundo de seus olhos.

Rose: Aí... Nada, tava bem gostoso. 

Leuri: ata

Rose: Mas a história não acabou! Depois que tomei o chá e saí do meu escritório, eu não estava mais na Macro Cosmos... Eu estava de frente para um mar de chá, com ondas enormes e diversas chaleiras voando. A chaleira que estava em minha mão também tentou escapar, mas a segurei firme. Então eu vi, sentado num trono dourado flutuante, lá estava ele...

Leuri: Quem? O Lucas com sua capa e Pikachu no ombro?

Andy: Não...

Leuri: A Kairi com sua pulseira??

Oleana: Longe demais...

Leuri: A LORENA??

~Grookey!

Rose: NÃO! Eu vi o Rei! Ele acariciava uma chaleira assombrada e mandou que me atacassem! Mas eu fugi, fugi como se não houvesse amanhã! Não foi o suficiente. Ele me pegou e fizemos um trato... Eu seria livre, desde que na terceira terça feira, de três em três meses, eu deixasse chá em cima da minha mesa para ele tomar!

Oleana: O Presidente é tão corajoso e heroico...

Rose: E é por isso que nos reunimos hoje, Leuri. Oleana preparou chá, vamos colocar na chaleira e deixar na mesa do meu escritório.

Leuri: Ah, só isso? E por que precisamos nos reunir então?

Rose: Ora, porque depois fofocamos sobre a vida dos funcionários!

Alci: É a parte mais divertida, mesmo que eu já faça isso todos os dias!

Leuri: Vocês são tão esquisitos, nem sei porque ainda trabalho aqui!

Oleana: Quer que eu resolva? Posso emitir seu pedido de demissão!

Leuri: Ai, mulher, me supera!

    Quando tudo já estava pronto, todos iam no enorme elevador até o escritório de Rose, que carregava a chaleira com cuidado. Quando ele colocou na mesa, ficaram em silêncio. Leuri esperou algo acontecer, mas teve nada.

Leuri: Cadê o Rei do chá, Rose?

Rose: Ah, depois ele aparece aí! Vamos descer agora.

Leuri: Tá de brincadeira? Eu sabia que você não era confiável! — Ela retira uma Pokeball de sua bolsa.

Andy: Não, não comece uma luta!!

Rose: Leuri, o que está dizendo?!

Leuri: Está tentando nos enganar, né? Quando sairmos da sala, o que vai fazer? Fechou a empresa por isso, né? — Ela ia se aproximando de Rose, que continuou recuando até colidir com a mesa, derrubando a chaleira.

    Uma névoa arroxeada começa a sair dos pedaços quebrados da chaleira, a juntando e organizando todo o líquido. Leuri e Rose recuaram com medo, mas se viram sozinhos na sala.

Rose: Essa não... O Rei nos chamou... Eu quebrei o acordo!

Leuri: Mas hein?!

Rei: Eu sou Leonardo II, o número um dos Reis do mundo, o invencível, invicto, seu Rei supremo, sou o melhor, sou o...

Leuri: Parece até alguém que eu conheço...

 — Você derrubou meu chá, não permitirei que saia vivo dessa! — exclamou, apontando para Rose, que engoliu seco. Ele ergueu sua chaleira e mãos roxas feitas de chá saíram dela, agarrando Rose e o erguendo.

Leuri: Mas... — Ela viu o homem sendo apertado enquanto o Rei ria. — Não foi culpa dele...

Rose: Leuri, saia daqui! Corra o máximo que puder! — gritou, tentando se livrar das mãos de chá quente.

Leuri: Que raiva da minha empatia... Eu tô indo, Rose!! — Ela correu na direção do Rei que flutuava em seu trono, e saltou, se agarrando nas pernas dele.

Leonardo: O que pensa que está fazendo?! Ele derrubou meu chá, ele...

Leuri: A culpa foi minha! Solte o Rose e faça o que quiser comigo, eu aceito — disse, pendurada na perna do Rei, que a encarou por alguns segundos, até que... — Agora!!

Rose: Aaaah!! — Ele se soltou das mãos e caiu em cima do Rei, despencando ele de seu trono. Leuri ia cair junto, mas o Chairman segurou em sua mão, a puxando de volta. — Está tudo bem?!

Leuri: Sim... Obrigada — disse, envergonhada por ter o acusado antes.

    De repente, os dois despertam no chão do escritório, onde Oleana, Alci, Rema, Andy e Grookey estavam os olhando de cima, assustados.

Leuri: Eh? Cadê o Leonardo?

Rose: Eu podia jurar que...

Andy: Caras, a chaleira quebrou e vocês desmaiaram por 5 minutos...

Rema: E minha netinha ligou me lembrando do remédio da pressão, aí acabamos descobrindo quem era o Rei que você falou, Rose.

~Poltea!

Oleana: Era só um Polteageist, ele tem te assombrado esse tempo todo, só estava te iludindo — disse, vendo Grookey batucando no chaleiro do Pokemon.

    Achando graça da situação, todos riem, até Polteageist. Ele serve chá para todos, que gostavam do sabor único, mas Leuri foi até Rose, envergonhada.

Leuri: Me desculpe pela forma que te acusei hoje... Eu estava enganada dessa vez.

Rose: Não foi muito legal, mas... Você parece ter seus motivos pra não confiar em mim. De qualquer forma, quero mudar isso, por isso te convidei para a noite da chaleira. 

    Sorrindo, Leuri recebe mais uma xícara de chá de Rose, se juntando aos outros para fofocar. Talvez estivesse mesmo fechada demais por conta de tudo que já havia passado, mas nisso ela focaria depois.

É... Mais um dia de trabalho!

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Continua