No topo da Torre Obscura, o ambiente estava envolto em densas partículas Dynamax, intensificando-se além do habitual. O pergaminho dos caminhos de Kubfu voltado para a luz vermelha brilhava nesse tom, mas estremeceu quando um gemido de dor repleto de uma agonia monstruosa que abafava a audição começou, e momentaneamente alternou entre a luz roxa. Uma sombra serpentina e esquelética se projetou brevemente pelas paredes, passando despercebida por Marnie. A garota estava sentada na janela em formato de meia lua, seus braços completamente corrompidos repousados enquanto olhava o céu, e seu traje tão enraizado no corpo que já parecia parte dela. Levou uma mão até a cabeça e respirou pela boca, batucando com os dedos na madeira, impaciente.
Poipole: Você está...
Marnie cruzou os braços, sentando-se para assistir Poipole fazer um círculo na madeira do chão com seu fluído roxo. Paula soprou partículas Dynamax para dentro dele e imagens revelaram-se, como uma transmissão em tempo real. A garotinha usou as mãos para alterar o que via como se passasse canais; na Crown Tundra, Michelle e seu Heatmor se abrigavam numa caverna, mas um Mamoswine Dynamax se aproximava de sua localização. Já em Motostoke, os discípulos do Kabu repetiam que desejavam relevância enquanto estavam montados em seus Pokemon de fogo, também gigantescos. Mas, em Wyndon...
Paula: Lá estão — disse, vendo o grupo liderado por Diantha correndo pela cidade. Sonia carregava uma grande caixa e Runerigus continuava os acompanhando. Mas, em algum momento, ficaram invisíveis. A menininha rangeu os dentes e os céus trovejaram. — Infelizes!
Paula: Eu não sei.
Paula: Terá sua chance — disse, continuando a supervisionar a região pelo círculo.
Não gostando da resposta, Poipole se emburrou, voando para fora da Torre pela janela. Marnie jogou os braços para trás da cabeça e deitou-se no chão, encarando o teto. Tudo que estava fazendo seria recompensado... Certo?
Em Spikemuth, Diantha recebia uma xícara de café de Obstagoon enquanto contava para todas as pessoas e Pokémon presentes como foi que deu o maior lacre de sua vida ao destruir as Wishing Stars da sala restrita da Macro Cosmos. Ao seu lado, Gardevoir se divertia com a dramatização da história, tendo a companhia de Frogadier e Yamper, os dois muito interessados no que contava.
Camille: Fogo!
Rose: Eu realmente não sei se lamento por todo o trabalho que fizemos com as Wishing Stars ter sido destruído... — Sentado numa das camas, afagava Perrserker. Dividia um cobertor com Oleana, que o puxou com carinho para deitar sua cabeça no ombro dela, tentando confortá-lo.
Oleana: Não tínhamos como saber, Presidente.
Rose: Mesmo assim, ainda é responsabilidade da Macro Cosmos. Eu acreditava fielmente que o Dynamax traria o futuro que anseio para Galar, jamais imaginei que o poder do desejo poderia ser... mau.
Rose: Sabia que você deveria ter ido naquela missão! Vai me contar tudo, hein? — Os dois trocam um sorriso e Leuri também se sente feliz por ela, mas levanta-se, indo para perto de Diantha.
Leuri: Sonia, alguma ideia? — Ela se vira para a prima, sentada em almofadas ao lado de Diego.
Sonia: Estou elaborando meu projeto, preciso trabalhar por mais tempo nele e começar a fazer os primeiros testes. Também vou precisar da ajuda de vocês. Não descansarei até libertar minha avó e todos os outros!
Oleana: É um grande trabalho...
Rose: Mas se alguém pode conseguir, é você, Sonia. Você é o coração.
Diego: Eu pisei na bola com ela, sei disso. Pude ver como guardou muitos sentimentos quando Frogadier assumiu a forma daquele redemoinho... Desculpas não vão mudar nada, então não sei o que fazer agora.
~Rat! — Rattata saltou para o colo do garoto, se aconchegando.
Grace: Eu entendo. Às vezes, quando tentamos forçar uma reaproximação, acabamos afastando ainda mais a pessoa que queremos alcançar. — Observava Diego sorrindo para o ratinho, que antes não gostava de qualquer contato com quem quer que fosse. — Estamos todos passando por um momento muito difícil, e é compreensível que ela esteja se sentindo sobrecarregada. Mas se você quiser demonstrar apoio para ela, tente de uma forma mais sútil, algo que mostre que você está presente e que está disposto a ajudá-la da melhor maneira que puder.
Diego considerou as palavras da mãe de Leuri, refletindo sobre como poderia agir de acordo com seu conselho. Talvez levasse algum tempo, como Rattata também precisou para confiar nele... Grace bagunçou seus cabelos e se levantou para impedir que Camille utilizasse um Z-Move em Perrserker.
Escudoberto: Depois não reclame que não estamos ajudando!
Leon: Vou fingir que lamento! Ah, e depois ensine os dois patetas a varrerem o chão, eles nunca pegaram numa vassoura.
Leuri segue Hop, que a leva pelos quartos do segundo andar, iluminados por lampiões. As pessoas e Pokemon que conseguiram se abrigar em Spikemuth estavam se recuperando, mas ainda estavam muito abaladas, pensando em pessoas queridas que deviam estar em perigo por Galar. Cada membro do Núcleo de Suporte conversava com alguém, tentando ajudá-los.
Aleíse: Eu preciso de maquiagem!!
Diantha sentou-se num puff, lixando suas unhas, e Harley e Honey, ainda chorosos, sentaram ao lado dela. Vendo o nariz de Harley escorrendo, a Campeã levantou-se enojada, preferindo ficar de pé com Raihan. Katie terminou de arrastar um quadro de giz para perto de Diego, que aguardava pararem de falar para poder começar.
~Bollwuff! ("Vai lá você energizar essa espelunca aqui seu ridículo!")
Uma nova discussão já ia se iniciar, com Calyrex mostrando a língua para Pincurchin, Diantha tentando enforcar Harley, e Sweetie Pie acusando Eternatus de não o amar mais, quando o som estridente da panela de Grace batendo numa bancada fez todo mundo se calar por um momento.
Harley: A que ponto chegamos...
Diego: Caham! — Ele recebeu um giz de Katie, começando a desenhar vários tracinhos com cabeças redondas. — Sabem quem são esses? — Hop levantou a mão empolgado para responder a pergunta, mas Bede a abaixou para que não passasse vergonha. — São todos vocês! E é assim que estão hoje!!
Diego: É claro que estamos vivendo um momento de apreensão, mas tenho uma solução para aliviar todo esse estresse e deixar todos vocês mais dispostos a enfrentarem o que vier pela frente. — Apagando os bonequinhos, ele volta a desenhá-los em um círculo, então desenha no centro um cubo com risquinhos como se estivesse brilhando. — Açúcar! Sim, vocês ouviram direito. O açúcar tem propriedades que podem realmente melhorar o humor e reduzir o estresse. Deixe-me explicar com detalhes.
Carbink e Rattata se olharam, já julgando a solução de Diego, que agora desenhava um diagrama no quadro, explicado cada ponto sem parar de falar nem para respirar.
Diego: Gente, por favor!!
Diego: Ai, socorro... — Ele se sentou, abraçando os joelhos e se balançando, então Katie deu dois tapinhas em seu cabelo.
Klara: Nossa! Por que não disse antes?
Diego: ... — Fazendo bico, ele se recompôs. — Hammerlocke é muito perto daqui, podemos passar no Battle Café e se tivermos sorte, ainda terão doces bons na vitrine! Se formos num grupo pequeno, Medicham pode nos ajudar com o teletransporte.
Katie: Então está decidido! Hop, Diantha, Calyrex e eu vamos com você! — Diego assentiu, então olhou para Grace, trocando um sorriso com ela.
Leuri: Não tá parecendo! — Cruzou os braços, e Cynthia voltou ao que estava fazendo, parada encarando o portão enquanto pequenos diamantes se rompiam. — Não dá para deixar tudo em cima de mim, eu não sei usar meus poderes como você. Estão todos apavorados e surtando, eu...
Cynthia: Você está igualzinha a eles — disse, baixando uma mão para o chão, convidativa. — Talvez queira se sentar.
Ao mesmo tempo, levitando por Hammerlocke, Poipole tinha uma expressão amarga no rosto. Não parava de reclamar sobre querer se divertir, xingando Marnie e Paula.
Poipole: Você é tão chato... Talvez se eu te soltar dessa altura, tenha alguma diversão te ouvindo gritar.
Poipole: Promessas vazias! Por acaso acha que Calyrex estaria perambulando por aí como se nada estivesse acontecendo?
Poipole: Uh?
A besta fez um par de óculos com as mãos, como se isso a ajudasse a enxergar algo mais longe. Para sua surpresa, Calyrex empurrava um carrinho de compras, acompanhado por Diego, Diantha, Hop e Katie.
Diego: É verdade, ainda viremos comemorar com batalhas e doces aqui!
Com todos de acordo, Diantha senta-se numa das mesinhas, jogando os braços para trás da cabeça quando entram no estabelecimento, fazendo o sininho da porta tintilar. Ela fecha os olhos, relaxada, mas então escuta algo sendo sussurrado em seu ouvido e volta a abri-los, com as pupilas dilatadas.
Hop: O que houve? — disse com metade de um croissant na boca.
Diantha: Vejam... O que eu achei!
Diego: Uma Alcremie? Onde a encontrou?
Diantha: Ririri...
Calyrex: Não gostei da risada dela, mande-a para o calabouço.
Katie: Talvez seja uma das funcionárias do Battle Café? Lembro de muitas Milcery e Alcremie por aqui!
~Miiie?
~Allcream...
Mais três Alcremie se aproximaram, saindo sabe-se lá de onde. Hop continuou comendo um croissant, vendo-as se rastejando pelo piso da loja.
Calyrex: O que significa isso? Extermine-as! — Ele puxou a blusa de Katie.
Katie: Meu Arceus, Hop!! — Ela correu até o garoto, preocupada.
Calyrex: Arceus? Cadê? — Quando foi procurar, outra Alcremie também disparou creme em sua boca, o fazendo engolir tudo. — Hm!!!
Hop: Eu sou... Eu não lembro!
Calyrex: Podemos ser amigos?
Hop: Claro meu amor! — E abraçaram-se.
Calyrex: Rei... Ele é o nosso Rei! Saudações!! — Ajoelhando-se na frente de Diego, ele faz uma saudação, baixando a cabeça e juntando as mãos.
Katie: O que é um rei?
Hop: Ele faz doces!
Katie: Eu quero mais doces!!
Diego: Eu vou trazer mais doces para todos!!
Calyrex: Quem é você?
Poipole: Ah se você soubesse... Gweh! Vocês querem doces, né?
Katie: Siim, mais do que tudo!
Hop: Onde podemos encontrar doces?
Poipole: AAH! Onde?! — Ansioso, ele se virou de costas, mas encontrou Diantha segurando uma Alcremie que jorrava creme em sua boca. Lambendo os beiços, ela soltou a Pokemon.
Hop: PEGUEM ELA!
Diantha: Não vou dar meus doces pra vocês! — Ela derrubou as decorações de uma estante, bloqueando o caminho para os outros.
Diego: Cuidado! — Na visão deles, Diantha havia incendiado o lugar com chicletes. — O que vamos fazer?
Calyrex: Hm... — Os quatro pensaram, coçando o queixo, até que ele teve uma ideia. — Vamos passar por cima!
Katie: Boa ideia!!
Os quatro continuaram correndo, mas tropeçaram em tudo que a Diantha derrubou, caindo.
Calyrex: Eu quero ele pra mim! — Salivando e com os olhos vidrados em Poipole, ele estendeu as mãos, criando caules de flores para tentar amarrar Poipole.
Poipole: O quê?! — Ele corta os caules com a cauda, indignado, mas sente alguém o mordendo. — AAAAAI!!! Qual é a tua?!
Poipole: O que isso significa?!
Leuri: Missão do Diego? — Cynthia e ela se olharam, então levantaram.
Leuri: Eu não sei se quero saber... Frogadier, faça-os engolirem Water Pulses!
Cynthia: Parece que vocês comeram doces demais — respondeu, e Diantha abriu a boca para ofendê-la, mas se calou ao ver uma Alcremie apaixonada por ela a entregando um número de celular num guardanapo, a soprando um beijo antes de sair com as outras por Hammerlocke.
Diego: Você nos deu água para equilibrar e diluir o açúcar em nossos corpos, não foi? Que esperta, Leuri!
Leuri: Foi? Ah, obrigada! — Ela sorriu, colocando as mãos para trás.
Mais tarde, em Spikemuth, Calyrex tirava um lençol de cima do carrinho de compras cheio de guloseimas do Battle Café. A ideia era que fizessem uma fila para pegarem os doces, mas todos atacaram de uma só vez.
Leuri: O que foi?
Diego: Meu plano deu errado, corremos risco com o Poipole e aquelas Alcremie nos deixaram alucinados...
Leuri: Não deu errado, seu plano foi um sucesso, conseguiu deixar todo mundo disposto de novo. Obrigada por segurar as pontas enquanto eu precisava, Diego! — Ela sorriu, o deixando surpreso, então foi com Frogadier pegar um docinho.
De longe, Grace piscou para Diego, mas logo foi tirar um pirulito da boca de Camille. Sentindo-se mais leve, o garoto também se permitiu sorrir, indo para perto de Katie e Nia para pegar algo para comer.
Tivemos um doce capitulo aqui, eu adorei essa ideia da missão dos doces pra animar as coisas e adorei a explicação do açúcar e pior que todo esse lance faz sentindo, já teve muitas vezes que pegava uma bala e depois sentia mais animado.
ResponderExcluirE o plano da Poipole que deu errado, o povo ficou doidão por causa dos doces e das Alcremie, isso me fez lembrar a Alcremie deixando o número do celular pra Diantha :v
E coitada da Leuri, eu ia surtar em ter que liderar um montão de pessoas. Mas o dia foi salvo pela ideia do Diego, falando nele eu gostei da cena dele com a Grace, quando ele falou missões eu me lembrei da fanfic de Paldea XD
Resumindo o capitulo foi maravilhoso, eu gostei bastante. A ideia toda foi muito bem conduzida com tamanha maestria e desde já ansioso pelo próximo capitulo. E nem acredito que faltam só seis capitulos para termnar Galeuri. #Continuaaa
Aiai Diego e Leuri descobrindo que aturar publico não é para qualquer um… depois de trabalhar num café entendo bem o que é levar com essa gente chata… coitados, nem os adultos sabem o que fazer e colocam tudo nos ombros das crianças… dá para encontrar paralelos com o mundo real, mas se eu começar a falar aqui, muita gente vai se sentir ofendida e eu vou ser cancelada, então vou me conter :3
ResponderExcluirAi mas que capítulo fantástico, estava com saudades de Galeuri e pelo titulo não dava para perceber o que iria acontecer, mas quando o Diego começa a falar de açúcar já fiz a ligação, mas não esperei que terminassem todos drogados em açúcar… eu ri
Mas começando pelo começo, gostei de ver a Paula sentindo os efeitos do que foi feito em Wyndon, Diantha destruindo as Wishing Stars atiraram essa gremlin ranhosa ao chão e eu amei. Diantha já pode tweetar que deixou uma criança inconsciente… pensando melhor, não fale sobre, nem tuite, Diantha…
Já bastou o assalto ao Battle Café, claro que a Diantha acerta contas depois… claro… eu quando trabalhava no café também me pediam muitas vezes se podiam pagar depois… conheço a peça.
Eu amei esse capítulo, coitado o Yoshida quando chegar ao café e ver tudo destruído, paredes no chão, Alcreamies esparramadas por todo o lado, crianças chorando e Lorena tirando foto pra usar no seu próximo podcast.
Gostei principalmente da conversa da Grace com o Diego, dando a entender que ele não precisava forçar uma relação com Leuri e que deveria fazer seu melhor por todos e realmente parece ter funcionado um pouco, os dois se aproximaram e por um momento pareciam o Diego e Leuri de antigamente, sem a parte do mundo estar indo jogar no Vasco… -aprendi essa expressão, amou?-
Amei a Cynthia e a Leuri aqui, Cynthia é rainha em qualquer lugar, vista quase como uma deusa entre os mortais –chora Calyrex- uma verdadeira mestra entre os mestres e Leuri conseguiu perceber que nem mesmo alguém assim é perfeito o tempo todo, Cynthia sabe que também tem falhas e que mesmo sendo vista como a mestra dos mestres está no mesmo bote que Leuri no que toca a fazer o seu melhor para salvar todo o mundo. Achei a conversa das duas muito necessária, porque aparentemente Cynthia não parecia estar fazendo nada, mas a gente sabe que ela está sim, está fazendo o melhor que sabe e Leuri não deve fazer mais que isso, é só fazendo o melhor que ela sabe que poderá proteger ou não os demais, se todos colocam seus queixumes nas costas de Leuri, o problema não é dela, eles que sejam prestáveis e façam algo também, bando de encostados… ó, já estou indo por caminhos do cancelamento, me ajuda Diantha, como faço para não ser cancelada?
Talvez seja melhor não perguntar à mulher que nocauteou uma criança…
Mas enfim, eu amei esse capítulo, não era nada daquilo que eu esperava, me surpreendeu muito como você conseguiu colocar um capítulo surtado no meio da tragédia e ainda assim o usar como uma lição para todos. A lição é bebam mais água… talvez não das mãos de um sapo tho, mas hey, quem sou eu para julgar?
O capítulo ficou maravilhoso, to amando essa história e soltei uma gargalhada sincera quando o Poipole surtou com a Marnie fazendo um balão com a pastilha xD Continua please, eu preciso de mais disto!