domingo, 6 de abril de 2025

Capítulo 45: Dia chuvoso!



    O trânsito em Jubilife começava a ficar engarrafado por conta dos carros precisarem diminuir a velocidade durante o temporal repentino que se iniciou pela cidade. O céu estava branco e os Starly desesperados voavam em grupo para fugirem da chuva, mas um deles, o menorzinho, não conseguiu acompanhar o restante, que não o percebeu ficar para trás. A ave caiu para cima de um guarda-chuva preto que amorteceu sua queda, então escorregou para os braços de uma garota que olhava os carros passando na pista por baixo da ponte.

 — Não posso cuidar de você  disse a garota. Starly não conseguiu ver seu rosto, apenas o queixo e os lábios pálidos.  Mas espero que encontre segurança nesse mundo.

    A garota o carregou até uma marquise, deixando-o lá e indo embora. Starly não entendeu muito bem, mas a viu de costas num vestido preto, afastando-se segurando no cabo do guarda-chuva com as duas mãos.


 — Woopaaah! — Diferente do Starly, um Wooper se divertia nas poças de lama que formavam-se no parque da cidade, agradecido pela chuva.

    No mesmo parque, o Blastoise de Sid corria junto dele e de Sara, ajudando os moradores a se abrigarem numa cabana com teto de palha onde haviam vários bancos e uma grande mesa de madeira no centro. A estátua de Torterra reluzia com a chuva escorrendo em torno dela, e alguns Pidgey se protegiam pousados no casco, por baixo da árvore de suas costas.


    Nos prédios ao redor, janelas batiam com pressa, fechadas contra o vento úmido. No Fan Club, um funcionário de avental de Togepi empurrava a água para fora com um rodo, enquanto outro, de avental de Pichu, servia donuts quentinhos para Looker e Croagunk na parte seca. Não muito longe, na sede da Pokétch, Melissa Chang observava as gotas escorrerem pelo vidro panorâmico de sua sala. De pé, as mãos cruzadas nas costas, ela parecia perdida em pensamentos, o som da chuva abafando a voz de um Machop que tentava chamar sua atenção, tendo dois celulares equilibrados nos ombros.


    No pátio externo da escola de ensino médio para Líderes de Ginásio, a chuva tamborilava nos paralelepípedos, formando poças que refletiam o céu cinzento. Uma delas capturou o rosto de Cheryl, a psicóloga e professora de Criação Pokémon, que ergueu os olhos para as nuvens.


  Essa chuva começou do nada e não parece que vai parar tão cedo  ela comentou, olhando para as nuvens cinzas amontoadas no céu. Ao seu lado estava Emily, a professora de orientação ao desafiante e conduta em batalha.


  E justo no dia que só dou aula de manhã... E agora, como que volto andando pra Twinleaf?

  Você poderia ficar e me ajudar com a turma de 14:30, posso propor um exercício de observação aos hábitos do seu Munchlax — Cheryl sugeriu e Emily quase tropeçou, os óculos escorregando no nariz.

  Olha, pensando bem, o que é uma chuvinha? Vou ver se alguém me empresta um guarda-chuva na sala dos professores, beijo Cheryl, até amanhã!

    Enquanto a Professora ia correndo, Samson vinha com o Treinador Hobber, como sempre emburrado e resmungão. Os dois saíam para a quadra de grama, onde os alunos do primeiro ano estavam sentados na arquibancada.


  Você vai dar as notícias mais óbvias de todas só para ouvir choro de adolescente, um comunicado resolveria  Samson criticava seu amigo, que apitou tão alto que todos levaram as mãos aos ouvidos.  Desnecessário!


  Garotos! A aula está cancelada por conta da chuva, portanto estão liberados, voltem logo para suas casas que essa chuva só vai piorar.


  O quê?  Chang foi o primeiro a se indignar, e Samson cruzou os braços com uma cara de quem avisou que ia ter choro.  Mas eu estou pagando para estar aqui!


  Não é justo, esperamos a semana toda para ter aula de Educação Física!  Brock o deu razão, também não gostando da notícia.  Treinador, não podemos usar a quadra interna?

  Já está reservada para o uso da aula de itens do William.

  Mas se querem tanto ter aula, acho que o auditório está vago, podemos chamar o Ricardo para exibir aquele vídeo  Samson sugeriu com um sorriso maldoso, vendo as reações de pânico nos alunos.

    Diferente dos outros, Brendan não sabia que vídeo era aquele, mas pelas reações que todos sempre tinham quando falavam nele, deveria ser pior que a performance banida da Jasmine quando visitou Sinnoh há alguns anos. Talvez não fosse verdade já que vinha do Blog do Dan, mas parece que o juiz que a condenou à prisão em Johto acabou internado depois da sentença quando teve que assistir.


  Mas se não vai ter aula... Também não vai ter treino hoje?  Barry perguntou quase choroso, e o treinador assentiu.  É um pesadelo!!


  Totalmente, meu dia acabou...  Brendan fingiu estar tão afetado quanto os outros.


  Jogar nessa chuva só vai colocar todos doentes e ainda podemos nos machucar, aí que não vamos conseguir treinar direito para as olimpíadas  Lucas pontuou. Relutantes, os outros garotos acabaram aceitando, o dando razão.


  É uma pena, realmente...  Paulette já levava um celular até o ouvido.  Alô? Lindsay, amiga, te liberaram também? Vamos lá pra casa ensaiar e fofocar!


  Ai, vamos sim!  Do outro da linha, ela se empolgava com a ideia, se esquecendo de segurar a cadeira de rodas de Marcy numa rampa.


  Amiga?  Ela percebia estar ganhando velocidade.  LINDSAY!!

  AAAI, desculpa!  A loira levou as mãos até a boca quando viu a amiga batendo de cara nos armários e caindo.


  Que barulheira é essa?  Cyrus abriu a porta da sala da diretoria, e então viu a garota toda quebrada no chão.  Arceus... Julie, peça já para o Sander trazer a maca da enfermaria!


  Já estou chamando, senhor  respondeu a secretária.

  Ainda posso usar o seu vestido na festa do Roark??
  Lindsay perguntava para Marcy enquanto ela era levantada por um Toxicroak, sendo deitada na maca.


  Por favor, sem tumulto no corredor  Sander pedia enquanto a loira continuava a choramingar se desculpando com Marcy, que a amaldiçoava com as piores ofensas possíveis, como...

  Sua Coordenadora de Alola duas caras pior que a avó da Diantha!



    Mais tarde, com a notícia do cancelamento já espalhada pela escola, os alunos começavam a se dispersar sob a chuva. Murph caminhava ao lado de Paulette, insistindo em acompanhá-la até em casa, mesmo ela avisando Você não vai subir para ver os ensaios, hein!, mas essa não parecia ser a preocupação dele.


    Aiyra verificou todo o ambiente para garantir que ninguém a visse e correu pelos corredores molhados até a sala de rádio. Enquanto isso, no pátio, Brendan acenou para Mudz e Shaymin, que o esperavam nos bancos ao redor da mesinha de sempre, parcialmente protegidos por um toldo que gotejava.


  Swaaam!  Mudz adorava a chuva, se sentindo adorável nela.


  Dias de chuva são os piores...
  Barry resmungou, com as mãos nos bolsos.  Sempre tão tristes e cinzentos... Acabam com toda a diversão.


  Você acha?
  Brendan perguntou a ele, sorrindo enquanto acariciava Mudz.


  Que cheiro é esse?  Shaymin perguntou-se, saltando para o ombro de Brendan. Assim que ela viu Robin se aproximando com Togetic, se enfiou por dentro da touca dele, ficando só com a cabeça para fora, mostrando seus dentes.


  De quem está com raiva, Brendan?  Robin perguntou, ajeitando a capa de chuva rosa enquanto cumprimentava Barry com um aceno.

 — Ei, nem sempre que chove eu tenho algo a ver com isso, tá?  Brendan respondeu rindo, e acenou de volta enquanto Robin saía pela portaria da escola.

CABRUM!


    Um trovão ecoou, anunciando que a chuva engrossava, e o som assustou o Bidoof de Buck. O Pokémon escondeu os olhos com as patinhas, tremendo perto da marquise.


  Ah! Você não disse que o Caramelo venceu os Pokemon do Volkner? Como que ele tem medo de um trovãozinho?  Luiz deu uma cotovelada em Buck, que cruzou os braços, sustentando a fic.


  Que medo, que nada! Ele tá é fingindo que é o Brendan quando o Linoone meteu um Throat Chop nele!




    Os dois caíram na gargalhada, imitando a dança desajeitada que viralizou no PikiPek — cortesia do Dan, que infernizou Brendan por uma semana inteira com memes. Brendan fechou a cara, os ombros tensos, e Barry, percebendo, hesitou. Ele esticou a mão pra tocar a dele, querendo acalmá-lo, mas um calor subiu pelo peito até as bochechas, e ele recuou, dando um soquinho leve no ombro do amigo em vez disso. Os dois se entreolharam, o loiro confuso consigo mesmo.


  Ahn... Você vai pro trabalho agora? — perguntou, tentando mudar de assunto.

 — Eu... — Antes que Brendan respondesse, o celular tocou no bolso. Ele ergueu um dedo, pedindo um segundo. — Isa? Ah, sim... Okay, tudo bem. A Shaymin mandou outro, beijo, a gente vai se falando! — Desligou, guardando o aparelho com um sorriso. — Nop! A loja vai fechar mais cedo, ordem da Luísa Honey pra não colocar nenhum Pokémon em perigo. Estão falando de alagamento... Ai, mas onde eu vou passar essa noite? Tenho que ver se sobrou dinheiro pra ficar no Centro Pokémon!

  Você... poderia ficar lá em casa  Barry soltou, e agora foi Brendan quem sentiu o rosto esquentar. — Q-Quer dizer, a minha mãe não vai ligar, tenho certeza!!


  Sério? Não sei, não quero abusar...  Brendan virou o rosto desejando que uma poça fosse o suficiente para ele se afogar.

  Aceita, eu quero aquecedor e churrasco!  Shaymin puxava seus cabelos para ele aceitar logo.


 
Arceus, por que eu falei isso? — Barry pensou, um sorriso bobo escapando enquanto olhava pro amigo. — Vamos, você não tem escolha! Não vou te deixar dormir na chuva nem ser explorado pela Joy de Jubilife!

  Tudo bem, obrigado!  Brendan cedeu, saindo debaixo da marquise. A chuva bateu no rosto dele, e ele riu, despreocupado.

  Ei, você vai se molhar todo desse jeito! Vamos chamar um táxi! — Barry protestou, mas Brendan já acariciava Mudz, que se abaixou pra ele subir nas costas.

  Não precisa se preocupar!  Ele estendeu a mão pra Barry, o sorriso aberto. — Vem!

  Wooow!  Barry piscou, surpreso, mas agarrou a mão dele e deixou Brendan puxá-lo pra montar em Mudz também.

  Se segura!
  Brendan avisou, e Barry assentiu, hesitando entre segurar a cintura dele ou os ombros. Optou pelos ombros assim que Mudz disparou, chutando água pra cima de Buck, Luiz e o Bidoof encolhido. — Até amanhã, queridos amigos!! Hahaha!!



    Mudz correu pelas ruas de Jubilife, as patas largas chapinhando nas poças. Ele saltava sobre carros parados no trânsito, arrancando gritos de susto de pedestres e Pokémon nas calçadas. Brendan ria alto, o cabelo encharcado grudado na testa, e Barry, agarrado a ele, acabou se soltando no momento, orientando o caminho entre risadas.
    Shaymin, com um guarda-chuva minúsculo nas patinhas, foi pega por uma rajada de vento e subiu como um balão. Barry arregalou os olhos, preocupado, mas Brendan esticou o braço, a língua pra fora num esforço concentrado. O vento mudou, jogando Shaymin de um lado pro outro enquanto ela rosnava reclamações, até que ele a pegou de volta, segura nos braços. Barry caiu na gargalhada, e quando olhou pra frente, viu o prédio dele surgindo entre a chuva.

  Olha, acho que já vim aqui antes!
  Brendan disse, torcendo a touca encharcada. Ele retornou Mudz para a Pokeball antes de entrar na portaria. — Se bem que os prédios são quase todos iguais...

    Os dois subiram de elevador até o andar de Barry, e quando saíram, o garoto parou na frente de uma porta com uma plaquinha de "Lar Feliz", dando duas batidinhas nela. Ali era onde outra conhecida de Brendan morava... Ué, será que ela se mudou? pensou, quando a porta se abriu e...


O QUÊ??????????

    Brendan e Marley gritaram um para o outro, se encarando em choque. Barry ficou parado, sem entender nada, enquanto os dois apontavam um pro outro. 
    Minutos depois, já na sala, eles se secavam com toalhas. Brendan esfregava o cabelo, ainda atônito.

  Mas o que você tá fazendo na casa do Barry?  Brendan perguntou, voltando a vestir sua touca.

  Eu que te pergunto, o que você tá fazendo com o meu irmão?  Marley pegou a toalha das mãos dele.

  Pera, o Barry é o seu irmão?!

  Pera, vocês se conhecem?!


  E-Eu não sei nem o que dizer!  Barry gaguejou, mas uma voz animada os cortou.


  É uma surpresa maravilhosa!
  Lucinda, a mãe de Barry e Marley, se levantou do sofá e veio abraçar Brendan.  Veja!  Ela apontou para suas pantufas de Glameow e o menino bateu palminhas, encantado.


  Que lindinhas!! E aquelas de Buneary, trocou?

  Já estavam perdendo a cor, achei melhor!  
Lucinda respondeu, rindo. Marley revirou os olhos com o comentário.

  Como...
  Barry olhava impressionado para os dois conversando, enquanto Marley tinha os braços cruzados, com uma veia saltando à testa.  Eles se adoram!

  E eu assisti aquele dorama que você me recomendou, tinha razão, é maravilhoso!
  Brendan segurava nas mãos da mulher, que chega os olhos brilhavam.


  Meu querido, pode se sentar, temos muito o que conversar!
  Lucinda puxou ele pro sofá, mas Marley tossiu alto, interrompendo. — Bom... Eu perco a noção falando sobre isso. Mas apareça mais vezes pra gente bater um papinho!

  Pode deixar!
  Ele concordou e voltou para perto de Barry e Marley.  Que foi, gente? Ela é uma fofa!


  
Gostei da pele que ela usava nas patas — Shaymin comentou, olhando pras pantufas, e Brendan fingiu não ouvir.

    Passada a recepção, Brendan foi para o quarto de Barry, e assim que o garoto abriu a porta, seus Chimchar e Skorupi logo vieram beijá-lo. Shaymin rosnou para a gigante pelúcia de Snorlax que o garoto usava de poltrona, mas ficou satisfeita quando Marley se jogou em cima dela, vendo o rosto do Snorlax murchar.


  Chaaar!
  Chimchar agarrou-se ao braço de Brendan, que só aceitou e passou a reparar no quarto.


  Tantos troféus... Como é ser bom em tudo?


  Você que é bom em tudo, seu nerd!

  Oi? Não mesmo! Você me assistiu ontem na Copa Wallace, está aí a prova!


— Vamos ver... — Barry começou a contar nos dedos. — Você é bom em batalhas, bom em apresentações, desenha muito bem, costura e ainda tira notas altas quando faz os trabalhos da escola! — Ele terminou, e Brendan ficou quieto, o rosto vermelho. — Mas você me deu uma ideia. Vamos jogar Azoth Kombat! Tenho certeza que não me vence nessa!

  Ui, é um desafio?
  Ele agarrou num controle que Barry o jogou.  Eu sempre quis jogar! Adoro aquela Elena, sempre vejo várias fanarts dela. Quando enfrentei o Burgh na Copa Wallace, lembrei dela por causa das teias elétricas do Joltik.


  Ah, você conhece os personagens?


  É claro, as vezes tiro alguma ideia para combinações!

 — Por falar nisso... — Barry coçou a bochecha, hesitando. — Eu reparei que você tava de óculos nas fotos da Copa Wallace... De quando aparecia a ordem das batalhas, sabe? Não sabia que usava.

 — Ah, sério? Eu tenho usado só lentes ultimamente. A Scarlet comeu os meus óculos antigos e acabei não comprando outros...

  Haha! É a cara dela!


    Marley ficou de lado, observando os dois rirem enquanto a TV acendia com o menu de Azoth Kombat. Brendan, mesmo sendo novato, pegou o jeito rápido e venceu a segunda partida, comemorando com um gritinho. Na terceira, pra desempatar, Barry ficou olhando pra ele enquanto estavam na tela de carregamento, concentrado nos comandos. Era diferente de jogar com Lucas, tinha algo no jeito que Brendan mordia o lábio, exagerando e rindo das próprias falhas, que o distraía. Ele perdeu o foco, e Brendan ganhou de novo, erguendo o controle em triunfo.

  Não valeu! Foi o controle!  — Barry reclamou, jogando o dele no colchão.

  Você vai ter que superar, foi uma vitória justa!

  Bah! Tá vendo? Você é bom em tudo mesmo!


  Ah, talvez eu seja!  Os dois continuaram a rir, então Brendan reparou em Marley em silêncio, olhando para o chão.  Hey, Marley, não quer jogar também?


  Não gosto de jogos eletrônicos.

  E você tem algum que não seja aí?
  perguntou Brendan e Barry teve uma ideia.

    Alguns minutos depois, os dois meninos, Marley, Lucinda e Shaymin estavam sentados à mesa da sala, todos com cartas nas mãos. Chimchar e Skorupi espiavam as mãos dos outros e iam contar para Shaymin, que tirava vantagem disso para vencer.


  Uno!
  Shaymin exclamou, com só uma carta restando na mão.


  Como ela conseguiu tão rápido?
  Barry era o com mais cartas nas mãos.


  Gente, alguém faz ela comprar!
  exclamou Brendan, com só três cartas.

  
Eu fico impressionada com uma Eevee se comunicar assim, os Pokémon estão cada vez mais desenvolvidos — Lucinda comentou, olhando pra Marley, que não respondeu. — Vamos, filha, só você pode salvar o rumo desse jogo agora.

  Eu quero a cor verde
  Marley disse, encarando Shaymin, que fez suspense com a última carta, balançando-a no ar.

  Bati!
  Ela jogou a carta verde, vencendo. Os outros reclamaram enquanto Shaymin subia na mesa pra morder o baralho, sendo puxada por Brendan.


    Os garotos ficaram rindo da situação enquanto Lucinda elogiava Shaymin pelo jogo, e Marley já não aguentava mais tanto falatório. De repente, ela jogou as cartas na mesa e se levantou, a cadeira arranhando o chão com um barulho seco. O silêncio caiu sobre a sala.

  O jogo ainda não acabou, vamos ver quem fica em segundo!
  Lucinda tentou, mas Marley já tinha desistido.  Nossa, mas você é a cópia do seu pai, sabia? Nada nunca tá bom!

  Ah, claro, começa a reclamar dele de novo!
  Marley foi na direção do seu quarto, sendo seguida pela mãe.  Vai ver um dorama, não enche!

  Escuta aqui, mocinha!
  Ela levou com a porta batendo.  Essa menina...

 — Mais comida pra mim!  Shaymin voltou a tentar mastigar as cartas, dessa vez sem impedimentos.


 — Ah, Marley... — Brendan fez menção de ir atrás dela, mas Barry tocou seu braço, hesitante.

  Deixa ela... Minha irmã é legal, só esquisita as vezes. Isso sempre acontece quando estamos os três juntos, nunca dá certo.

  Eu queria que ela se divertisse com a gente...
  Brendan murmurou, olhando para a porta de Marley no corredor.

    Barry deu de ombros, um sorriso meio torto no rosto.


 — Ela vai ficar bem. Às vezes, ela só precisa... sei lá, de um tempo sozinha. — Ele pegou as cartas espalhadas na mesa, juntando tudo num monte torto. — Quer jogar mais uma? Sem a Shaymin trapaceando dessa vez!

 — Claro! — Brendan riu, mas deu uma última olhada pro corredor antes de se sentar.


    A chuva engrossava lá fora, batendo nas janelas como se quisesse entrar. Lucinda, enrolada numa manta, voltou pro sofá, pegando o controle da TV com um suspiro cansado. Brendan e Barry embaralhavam as cartas de novo, mas o garoto sentiu um peso no peito. Não era a chuva, nem a derrota na Copa Wallace. Era aquela porta fechada no fim do corredor.

 — Ei, que tal um filme? — Barry sugeriu ao perceber, largando as cartas. — Meu pai tem uma coleção boa em VHS.


    Os dois começaram a assistir a história de uma Audino que escutava coisas, e Lucinda resmungou algo sobre doramas serem melhores que isso. Logo ela saiu dali e os garotos se cobriram com a manta. Logo só o som do filme ressoava pela sala, e Brendan bocejou uma... depois duas... então, três vezes. A semana de trabalho, os dias na escola, a Copa Wallace... tudo parecia bater de uma vez. Ele piscou, tentando ficar acordado, mas o calor da manta e o som da chuva o derrubaram. Em minutos, estava apagado, a cabeça tombada no ombro de Barry.


    Barry percebeu o peso e virou o rosto, vendo Brendan dormindo com a boca entreaberta. O coração dele deu um pulo, acelerando tão rápido que ele quase podia ouvir.

 — Tá brincando... — sussurrou pra si mesmo, sentindo as bochechas esquentarem. Ele pegou o canto da manta e cobriu Brendan com cuidado, tentando não acordá-lo. Por um segundo, ficou só olhando, o filme rolando esquecido na TV.


 — Chega disso, quero uma comédia! — Shaymin anunciou de repente, pulando do colo de Brendan pro chão. Antes que Barry pudesse reagir, ela pegou um VHS da pilha com as patinhas e trocou no aparelho. A tela escureceu, e um título apareceu: A noite do Mr. Mime. A capa mostrava um Mr. Mime com uma faca na mão e um sorriso psicopata, abrindo um frasco de ketchup.


 — Shaymin, isso é terror! — Barry exclamou, mas tarde demais. O filme começou com um grito agudo, e Brendan acordou num susto, quase derrubando a manta.


  Ai, Fantina, o que eu perdi?!  Brendan segurou o controle como se fosse uma Pokeball, e Barry riu da cara dele.

  Não perdeu nada
  Barry disse, e no fundo ouviam o som de uma faca cortando no filme, com Shaymin rolando no chão rindo. Ele se levantou, espreguiçando-se, deixando um pouco da barriga aparecendo.  Vou fazer um lanche pra gente. Também posso ser ótimo na cozinha, você vai ver!

 — Eu vou ajudar! — Shaymin caminhou para perto de Barry. — Quero imitar os movimentos com a faca que vi no filme!

    Brendan estreitou os olhos pra ela.


 — Se você tentar alguma coisa, eu ligo pra carrocinha te levar embora.


 — Experimenta! — Shaymin mostrou os dentes, mas correu pra cozinha com Barry.

    Brendan ficou sozinho na sala por um instante, o som do filme de terror abafado pela chuva. Ele olhou pro corredor de novo, sentindo aquele peso voltar. Levantou-se, ajeitando a touca, e caminhou até a porta de Marley. Bateu duas vezes, leve, e falou:

 — Sou eu, Brendan.

    Silêncio. Depois de alguns segundos, a voz dela veio, baixa:

 — Entra.



    Ele abriu a porta devagar e viu Marley sentada no parapeito da janela, olhando a chuva escorrer pelo vidro. O quarto estava escuro como de costume, só com a luz cinzenta do dia filtrando pelas cortinas, podendo ver as várias pelúcias de Gothita. Brendan fechou a porta atrás de si e se sentou na cama, pegando uma das pelúcia que tava jogada ali. Perto dele, o baú de lembranças da jornada de Marley estava aberto.

 — Está escuro, frio e chuvoso — Marley disse, com um risinho seco, vendo a chuva. — Estou pensando em como isso é bom. Desde quando essas coisas tornaram-se minhas favoritas?

    Brendan girou a Gothita nas mãos, hesitando.


 — Desculpa por aquele dia no Fan Club. Eu não queria... sei lá, que você me visse como um coitado. Você não estragou nada  Brendan pediu, e Marley continuou olhando para a chuva, inexpressiva.  Quer... conversar sobre algo?

    Ela virou o rosto pra ele, a franja caindo sobre um olho.


 — Não tem nada que possa falar que já não tenha dito em qualquer outro momento da minha vida.

 — A sua mãe... — Brendan começou, atento a como ela reagiria.

 — Não a culpe — Marley cortou, firme. — Ela não é uma pessoa ruim.

    Ele assentiu, olhando pra pelúcia.


 — Eu sei. Só acho que... talvez vocês pudessem tentar melhorar as coisas. Tipo, eu tenho conseguido progresso com meus Pokémon, sabe? Leva tempo... Até demais. Mas funciona. E eu acredito que você consegue também.

    Marley ficou quieta, os dedos tamborilando no parapeito. Então, ela respirou fundo.


 — Você ainda quer tentar. Eu já desisti. Não que isso importe. Eu... não me importo, também. Barry importa. Você importa. — Ela baixou o olhar, a voz tremendo um pouco. — Eu achei que você estaria péssimo depois de tudo que vem acontecendo, e ainda a Copa Wallace... Pensei em te procurar. Mas aí o Barry te trouxe aqui, e ele... ele faz bem pra você. Vocês estão rindo, brincando, mesmo com esse dia chuvoso. E eu me sinto horrível por não conseguir isso.

    Brendan piscou, surpreso. Ele viu os olhos dela brilharem com lágrimas e estendeu a mão, sem dizer nada. Marley hesitou, mas pegou a mão dele, e os dois se puxaram num abraço rápido, desajeitado. Ela fungou, limpando o rosto na manga.

 — Eu fiz o lanche! — Barry gritou da cozinha, quebrando o momento.

 — Eu poderia comer você agora! — Shaymin completou.

    Marley deu um meio sorriso.


 — É melhor você ir antes que ela te coma de verdade.


 — Eu vou na próxima arrecadação do parque — Brendan disse, levantando-se, e Marley o olhou com alguma surpresa. — Prometo.

    Ela assentiu, o sorriso ficando mais firme.

 — Tudo bem.

    Brendan saiu do quarto, fechando a porta com cuidado, e voltou pra sala. Barry estava na cozinha, colocando sanduíches numa bandeja, com Shaymin tentando alcançar uma faca que ele mantinha fora do alcance dela.


 — Consegui salvar o lanche dela — Barry disse, rindo. — Pega seu chocolate quente ali no fogão!

    Os dois levaram tudo pra sala, mas Barry parou, olhando pra varanda.

 — Espera, quero te mostrar uma coisa. — Ele pegou uns cobertores do sofá e jogou Shaymin dentro de um balde de pipoca vazio. — Vamos lá fora.



    Eles abriram a porta da varanda e arrumaram os cobertores no chão, sentando-se com o balde de pipoca entre eles. A chuva caía em cortinas grossas, iluminada pelos postes da rua, e o som era quase hipnótico. Brendan segurou a caneca de chocolate quente, sentindo o calor nas mãos.


 — Isso é mágico.

 — É sim — Barry concordou, abraçando os joelhos. — Bom que essa chuva aconteceu, né?

 — Ué. Pensei que você achasse dias de chuva tristes e cinzentos  ele sorriu, virando-se para o loiro.

    Barry riu, olhando pra água escorrendo.


 — É, eu achava. Mas acho que cada vez mais eu descubro coisas que antes pensava de um jeito e agora penso de outro. Desde que você chegou, na verdade. — Ele fez uma pausa, o rosto ficando vermelho. — Parece que tudo que eu faço com você é mais colorido, de alguma forma. Mais vivo que qualquer dia de sol.

    Brendan continuou tomando o chocolate, com os olhos bem abertos olhando para a chuva, sem ter uma resposta para aquilo. Ele abaixou a caneca, sentindo o peito quente, e Barry riu de novo.


 — Obrigado por ter aparecido.


 — Tá brincando? — Brendan retrucou, finalmente achando a voz. — Se não fosse você, eu não falaria com ninguém naquela escola. Eu que tenho que dizer... Obrigado por ter aparecido.

    Os dois sorriram um pro outro, o som da chuva preenchendo o silêncio. Brendan segurou a caneca de chocolate quente, sentindo aquela leveza de novo, como se pudesse flutuar. O calor da bebida subia pelas mãos, e ele fechou os olhos por um instante, só ouvindo a voz de Barry e as gotas. Mas então, tudo girou, o ambiente mudou rapidamente, e no segundo seguinte, ele não estava mais na varanda.



    Brendan estava num lugar escuro, o ar pesado e úmido. Relâmpagos cortavam o céu, iluminando nuvens cinzentas que se estendiam pra todo lado. Ele flutuava sobre elas, os pés mal tocando a superfície fofa, como se o vento o segurasse ali. Já tinha estado nesse lugar antes... Depois de vencer Crasher Wake em Pastoria, algumas semanas atrás. O mesmo frio na espinha, o mesmo vazio estranho. Um som abafado ecoou — puff —, como se alguém tivesse socado uma nuvem, e ele virou o rosto.


    Um trovão rasgou o céu, e na luz branca que piscou, Brendan viu uma forma oscilante. Era enorme, felina, com pelo preto e amarelo que parecia brilhar nas bordas. Os olhos faiscavam, duros e intensos, fixos nele. Era o mesmo ser que ele vinha desenhando desde aquele dia em Pastoria, rabiscando no bloquinho da Lindona sem entender por quê.

  Você de novo? — Ele rosnou, a voz ecoando como trovão. — Por que está vindo aqui?

  E-Eu... Quem é você? — Brendan gaguejou, sentindo o coração disparado. Ele fala! Isso fala... Não foi só um sonho doido.


  Isso não te importa — o ser respondeu, estreitando os olhos. — Eu já sei por que está aqui, mas não vai conseguir. Vou cuidar para que você nunca mais volte!!


    Antes que Brendan pudesse reagir, aquela criatura avançou rápida como um raio pelas nuvens, as garras cortando-as enquanto faíscas azuis crepitavam nelas. Ele tentou pegar uma de suas Pokeballs, mas elas não estavam lá. Desesperado, ele ergueu as mãos, sentindo os ventos girarem ao redor delas. Eles sussurravam nos ouvidos dele, quase como vozes, e ele os guiou, jogando uma rajada forte contra o felino.


    O vento acertou em cheio, empurrando a criatura pra trás. Por um segundo, ela parou, as garras cravadas numa nuvem pra se segurar, o pelo tremendo com a força. Mas então, ela estufou o peito, as faíscas dançando pelo corpo, e soltou um rugido que fez o chão de nuvens tremer.

 — Só isso? — Ele zombou. — Você é ridículo, filho dos céus.


    Ele deu um passo à frente, e a eletricidade explodiu das garras, formando um arco azul que iluminou o céu escuro. Brendan tentou recuar, mas os pés escorregaram nos ventos, e antes que pudesse levantar as mãos de novo, a criatura fechou a distância. O punho veio rápido como se tivesse arrancado um pedaço de um relâmpago. O golpe acertou o peito dele, e uma onda de choque percorreu seu corpo, quente e gelada ao mesmo tempo. Brendan gritou, o mundo girando em azul e esmeralda, e fechou os olhos.


    Mas então, ele estava de volta na varanda, o grito ainda preso na garganta. Barry o sacudia pelos ombros, o rosto pálido.


 — Brendan! Tá tudo bem? Acorda!


    Brendan respirava rápido, o peito doendo como se tivesse levado o soco de verdade. Ele tentou falar, mas sentia sua voz abafada novamente, e levou as mãos ao pescoço. Shaymin olhava pra ele do balde de pipoca, com os olhos arregalados. Sem dizer nada, ele pegou o bloquinho da Lindona no bolso, as mãos trêmulas, e começou a desenhar. Barry se inclinou pra ver, franzindo a testa.

 — O que é isso? Quem é esse cara?


    Shaymin pulou do balde, se aproximou para ver, e ficou quieta por um segundo, com uma expressão aterrorizada.

 — Zeraora... Como o viu? — ela perguntou.

    Brendan engoliu em seco, a voz voltando rouca.


 — Eu... de repente estava lá, acima das nuvens. Ele me atacou. Disse que eu não vou conseguir alguma coisa... e que não volto mais.

    Um raio cortou o céu lá fora, tão brilhante que iluminou a varanda inteira. O trovão veio logo depois, sacudindo as janelas, e Shaymin deu um salto pra trás, com o pelo eriçado. As estrelas revelavam-se uma após a outra, por cima das nuvens.

Continua

3 comentários:

  1. Celestial em dose dupla, por essa eu nem espera. Aqui tivemos um capitulo mais tranquilo com toque de drama por causa da relação entre a Marley e a mãe dela.
    E era isso que parecia que ser o capitulo ao estilo slice of life, mas do nada um Pokémon misterioso, sim ele é misterioso. Querendo bater do Brendan, como se fosse bater num bife de carne. Mas ainda bem que o Brendan voltou e não virou bife.
    Resumindo, eu gostei bastante do capitulo e esse final me deixou ansioso pelo o que vem por ai na fanfic <3

    ResponderExcluir
  2. Esse era um dos capítulos que mais queria ver, quando Marley e Barry percebessem que Brendan conhecia os dois. Fiquei com pena da Marley, tho… eu adoro ela <3
    Mas vamos ao comentário!
    Davi está on fire…
    The one…
    Desire…
    Believe…
    When I say…
    I Want it That Way!
    Er… I-I mean… dois capítulos em um dia de uma fanfic que não saia há 10 meses… realmente você se esforçou para eu não fazer mais bullying consigo por causa do tempo demais nessa ilha… oh well. Importante é que voltou <3
    Adorei o começo com você descrevendo as reações à chuva em diversos pontos da cidade. Fiquei com pena do Starly que caiu e achei que a Shaymin o ia apanhar, mas errei feio. Ficou tudo muito fofo e romântico, adoro um bom dia chuvoso <3
    Cheryl convidando a outra para sapequice, mas ela preferindo se molhar à chuva do que… you know.
    Anyway, agora quero ver o vídeo da performance proibida da Jasmine que deixou o juiz que a condenou em coma.
    Amei ver o pessoal da escola também, o retorno à base foi muito fofo no geral, pena o Murph ainda existir e insistir em acompanhar a Paulette quando se vê claramente o nojo na cara da menina por ter de ser vista com esse desperdício de ar do lado… me lembra quando eu andava na escola e mandava o feio que me seguia ir comprar meu lanche para me livrar dele por um pouco… sdds bullying com os feios <3
    Mas enfim, amei a vybe desse capítulo até ao momento que Brendan volta a sonhar com Zeraora, mudando o ritmo da coisa. Zeraora odeia o filho dos céus for some reason, achei que fosse aliado, mas provavelmente não… ou então é um teste?
    O capítulo me deixou com duvidas se realmente o Brendan foi o responsável pela tempestade. Quando o Robin falou e o Brendan disse que não, eu acreditei, mas depois o sonho com o Zeraora me leva a pensar que é algo interno do Brendan, afinal ele perdeu mais um Contest e mesmo parecendo bem com isso, ainda é o Brendan… drama queen… mas pronto, é uma duvida para depois ver com o desenrolar da história, que continua perfeita, você não perdeu o flow de Celestial mesmo depois de tanto tempo, acho incrível como conseguiu voltar de um jeito que parece que nunca parou de escrever, você é mesmo dotado para isto. Cinema é realmente sua vocação <3
    Anyway, amei o capítulo, o encontro dos três e a reação deles era algo que esperava há muito tempo e não desapontou. Fiquei com pena da Marley, percebendo que é mais uma coisa que o Barry tem que ela achou ser dela… pobrecita. Me dá pena, espero que encontre a felicidade em breve…
    Capítulo fantástico!

    ResponderExcluir
  3. Hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
    Ai que capitulo incrível e com uma vibe tão bonita, sinto que essa vibe slice of life que você transborda em celestial é algo muito bom e as suas descrições aqui compõem um cenário incrível, adorei as passagens sobre a chuva e como ela era experienciada e vivida por cada personagem, servindo para uma recordação de quem eles são e até nos dando mais vislumbres de suas vidas, adorei esse detalhe.
    Fiquei curioso para saber se realmente não foi por influencia de Brendan que essa chuva aconteceu.
    And ai você se superou nas cenas fofas, mds o barry e o brendan correndo pela chuva, Barry sem saber se abraçava ou segurava os ombros do brendan foram detalhes muito fofos, adorei o momento dos dois, desde os jogos e o modo como os olhares de Barry pro brendan vão ficando cada vez mais cheios de significado, onde ele realmente parece estar entendendo bem mais dos sentimentos que esta apresentando.
    Achei Marley algo muito triste, estou curioso para saber mais dela, ela pensando que o barry era melhor do que ela e se sentindo inferior, ao ponto de apenas desistir das coisas ao invés de lutar por elas é algo que me deixa bem triste tbm, mas gosto do abraço dela e do cuidado com o qual brendan lidou com ela.
    O BRENDAN APOIADO NO OMBRO DO BARRY FOI TÃO FOFO, mas então temos o twist desse cap, onde zeraora aparece e estou mt curioso sobre o papel dele nessa história, ele é um inimigo dos filhos dos céus? É talvez um ajudante que não aceita ou que desafia os céus? Ainda não sei ao certo, mas achei intenso as cenas dele e o modo como ele parece realmente irritado e incomodado com a presença de brendan ali me da entender que não será fácil negociar ou conversar com ele.
    Estou curioso para saber o que esta por trás desses pontos estrelados no céu, um ótimo capitulo e estou muito ansioso pros próximos

    ResponderExcluir

Último capitulo postado

♬ Capítulo 53: É vir pra se estressar! Parte 1

Postagens mais visitadas