Capítulo 87: De volta para Kalos!

 UHUUUUUUUUUL!

    Deixando a estação de Lumiose, várias pessoas e Pokemon chegavam até a cidade, esta a capital da região de Kalos. Entre todos, dois em especial estavam extremamente animados...

Aleíse: Me segura que eu vou des-mai-ar! — Seus olhos pareciam maiores do que o normal e brilhavam com tudo o que via.

Carbink: Eu seguraria, mas não tenho mãos! — Saltitando ao lado da garota, ele deu um salto maior na hora que ela ia tirar uma selfie com um guia da cidade, os dois fazendo pose.

Aleíse: Aquela é uma boutique com os modelos desenhados pela Valerie?! Não, calma! Olha esse Starmiebucks! É o maior que eu já vi na vida, como vou voltar para o Battle Café depois de experimentar o daqui?

Carbink: Vamos no restaurante do Siebold, servem Pokeblocos de graça em todas as mesas!

Aleíse: Querido, eu não vou a lugar nenhum enquanto não explorar os oito andares do shopping mais próximo!

 — Uh? — Uma garota esbarrou com Aleíse por acidente, mas quase derrubou o celular dela.

    Carbink e Aleíse sorriram um para o outro com todos os dentes, então os dois responderam "Pardon", tentando imitar o sotaque e rindo a seguir. A menina achou estranho, mas seguiu acompanhada por sua Mandibuzz.

Bea: Sabe, vocês não precisavam vir comigo... — Segurando as malas de todos com um só braço, ela se aproximava dos dois, bem menos animada.

Aleíse: E perder a chance de conhecer essa região maravilhosa? Meu amor, eu sou Aleíse, futura artista! Nunca que ia deixar uma oportunidade dessas, ainda mais depois de pegar a última insígnia e treinar tanto e... — Ela percebe o que dizia e limpa a garganta. — E claro, somos amigas, vim para te apoiar!

Carbink: O que não nos impede de fazer algumas comprinhas! — Ele chacoalhou seu corpo e um cartão caiu de seus pelos, mas o pegou com as orelhas. Era rosa e tinha uma coroa estampada. — É o cartão sem limite que a Leuri ganhou por ser Campeã de Hoenn, peguei emprestado quando estive com ela pela última vez!

Aleíse: Migo, eu te amo!! Mas ela não vai se importar?

Carbink: Claro que não, ela faz umas publis depois e paga toda a dívida! Quem vem comigo?

    Carbink e Aleíse já dançavam de felicidade, mas Bea apenas revirou os olhos, suspirando. Os dois se olharam, sabendo que precisariam convencê-la.

Aleíse: No meu guia de shoppings diz que tem pelo menos quatro lojas de chocolates Kalosianos no Lumiose Center V!

Bea: Por que você tem um guia de... Ah, dane-se, eu quero chocolate! — Abrindo caminho entre os dois, ela correu pela cidade. — Venham, o que estão esperando?

Carbink: Essa foi rápida!

Aleíse: O que posso dizer? Eu sou muito boa em convencer as pessoas!

    Algum tempo depois, sentados na praça de alimentação de um dos grandes shoppings de Lumiose...

Carbink: Olá, meus Pokeblocos de diamante! O vlog de hoje não é sobre autoajuda, mas queria compartilhar que acabo de comprovar que dinheiro traz toda a felicidade do mundo sim! Tô aqui com minha amiga Aleíse...

Aleíse: Filma desse ângulo, vai! — Ela fazia poses segurando caixas de perfumes e maquiagens caras, depois mandando beijos para a câmera.

Carbink: E com minha amiga Bea que veio enfrentar seus problemas de infância!

Bea: Yuum... Hm? — Mastigando doces, ela nem escutou o que ele disse, mas ficou tímida para a câmera.

~Farf! — Abaixando a câmera, o Farfetch'd termina de gravar e recebe um beijo de Aleíse em sua testa, corando em seguida.

Bea: Seu novo Pokemon é legal, também já treinei um Farfetch'd há algum tempo — falou de boca cheia, com algumas migalhas de bolo pelo rosto. — Foi com esse que venceu a Opal?

Aleíse: Pois é, mulher! Quem diria que ele conseguiria varrer o creme pelo caminho no campo de batalha e derrotar a Alcremie? A estratégia foi de milhões!

Carbink: Se der tudo errado, pode virar meu assistente de câmera! Tô doido pra substituir o Rattata e o Woobat, eles são péssimos nisso.

~Farfe?

Aleíse: Nem pense, Farfetch'd! Vamos vencer e então poderemos viajar para outras regiões com cidades tão lindas como essa. Quem sabe visitar Nimbasa... Ou Castelia!

Carbink: Eu quero viajar também no ano que vem! Podia até ir com você, quanto mais gente eu conhecer pelo mundo, mais posso ajudar com o que eu sei!

Aleíse: Seria ótimo, mas deixa um pouco de fama pra mim, tá? Quero conhecer todas as formas de fazer arte e começar a trabalhar na minha própria!

Bea: Vocês tem grandes planos... Depois que eu derrotar meu antigo Mestre, não sei bem o que vou fazer.

Carbink: Pode continuar subindo no Star Tournament, você já está entre os oito melhores!

Bea: É... — Pensando sobre, ela guarda o restante dos doces e se levanta. — Temos que pegar o barco para Shalour, é onde meu Mestre vive. Se andarmos um pouco na direção de Coumarine, podemos chegar ainda hoje e...

Aleíse: Ai, andar? Não tem um jeito mais rápido não? Ter meia hora de luxo me deixou preguiçosa!

Carbink: Eu conheço alguém!

~Farf? — Todos olharam em sua direção. Então...

Aretha: Oh! Quanto tempo, Suelen Coelhosa! — exclamou a taxista, encostada em seu Corviknight num ponto de taxis normais da cidade.

Carbink: Oiê! Gente, essa é a Aretha, ela costuma se esquecer das coisas mas vai nos levar rapidinho até Shalour.

Aleíse: Pera, ela esquece? Isso é seguro?

Aretha: Claro que é, querida! Querem ir pra onde? Ninguém conhece Sinnoh melhor do que eu, posso levá-los para Sootopolis, Ilha de Melemele, Wyndon... Qual vai ser?

    Aleíse e Bea olharam para Carbink, mas este já saltava com Farfetch'd para dentro da cabine do taxi Corviknight.

Bea: Se eu morrer, você morre também — disse para Carbink, sendo a última a entrar e batendo a porta.

Aretha: E como vai aquela sua amiga Laura?

Carbink: Tá bem, viajou pra Crown Tundra, deve estar se divertindo muito.

    Enquanto o Corviknight já voava pelo céu, Aretha continuava fazendo perguntas sobre conhecidos do Carbink, mas sempre trocando nomes e detalhes. Em seus pelos, a Wishing Star reluzia, mas ninguém parecia perceber.

    Corviknight chegava na costa oeste da região, sobrevoando uma cidade com aspecto antigo composta por casarões antigos de pedra e poucos prédios. Bea sentia seu estômago embrulhar e tinha certeza que não era culpa dos muitos chocolates que comeu. Ela olhava pelo vidro da cabine e memórias de sua infância naquele lugar voltavam à mente, mas só a lembravam de seu objetivo.

Aleíse: Uma cidade à beira mar com vistas incríveis e uma praia limpa que atrai turistas de todo o mundo — lia num folheto, já caminhando pelas ruas da cidade. — Parece um lugar confortável para viver, não tem um terço do barulho de Lumiose!

Carbink: Diego me trouxe aqui há algum tempo, tem barraquinhas muito legais na praia!

~Farfe!

Bea: A praia... Se ficarem em silêncio por alguns segundos, vão conseguir ouvir as ondas batendo na areia — disse e os três fecharam os olhos, concentrando-se.

~Faaar!

Carbink: Sim, dá mesmo!

Bea: Quando eu era criança, vinha com a minha família passar as férias aqui. Enquanto todos aproveitavam o sol e o mar, eu treinava com as pedras — disse, descendo uma ladeira junto dos outros. — Meu Machop e eu desafiávamos todos que encontrávamos, até ele aparecer...

Bea: Velhote, espero que não seja um molenga! Eu não pego leve com ninguém! — A pequena Bea estava descalça na areia. Seu oponente nada respondeu, então ela apertou o laço em sua cabeça. — Machop, Karate Chop!

    Investindo contra seu oponente, Machop o golpeia com o canto dos braços várias vezes, usando toda a sua força.

    O Heracross oponente nem saía do lugar ou demonstrava qualquer dor. Ele coça o rosto, esperando por algo. Bea range os dentes e volta a comandar.

Bea: Você que pediu! Cross Chop!

    Cruzando os braços de forma que suas mãos fizessem um X, Machop salta e golpeia a barriga de Heracross. Dessa vez ele é empurrado alguns centímetros na areia, mas só balança a cabeça.

 — Arm Thrust — disse a voz severa e cansada do oponente.

    Extravasando sua energia, Heracross fortalece seus braços e acerta um soco por baixo do queixo de Machop, o elevando no ar. Em seguida, o soca com o outro punho e ele rola metros na areia, batendo com as costas numa pedra e a rompendo ao meio. Incrédula, Bea vê a pedra se dividir em dois pedaços que se quebram em infinitos outros. Ela esfrega os olhos e encara o Pokemon.

 — Você é muito fraca, mas seu Cross Chop fez meu Pokemon sentir alguma coisa. Reconheço seu espírito. Se quiser encontrar o caminho para ficar forte, venha até meu ginásio na Torre Mestra.

    Agora, Bea chegava com os outros numa parte afastada da praia que rodeava a cidade. O entardecer fazia a maré baixar e um caminho se revelar na água até uma ilhota onde um grande castelo se erguia por trás de muralhas. Farfetch'd e Carbink correram juntos e Aleíse se voltou para sua amiga, que estava hesitante.

Bea: É mesmo uma boa ideia...? Eu deveria ter ligado antes, eu...

Aleíse: Gata, você já está aqui! Vai dar tudo certo, okay?

Bea: ...Ok.

    Cruzando o caminho de areia, todos chegaram ao castelo da Torre Mestra. Os portões estavam abertos e só precisam subir (ou saltitar) pela escadaria de pedra. Bea reconheceu as casas ao redor de seu castelo, perguntava-se se sua antiga amiga ainda morava ali. Mas, quando entraram...

    Um gigantesco casco giratório quase atingiu Bea, que reagiu rápido e desviou num salto. Carbink se jogou para o chão, cobrindo os olhos com as orelhas.

Aleíse: Farfetch'd, rebata com Brutal Swing!

    Balançando seu bastão de alho-poró, Farfetch'd o fortalece e se coloca no caminho do casco, então fazendo força para rebatê-lo para o ar. O casco para de girar e um Blastoise de revela, firmando os pés no chão de pedra do castelo. Bea arregalou os olhos, mas ouviu passos pela escadaria espiral do local.

 — Yooo! É uma batalha de dança?! Blastoise, Hydro Pump!

    Revelando um canhão para fora de seu casco, Blastoise dispara um turbilhão d'água contra Farfetch'd.

Aleíse: Que isso, gato?! Vamos fazer um corte com Night Slash!

    Levantando seu alho-poró, Farfetch'd o segura com as duas mãos e corre pelo curso da água, o dividindo por seus dois lados e se aproximando de Blastoise.

 — Heh! Faz um breaking!

    Rodopiando no mesmo eixo, Blastoise se mostra incrivelmente ágil, se projetando para trás de Farfetch'd, que para a tempo de não tropeçar ao golpear o ar. A tartaruga gigante continua dançando pelos cantos do salão de entrada do castelo e Aleíse se concentra em seus movimentos.

Aleíse: Leaf Blade, agora!

    Aleíse gritou o comando no momento em que Blastoise voltava a se fechar no casco. Farfetch'd o interrompeu ao energizar seu alho-poró e o fazer brilhar em verde, golpeando-o na cabeça e o fazendo morder a língua com metade dela para fora da boca.

Carbink: Que força! — Ele se levantou, saltitando até Aleíse, que coçou o nariz com as costas do dedo indicador, se gabando.

Bea: O que significa isso? Aonde está o Mestre da Torre? — Ela correu para junto do garoto, o levantando pela camisa.

 — Woooah! Calma, Mestre da Torre? Do que está falando? Eu sou o Tierno!

Bea: Não me importa quem você é, seu moleque! O que está fazendo nesse lugar?! O Mestre não gosta de visitantes indesejados!

Tierno: Eh? Espera, Carbink?!

Carbink: É meu inscrito?

Tierno: Não! Quer dizer, sim, mas sou o Tierno! Não lembra de mim? Rival da Leuri, amigão do Trevor!

Carbink: O Trevor eu conheci... Desculpe, eu não tenho minhas antigas memórias — pediu e Bea soltou o garoto, que caiu e se levantou rapidamente num passo de dança. — Hmmm... Mas o que faz nesse lugar?

Tierno: Estava dando aulas de dança no cômodo que aluguei, achei que eram alunos novos. Mas devem ter vindo pelos conselhos de Criação Pokemon do Trevor, né? Eu levo vocês até lá, é no terceiro piso!

Bea: Você trabalha aqui...? O Mestre nunca permitiria isso...

Tierno: Heh! Não sei que Mestre é esse, mas pago o aluguel da minha escola de dança todo mês. Esse castelo finalmente está aberto ao público, não é ótimo?

Aleíse: Estou confusa... Você não disse que seu Mestre odiava pessoas e não deixava ninguém entrar?

    Todos se voltam para Bea, que tentava processar o que estava se passando ali. Ela olhou para cima, vendo uma gigantesca estátua de um Mega Lucario se erguendo até o topo do castelo.

Carbink: Bea?

~Faaarf?

    As vozes dos Pokemon despertam Bea, que volta a olhar para Tierno, ainda buscando por alguma resposta. O garoto ajuda seu Blastoise a se levantar, sem ela dizer nada.

Tierno: Bem... Fiquem a vontade para visitarem os andares, podem usar o campo de batalha do topo do castelo se quiserem praticar ou passarem na cantina se estiverem com fome.

Bea: Colocaram uma cantina aqui?! Isso virou mais um ponto turístico, foi?

 — Licença, pode tirar uma foto minha sentada nos pés da estátua? — Uma senhora cutucou Aleíse, a entregando uma câmera.

Carbink: Ih, a Jandira!

Bea: Argh... — Ela apertou o laço em sua cabeça e seguiu andando na direção das escadas.

    Aleíse entregou a câmera para Tierno, que foi fotografar a senhora. Carbink, Farfetch'd e ela acompanharam Bea até o segundo andar da torre, onde uma professora dava aulas de meditação para vários idosos. Continuando a subir, encontraram portas decoradas com adesivos e avisos.

Bea: Assistência de Criação Pokemon... Cassius, Mairin e...

Carbink: Trevor!

Trevor: Carbink? Não esperava a sua visita! — O menino abriu a porta, sorridente. — São suas amigas?

Carbink: São, menos o Farfetch'd, ele é só conhecido!

~Farfe?

Trevor: Um Farfetch'd... Presumo que seja seu — disse para Aleíse, que pareceu surpresa. — Julgando pelas penas dele perfeitamente hidratadas, a sobrancelha feita e seu topetinho bem aparado, imaginei que combinaria com o seu estilo, já que também cuida bastante do seu visual.

Aleíse: Nossa, o garoto é bom!

Trevor: Diria que... — Ele se abaixa e fotografa o Pokemon, que cora. — Ele parece pronto para evoluir, seu alho-poró já está se abrindo!

Aleíse: Jura? — Ela olhou para seu Pokemon.

Bea: Não precisamos dos seus conselhos, vamos continuar subindo que quero chegar ao último piso.

Carbink: Bem, até logo!

    Seguindo pelo corredor até o próximo lance de escadas, Aleíse repara em mais uma porta aberta, onde um homem vestido como um punk estava sentado fazendo anotações com um Scrafty ao seu lado. Instantaneamente ela sentiu suas bochechas queimarem e ficou tentada a entrar lá para falar com ele.

Aleíse: Fui flechada, gente, continuem sem mim!

Carbink: Anda, deixa de bobeira!

    Sendo empurrada por Carbink, Aleíse ainda consegue dar meia volta e entregar seu número de celular para o homem antes de voltar para as escadas, o deixando confuso.

Bea: É aqui... — O último piso da torre era um grande corredor com apenas uma única porta no meio dele. Para o fim dele, um último lance de escadas até o campo de batalha do topo.

Aleíse: Amiga, mas o que era pra ter aqui?

Bea: O Mestre não saía dessa sala e nunca deixava ninguém entrar — falou, aproximando-se da porta. Ao tocar a maçaneta, esta se destrancou. — Como...? Ele não está?

Carbink: Eu já estive aqui antes com o Diego! — exclamou, saltitando para dentro da sala. Aleíse acendeu as luzes, agora sendo possível observar mesas cheias de papéis, estantes com livros e uma grande tapeçaria.

Bea: O quê...? — Ela passou as mãos pelos papéis, conseguindo ver fotografias de Pokemon anexadas neles. — Como seu amigo já esteve aqui? Quem deixou vocês entrarem?!

Carbink: Eu só me lembro de entrar, ué. Então ele me mostrou essa tapeçaria... — Ele saltitou por uma pilha de livros para ter altura o suficiente para observar a tapeçaria.

Carbink: E me perguntou o que eu sentia sobre ela, mas continuo não entendendo nada. Ele só disse ter sido uma arma horrível que acabou com uma guerra no passado — falou e a rachadura no diamante de seu peito se iluminou, refletindo na tapeçaria um símbolo acima do que representava a arma. — Mega Evolução?

Aleíse: Isso pesou o clima...

Bea: A Torre foi construída onde a primeira Mega Evolução aconteceu, um ancestral do meu Mestre que a realizou junto de seu parceiro... Logo o castelo foi construído junto dela. O que essa tapeçaria faz aqui? Por que ele não deixava ninguém vê-la? Aonde ele está?!

Carbink: Eu não sei! — Ele ainda prestava atenção no que o brilho de seu diamante revelava. — Tá tudo bem?

Aleíse: Amiga... Você tá suando, quer uma água com gás que eu comprei lá no shopping?

    Levando as mãos até a cabeça, Bea se desesperava. Seu coração acelerava com tantas perguntas que invadiam sua cabeça, não a deixando raciocinar. Ela rangeu os dentes e fechou um punho, pronta para dar um soco na tapeçaria, quando...

    Um Charizard a segurou pelo braço, puxando-a para perto. Ela se debateu para escapar, mas ele a apertou. Carbink, Aleíse e Farfetch'd estavam assustados, mas Trevor entrou na sala.

Trevor: O calor aquece o coração de qualquer um... E com o coração quente, podemos nos comunicar melhor — disse, sério. 

    Sentindo o calor do corpo de Charizard, Bea foi parando de se debater até o Pokemon diminuir a força que usava. Nisso, ela o dá um chute por baixo e escapa.

Bea: Aonde está o Mestre?!

Trevor: Eu não sei do que está falando, por que não conversamos sobre isso?

Bea: Vou te mostrar o meu jeito de conversar — falou, apontando uma Pokeball para ele.

Aleíse: Amiga, chega! — Ela abriu os braços na frente de Trevor.

Bea: Eu preciso de uma batalha para me acalmar! Vamos, você e eu!

Aleíse: Uma revanche, então? — Bea assentiu.

    Trevor regressou Charizard e observou com preocupação enquanto Bea e os outros subiam para o topo da torre. Lá havia um campo de batalha marcado nas pedras e as duas garotas se posicionaram. Carbink tinha as orelhas abaixadas, aflito pela situação e Farfetch'd sentou ao seu lado.

    Iniciando o combate, as primeiras escolhas são Scizor e Machop, como da outra vez que se enfrentaram na Wild Area. Scizor iniciou multiplicando-se pelo ar e Machop saltou de clone em clone, desfazendo todos com socos.

    Surgindo por trás de Machop, Scizor o desfere um corte nas costas. O lutador parece sentir e cambaleia pelo campo, mas Bea o comanda rapidamente para responder com outro ataque.

    Chamando Scizor para uma disputa de Cross Chop com X-Scissor, os dois Pokemon rodam todo o campo de pedra até Machop conseguir uma abertura e agarrá-lo pela cintura.

    Scizor levanta voo, levando Machop consigo. Mesmo assim, o lutador toma controle da situação e ambos caem juntos no campo, levantando poeira. Mas, apenas Machop se levanta e Scizor é regressado, inconsciente.

    Lurantis toma o lugar de Scizor e seu poder é liberado em direção ao céu escurecido, formando um sol artificial que brilha sobre o campo. Para o próximo movimento, Aleíse saca sua tesoura onde a Wishing Star estava presa, dando cortes no ar e imitando o Solar Blade da Pokemon, este que se assemelhava com uma grande tesoura de luz. Não resistindo, Machop é derrotado.

    Entrando em campo, Machoke salta e aterrissa na frente de Lurantis, pisando forte. Ele a golpeia de surpresa na cabeça, mas ela apenas se afasta e reposiciona.

    Iniciando uma tempestade de pétalas rosas, Lurantis controla o máximo que consegue para que desferissem cortes pelo corpo do lutador. Bea aperta o laço em sua cabeça e seu Pokemon flexionou os joelhos, resistindo sem se entregar à dor.

    Seguindo o combate, Machoke libera sua energia e a emana numa esfera, erguendo-a para erradicar todas as pétalas. Ele a dispara contra Lurantis, que estica seus braços iluminados pelo sol artificial como duas pontas de uma tesoura. Rebatendo a esfera, ela busca acertar Machoke, que salta e se esquiva para sua frente, iniciando mais trocação de socos. Aleíse sabia que sua Pokemon não teria chances dessa forma, então uma nova ideia surgiu.

    Lurantis trocou para Struggle Bug, liberando projéteis de insetos fosforescentes que mordiscaram a pele de Machoke, que passou a se coçar. Então, finalizou com seu Leaf Blade, o desferindo um corte nas costas. Impressionada, Bea regressou o Pokemon e liberou o seu terceiro, Machamp.

    Para a surpresa de Lurantis, Machamp agarrou o sol artificial com seus quatro braços e o espremeu, destruindo-o. Então, avançou com socos rápidos e iluminados e ela não resistiu, caindo derrotada. Aleíse a agradeceu pelo combate e acenou com a cabeça para Farfetch'd, que correu para sua frente.

    Os dois Pokemon se enfrentaram logo, com Farfetch'd batendo com seu alho-poró contra os braços de Machamp. Este sorriu e agarrou usando só duas mãos, o levantando junto do pato para bater com eles contra o chão.

Aleíse: Farfetch'd, concentre-se! — gritou e seu Pokemon se levantou ofegante.

    Focando em Machamp, Farfetch'd bate com seu alho-poró no campo algumas vezes. Sua aura fica evidente e ele desafia seu oponente, que investe em sua direção.

    Iniciando uma sequência de Night Slash rápidos, Farfetch'd consegue bloquear os socos de Machamp, por vezes virando seu alho-poró em diferentes posições até que o lutador decidiu usar seus quatro braços.

Aleíse: Farfetch'd, defenda!! — gritou e o Pokemon usou o cabo do alho-poró para isso, mas ficou de joelhos tentando resistir com a força de seu oponente. — Vamos, coragem! Corte com toda a sua força!

    Por mais que Farfetch'd tentasse, Machamp era forte demais e seu alho-poró se abriu completamente, dividindo-se em dois pedaços. Ainda assim, o pato não desistiu, motivado por sua Treinadora e segurou os dois pedaços, apontando-os para Machamp. Então, seu corpo envolveu-se em luz e tanto a sua forma como a das duas metades do alho-poró passaram a se transformar.

    Evoluindo em Sirfetch'd, o pato agora contava com uma espada e um escudo feitos das metades do alho-poró. Aleíse vibrou com a evolução e Bea seguiu séria, comandando Machamp para desarmá-lo.

    Não era uma tarefa fácil desarmar Sirfetch'd, que achou espaço para usar seu Leaf Blade e desferir um corte no peitoral de Machamp. Este foi empurrado para trás, mas resistiu. Aleíse sabia que aquele era o Pokemon mais poderoso de Bea que a garantiu uma posição no Top 8 do Galarian Star Tournament.

    Continuando o combate, Bea comandou que Machamp danificasse o escudo dele, o pressionando com Bullet Punch. Sirfetch'd revidou com sua espada, mas suas duas mãos livres a seguraram. Aleíse pediu que o pato soltasse as armas e este o fez, então...

    Bea comandou Hammer Arm e, indefeso, Sirfetch'd recebeu o golpe e seu corpo afundou contra o campo de pedras, até o rachando. Aleíse, boquiaberta, jogou a franja para o lado e abriu um sorriso de lado.

Aleíse: Da última vez eu não venci nenhum dos seus Pokemon... Essa batalha me mostrou que estou pronta para meu próximo desafio — disse, regressando Sirfetch'd e caminhando na direção de Bea, mas... — Oh...

    Com Machamp segurando em seus ombros, Bea chorava sem fazer barulho, apenas de olhos fechados sob o céu escuro da noite em Shalour. As lágrimas escapavam e rolavam por suas bochechas até pingarem no campo. Aleíse e Carbink aproximaram-se para ouvi-la, agora que estava mais calma.

Bea: Eu viajei por diversas cidades do mundo para aprimorar minhas habilidades e morei na Wild Area por tantos anos... Mas eu nunca voltei aqui e agora que eu volto, tudo está completamente diferente — disse, então percebendo que chorava, tentando se livrar das lágrimas. — Aonde está o Mestre? Aonde está Korrina? Eles deveriam estar aqui, eles...

Carbink: Korrina? Uma Korrina de Shalour? — Ele percebeu e Bea assentiu. — Sua amiga de infância que você não tem mais contato... Era a Korrina?

Bea: Você fala como se a conhecesse...

Carbink: Eu conheço — disse e Bea abriu totalmente os olhos, interessada. — Maitê é minha amiga também.

Bea: Maitê... Se você sabe desse nome, então é mesmo ela. Aonde ela está?!

Tierno: Korrina trabalha no Vale da Mega Evolução, em Kiloude — disse e Bea o viu junto de Trevor, perto das escadas.

Trevor: Eu estranhei quando você falou em mestre, mas agora faz sentido. Deveria procurá-la, assim vai entender tudo que aconteceu.

Carbink: Eles estão certos... Nós vamos com você até lá, amanhã.

Bea: Amanhã? Mas...

Aleíse: Gata, sem mas! Você precisa descansar e nós também, hoje foi um dia e tanto. Vamos ficar em alguma pousada e comer chocolates, okay? Amanhã podemos pegar o trem para Kiloude na estação mais próxima. — Bea pareceu pensativa, encarando o chão. — Vamos, não seja tão difícil assim.

Bea: Certo... Eu vou esperar até amanhã para derrotar o meu antigo Mestre.

    Tierno e Trevor se entreolharam e Carbink abaixou as orelhas, então todos desceram até a saída da torre. Naquela noite, Aleíse alugou o melhor quarto da pousada usando o cartão de Leuri. Carbink atacou os chocolates que Bea levava em sua mala, recebendo reclamações dela depois. Porém, naquela madrugada, já quando dormiam...

Carbink: Ai, comi tanto, uma hora o estômago cobra... — Ele se levantou da cama, saltitando para o chão. Concentrou-se e o diamante de sua testa iluminou o quarto. — Hm... Pera, cadê a Bea?!

    Correndo pela noite deserta, Bea não parava para descansar. Levava suas malas consigo e olhava sempre para frente, pensando no que queria fazer. Ela estava pronta para sua prova final.

Continua