O vento frio da madrugada entrava pela janela de um cômodo, fazendo as cortinas balançarem suavemente na penumbra. A luz fraca de uma lâmpada velha pendurada no teto mal iluminava o espaço, criando sombras longas pelas paredes. Em meio à escuridão, dava para ver pilhas de pastas catálogo empilhadas de qualquer jeito em um canto. No centro da bagunça, uma mesa estava coberta de papéis e livros. Mapas e diagramas se misturavam com anotações feitas à mão, enquanto uma grande prancheta, cheia de rabiscos e esboços, se destacava. Canetas e lápis estavam espalhados ao redor, junto com calculadoras.
Um homem de jaleco e barba por fazer mal movia seu corpo, manuseando um lápis por um dos esboços, riscando algum tipo de tracejado entre caminhos laterais, como uma rota. Tinha os olhos cansados e nem por isso piscava, parecia alheio até mesmo ao frio e à hora. A falta de claridade o fazia forçar mais a vista, certamente incomodando, mas ele estava tão obcecado pelo que fazia que não iria parar.
Em uma cápsula transparente no canto da mesa repousava um fragmento de cristal rosado, envolto por uma névoa tênue, sustentado por finos arames metálicos. Ele continuava traçando seus caminhos no papel, sem notar que o cristal começava a brilhar de forma discreta. Então, ao finalizar o último traço do esboço, o brilho do cristal se intensificou. A luz se espalhou rapidamente, iluminando o mapa com um brilho suave, quase hipnótico. O homem piscou, como se despertasse de um transe. Seus olhos refletiram a luz do cristal, e um sorriso leve apareceu em seus lábios.
— Sim... tem que ser... — Murmurou, como se estivesse falando diretamente com o fragmento. — Finalmente.
Ele se levantou de repente, o som da cadeira raspando no carpete quebrando o silêncio da sala. O cristal continuava a brilhar com mais intensidade, e ele observava o traço no mapa com olhos alucinados. Começou a andar de um lado para o outro, os passos apressados e sem direção.
— Eu encontrei... — Ele sussurrou, e então riu, uma risada baixa e abafada, como se a descoberta tivesse um sabor de vitória amarga, mas também de alívio.
Enquanto o homem se deixava consumir pela excitação, uma sombra espreitava pela janela, quase invisível na penumbra. Um olhar atento acompanhava cada movimento, mas a figura permanecia imóvel, aguardando o momento certo para agir.
O brilho do cristal desapareceu tão abruptamente quanto havia surgido, deixando o cômodo novamente envolto em sombras. O homem se virou, mas antes que pudesse se sentar novamente, um som de passos apressados ecoou na rua. Ele olhou em direção à janela, mas a sombra que o observava já se afastara.
Respirando fundo, ele tentou se conter e olhou novamente para o cristal.
— Não foi só um sonho... Eu vou encontrá-lo.
Com um último olhar para o mapa, ele saiu da sala, ainda rindo baixo, enquanto a figura que o espiava desaparecia na escuridão da cidade.
Leuri tirou muitas fotos no espelho do elevador do prédio de Serena, que sempre achava graça do entusiasmo natural dela. Enviou todas para sua mãe, que respondia com broncas para que não se atrasasse e deixasse o pai de Serena esperando em seu laboratório.
— A Jandira é um amor, a omelete que ela fez tava tão boa! — Leuri suspirou, lembrando do café da manhã da empregada da casa de Serena. — Na próxima, ela tem que me ensinar a cozinhar assim!
— Da última vez, você colocou fogo na cozinha e só estava fazendo torradas. Acho que tem outros talentos para descobrir. Já falei pra você repensar sobre ser performer!
— Olha amiga, que linda aquela ali, parece até uma princesa! — Leuri estava com o rosto colado ao vidro, começando a deixar a Furfrou desconfortável. — Amiga?
Não ouvindo resposta, Leuri procurou pela amiga, olhando para todos os lados, mas não a encontrou. Começou a suar frio. Imagine se se perdesse em Lumiose? Já estava se imaginando com uma latinha pedindo moedas na frente de uma cafeteria quando se lembrou que ganhou um mapa de sua mãe. Revirou os olhos, tendo que ceder às preocupações dela, e abriu a bolsa, pegando o mapa eletrônico. Tentou mexer naquilo, mas, de repente, foi parar no mapa de uma rota de Kanto. Já estava quase se sentando no meio-fio para chorar quando alguém cutucou seu ombro.
— Foram os três minutos mais engraçados da minha vida, você ficou desesperada! — disse Serena, começando a gargalhar.
— AAAAAAAAAAAH, SUA DESGRAÇADA! SE NÃO FOSSE MINHA ÚNICA AMIGA, EU NUNCA MAIS FALAVA COM VOCÊ!! — Leuri chacoalhou a garota, que continuava rindo, até lacrimejar.
Essa era a dinâmica de Leuri e Serena. As duas se conheciam desde sempre e nunca cansavam da companhia uma da outra. Para o alívio das Furfrou do salão, as duas amigas continuaram o caminho até o laboratório do pai de Serena, que felizmente já tinha decorado o trajeto de tanto que ia e voltava de lá para ver o pai. Do contrário, Leuri nunca tinha visitado o local, imaginando-o como o de um clássico filme de cientista maluco. Estava claramente enganada.
— Chegamos — Serena anunciou, parando de frente para um prédio não tão alto mas bastante extenso. Seus cabelos e os de Leuri balançaram com o vento, e as duas admiraram aquele lugar onde conheceriam seus futuros Pokemon.
Serena acenou para um senhor que aparava as folhas de um arbusto do jardim lateral à entrada do prédio e ele parou o que estava fazendo para liberar a entrada das duas garotas. Leuri viu alguns Lotad regando flores e pensou em tirar fotos deles, mas queria parecer séria para quando encontrasse o professor.
Todos em Lumiose conheciam Augustine Sycamore, mesmo que ele passasse dias enfurnado em seu laboratório, saindo as vezes quando lembrava que tinha uma filha ou precisava de um café e não tinha ninguém para buscar para ele. Contam que mudou de vida e comprou um grande terreno na cidade para construir este lugar após obter sucesso numa pesquisa sobre Pokemon que conseguem mudar suas formas. Serena sentia falta de passar tempo com ele, mas se orgulhava sempre que dizia de quem era filha.
— É tão legal! — Leuri passou a mão na base de uma das Pokeballs enormes esculpidas em pedra nos pedestais da frente da escada da entrada do laboratório.
— Aaaaaah!! — Serena gritou, esticando os braços para cima. — Estou tão ansiosa! Não quero esperar mais nenhum segundo para colocar tudo que estudei sobre os Pokémon em prática como uma treinadora oficial!
— Eu também quero conhecer o meu Fletchling! — Leuri sorriu, imaginando-se com o passarinho. Deu a mão para Serena, e as duas correram pelas escadas, entrando no laboratório.
Capítulo 2 - A promessa de Leuri!
— Hm... Está trancado! — exclamou Serena, com uma expressão confusa. Ela girou a maçaneta mais uma vez, mas a porta não cedeu. — Isso não faz sentido. O laboratório nunca fica trancado.
Leuri olhou ao redor, sentindo uma pontada de nervosismo. Ela estava prestes a questionar Serena sobre o que fazer quando uma figura apareceu perto delas. Era o jardineiro do laboratório, segurando uma tesoura de jardinagem.
— Não sei o que aconteceu, moças — disse o jardineiro, coçando a cabeça. — Quando cheguei hoje, o portão também estava trancado. E ninguém apareceu para me recepcionar. Achei de uma grosseria, depois reclamam quando eu peço o fim da escala 6x1! Ninguém respeita mais ninguém, e esses patinadores... Me dão nos nervos!
Leuri olhou para Serena, as sobrancelhas franzidas.
— Isso está muito estranho. Por que precisam de um jardineiro em 6x1?
— Leuri, foco! Temos que achar um jeito de entrar, pode ter acontecido algo!
— Vamos arrombar a porta, eu ganhei o sorteio justamente!!
— Leuri, foco! Temos que achar um jeito de entrar, pode ter acontecido algo!
— Vamos arrombar a porta, eu ganhei o sorteio justamente!!
Serena ignorou os delírios da amiga e procurou uma solução. Seus olhos brilharam ao olhar para uma janela próxima.
— Só me segue!
As duas foram até a janela lateral, cuidadosamente removendo a grade que a trancava. Elas se ajudaram para se esgueirarem para dentro do laboratório, onde o ar estava gelado e silencioso. Era estranho, mas também indiciava que algo podia mesmo estar errado. Elas atravessaram o corredor, com Leuri roendo todas as unhas, e desceram as escadas.
No fundo do salão, Sycamore estava amarrado a uma cadeira, com olheiras profundas e o semblante cansado. Seus olhos estavam semicerrados, e parecia que ele mal conseguia manter-se acordado. À sua frente, dois indivíduos de laranja estavam em pé, com um ar desajeitado. Um homem e uma mulher. Pareciam encarregados de mantê-lo refém.
— Dormiu, Jojo?
— Novata, leve isso a sério! Que tipo de parceira é você? — Ele acertou um tapa na mão esquerda da mulher, derrubou seu celular no chão e rachando a tela dele.
— Ai, viado!! Ainda tô pagando, parcelei em dez vezes no mercadão de Coumarine!
— Se me soltar, eu te empresto um antigo meu — Sycamore tentou.
Leuri e Serena se agacharam para se esconderem na escada, observando a situação por baixo do corrimão. Elas estavam em choque, mas sabiam que precisavam agir rapidamente.
— Ô Serena, tudo bem se eu ir embora? — perguntou Leuri, em um sussurro que fez sua amiga esbugalhar os olhos. — Se eu levar tiro vou ficar bem chateada!
— É o meu pai ali, Leuri... — Ela choramingou, mas cerrou os punhos. — Nós... Precisamos fazer alguma coisa!!
Serena observou o laboratório ao redor, tentando pensar rápido. Ela notou três Pokeballs sobre uma bancada, ao lado das pokédexes.
— Arceus me proteja! — Leuri sussurrou, assustada e fazendo o sinal da cruz.
A mulher, com a arma na mão, estava tremendo. Ela parecia nervosa, como se fosse a primeira vez que lidava com algo assim. Sua mão vacilava, e ela olhava repetidamente para seu celular, como se estivesse mais preocupada com algo nele do que com o que estava fazendo ali.
— Vem cá bonitinho, qual é a senha do Wi-Fi? — perguntou ela, distraída, tentando digitar com uma mão só. — Tô precisando ver se caiu o dinheiro da minha rescisão na minha conta.
O homem, mais concentrado, segurava uma cápsula contendo um fragmento de cristal rosa e olhava para Sycamore com um olhar penetrante por trás de seus óculos laranja.
— Vamos tentar de novo... Não precisamos machucar você, estamos aqui apenas por informações. Colabore, o que foi que você descobriu sobre o labirinto? — ele perguntou, sua voz mais grave.
Sycamore, com dificuldade, bocejou e balançou a cabeça.
— E eu vou responder de novo. Não sei de nada... — respondeu ele, como se estivesse à beira do sono. — Não... Sei... de... nada...
O homem franziu a testa, frustrado. Ele se aproximou mais de Sycamore, mas antes que pudesse pressioná-lo novamente, a mulher o cutucou.
— Dormiu, Jojo?
— Ai, viado!! Ainda tô pagando, parcelei em dez vezes no mercadão de Coumarine!
— Se me soltar, eu te empresto um antigo meu — Sycamore tentou.
Leuri e Serena se agacharam para se esconderem na escada, observando a situação por baixo do corrimão. Elas estavam em choque, mas sabiam que precisavam agir rapidamente.
— É o meu pai ali, Leuri... — Ela choramingou, mas cerrou os punhos. — Nós... Precisamos fazer alguma coisa!!
Serena observou o laboratório ao redor, tentando pensar rápido. Ela notou três Pokeballs sobre uma bancada, ao lado das pokédexes.
— Temos uma chance. Vamos pegar os Pokémon e lutar.
— Hein?! — Leuri arregalou os olhos. — Cê tá maluca?!
Leuri não entendeu de primeira quando Serena se levantou e respirou fundo, então saiu cantarolando e saltitando pelos degraus da escada. O homem se assustou, achava que estavam sozinhos ali, e estalou os dedos para a mulher apontar a arma. Serena fingiu não perceber a situação, e se aproximou.
— Não entendi o que você quis insinuar sobre mulheres loiras — retrucou a mulher, cruzando os braços e esquecendo brevemente de manter a arma firme. Serena percebeu a oportunidade e seu sorriso mudou, tornando-se astuto.
— Agora, Leuri! — gritou o mais alto que pode.
As cápsulas se abriram no ar, e dois Pokémon saltaram para fora delas. O primeiro, um porco-espinho bípede e empolgado, e o segundo, um sapinho azul tranquilo, com espuma ao redor do pescoço, que caía como um cachecol.
— Chesp! — exclamou o primeiro.
— Fro! — respondeu o outro, borbulhando sua espuma.
Leuri brilhou os olhos ao vê-los, mas logo pegou a terceira Pokeball e a lançou para Serena.
— Pega!!
Serena saltou, pegando a cápsula no ar, e a arremessou contra a mulher armada. A raposa com pelos corais que saiu da cápsula a fez cair para trás, então espirrou brasas na direção dela, que usou a arma para se proteger, colocando-a à frente do fogo e danificando-a. Sycamore soltou um suspiro de alívio misturado com nervosismo.
— Ai que droga!!
Serena saltou, pegando a cápsula no ar, e a arremessou contra a mulher armada. A raposa com pelos corais que saiu da cápsula a fez cair para trás, então espirrou brasas na direção dela, que usou a arma para se proteger, colocando-a à frente do fogo e danificando-a. Sycamore soltou um suspiro de alívio misturado com nervosismo.
— Fokko! — A raposinha se mostrou orgulhosa e Serena também, agora as duas exibiam o mesmo sorriso confiante.
Leuri e os outros dois Pokemon se chegaram para perto dela, e Leuri reparou na expressão de Serena e da raposa, percebendo que já pareciam se entender.
— Vocês duas... Isso foi arriscado demais! — exclamou o Professor, mas uma faísca de orgulho brilhou em sua expressão.
— O que significa isso?! Você não verificou se estávamos sozinhos com ele no laboratório?! — gritou o homem, apontando o dedo trêmulo para a sua parceira.
A mulher se recuperou rápido, limpando seu uniforme laranja e se levantando ao lado do homem, que repousou o fragmento de cristal encapsulado no chão e sacou uma Pokeball, impaciente.
— Eu vou incluir isso no meu relatório — disse, olhando de canto para a mulher, que pareceu mais nervosa. — Electrike!
De sua Pokeball, um lobinho elétrico foi liberado, rosnando com determinação. A mulher, não perdendo tempo, chamou seu Zubat, um morceguinho que surgiu de sua Love Ball, cercado por coraçõezinhos que rapidamente se dissiparam no ar.
— Meninas — chamou Sycamore, fazendo-as olhar para trás. — Esses Pokémon podem dar conta deles! Esse é o primeiro desafio de vocês!!
Leuri e os outros dois Pokemon se chegaram para perto dela, e Leuri reparou na expressão de Serena e da raposa, percebendo que já pareciam se entender.
— O que significa isso?! Você não verificou se estávamos sozinhos com ele no laboratório?! — gritou o homem, apontando o dedo trêmulo para a sua parceira.
De sua Pokeball, um lobinho elétrico foi liberado, rosnando com determinação. A mulher, não perdendo tempo, chamou seu Zubat, um morceguinho que surgiu de sua Love Ball, cercado por coraçõezinhos que rapidamente se dissiparam no ar.
Com um movimento ágil, Zubat voou até o teto, emitindo uma onda de som intensa que reverberou no laboratório, incomodando os três Pokemon com Leuri e Serena.
— Serena, peça para Fennekin usar Ember! — Sycamore pediu, se balançando na cadeira.
— Fennekin... — Ela repetiu o nome, olhando para a raposinha, mas esticou o braço e comandou. — Use Ember!
— Fenneee!
A raposinha se arrepiou, saltando com agilidade e assoprando uma rajada de brasas diretamente em Electrike, que recuou, sentindo o calor. Em seguida, Fennekin mirou Zubat, forçando o morcego a interromper seu movimento devido à ardência.
— Vai, verdinho! — Leuri deu um empurrão nas costas do porco espinho. — Use Ember também!
— Ches?!
Confuso, o Pokemon não faz nada, e Leuri o olha sem entender. Ela tenta comandar de novo, fazendo poses diferentes e até provando o chapéu de Serena, mas não resultava. O sapinho bateu em sua própria testa vendo aquilo.
— Professor, que coisa feia, oferecendo Pokemon com defeito no sorteio! Se eu soubesse nem teria me inscrito, isso é propaganda enganosa!
— Leuri, este é um Chespin, ele é um Pokemon do tipo planta que conhece o golpe Vine Whip — explicou, percebendo Leuri coçando o queixo, prestando atenção para tentar entender. — Já ao lado dele tem o Froakie, que sabe usar Bubble!
— Ora... Não estamos na escola! — O homem se frustrou. — Electrike, use Thunderbolt!
Electrike carregou seu corpo com eletricidade, concentrando-se em Froakie. Seus olhos brilharam com malícia antes que ele disparasse um relâmpago, atingindo o sapo com uma força imensa. Froakie foi lançado para trás, caindo no chão com um estalo.
— Ai, coitado! — Leuri exclamou, cobrindo o rosto com as mãos. — Chespin, use Bubble!
— Mas você não faz nada?? — Leuri gritou com ele.
— Continue com Tackle! — O homem gritou para seu Electrike, que obedeceu imediatamente.
Ele avançou, rosnando com raiva, e se lançou sobre Chespin, empurrando-o contra uma parede próxima. Leuri puxava suas próprias tranças, ansiosa, vendo os Pokémon se ferirem sem poder fazer nada.
— Fennekin, vamos, use Ember no Zubat! — Ela assumiu a frente de Leuri, que reparou Froakie se levantando com dificuldade.
— Fokko! — Fennekin se levantou, concentrando-se, e lançou uma rajada de brasas sobre o morcego.
— Fennekin, preciso que faça uma coisa por mim — sussurrou Serena, sentindo o vínculo entre ambas crescer enquanto confiavam uma na outra. O calor da batalha parecia aproximá-las.
— Tenha Froakie e Chespin como alvo do Thunderbolt e acabe com isso de uma vez por todas — ordenou o homem, apontando para os dois Pokémon com Leuri.
Electrike se preparou, os músculos do corpo vibrando com eletricidade enquanto seus olhos fixavam Froakie e Chespin. O porquinho espinhudo correu para o lado, mas Froakie ficou parado, encarando o relâmpago que vinha em sua direção. Sabia que não poderia resistir, mas sua determinação não permitia que ficasse de braços cruzados.
— O que é isso? Temos um herói aqui? — o homem zombou, sorrindo de forma irônica.
— Fro... — Froakie tentava rosnar para intimidar, mas ouviu o homem rindo.
— Você é patético. Não tem a menor chance contra o meu Electrike — ele continuou, e Froakie sentiu o suor escorrendo.
— Eu vou te tirar daqui!
Naquele momento, algo dentro dela a fez agir. Correu em direção a Froakie, agarrando-o com força e correndo para longe da trajetória do Thunderbolt. O raio quase atingiu nos seus pés, fazendo-a tropeçar e cair de bruços, mas ela não se importou. Seu único pensamento era protegê-lo.
Froakie, surpreso com a coragem de Leuri, se livrou da paralisia momentaneamente, saltando para o chão, impressionado.
Froakie, surpreso com a coragem de Leuri, se livrou da paralisia momentaneamente, saltando para o chão, impressionado.
— Está tudo bem com você, Froakie? — Leuri perguntou, observando o Pokemon com os olhos brilhantes. Agora sentia as dores da queda.
— Froakie! — o sapinho desafiou, chamando-os com as mãos.
— Ora, ele quer mais? — o homem riu, confiante. — Mostre a ele!
O morcego rodeou Electrike antes de executar seu movimento, este que não entendeu muito bem o motivo disso. Suas asas acenderam com uma camada extra de energia vazando para todas as direções, de forma que seu voo deixava um rastro luminoso pelo ar. Froakie o encarou vindo em sua direção e saltou, afundando as mãos no monte de espuma atrás de suas costas e o moldando para formar um laço, assim agarrando Zubat e parando-o no ar.
Electrike arrepiou todo o seu corpo, que brilhou intensamente como se fosse iluminado por um raio-X, revelando até os contornos de seus ossos. Então, com um movimento brusco, um raio se desprendeu de seu corpo e seguiu pelo ar, indo em direção a Froakie.
— Froaaaaaaakie!! — O sapinho arremessou o laço de espuma com Zubat contra o raio, eletrocutando o morcego e fazendo-o cair por cima de Electrike.
— É isso aí, Froakie, você é o melhor!! — Leuri bateu palmas, ainda sentada no carpete, e o sapinho estufou o peito orgulhoso.
Nesse instante, um som cortante de algo rasgando preencheu o ar, e todos na sala se viram para Sycamore. Fennekin havia cortado as cordas com suas garras após gastá-las com suas brasas, e agora Sycamore estava livre, recebendo ajuda do Vine Whip de Chespin para ficar de pé.
— Vocês dois vão sair daqui agora. — Ele ergueu uma Pokeball, e de dentro dela saiu um imponente leão que cuspiu um jato de chamas na direção de Zubat e Electrike, deixando-os tostados.
— Raaaawr! — O leão avançou, afastando os Pokémon caídos, permitindo que Lysandre recuperasse a cápsula com o fragmento de cristal.
Leuri, ainda sentindo a tensão no ar, percebeu só agora a altura impressionante de Lysandre. No entanto, foi Serena quem ficou totalmente hipnotizada pela força do Pyroar. Suas pupilas se dilataram ao ver o fogo que consumiu o ar ao redor, sentindo o calor que queimava no ambiente. Fennekin olhou para Serena nesse momento, e a loira sentiu uma chama acender dentro de si. As duas sabiam que precisavam alcançar aquele poder.
— Um Pyroar?! — O homem de laranja quase deixou os óculos caírem, visivelmente aterrorizado. — Não temos como fazer nada contra isso!
— Eu vou é salvar meu outro celular e dar o fora daqui! — Sua parceira, nervosa, começou a recolher os Pokémon e a correr para fora do laboratório, com o companheiro o seguindo apressadamente.
Lysandre lançou um olhar de desprezo para os dois, mas não os impediu de fugir. Pyroar tentou avançar atrás deles, mas foi imediatamente contido ao ser regressado para sua Pokeball. Ele então voltou sua atenção para Leuri e Serena.
— Fizeram um bom trabalho protegendo meu velho amigo — ele disse, e as duas se voltaram para o Professor, preocupadas.
— Fizeram um bom trabalho protegendo meu velho amigo — ele disse, e as duas se voltaram para o Professor, preocupadas.
— Pai... eu fiquei tão preocupada! — A voz de Serena tremia, e seu corpo estava apertado pela ansiedade que finalmente começava a ceder. Sycamore, após o choque, pareceu acordar e a envolveu nos braços.
— Escutei o barulho lá da minha cafeteria e vim verificar o que aconteceu. Sorte que todos estão bem. — Lysandre falou, mostrando um sorriso amigo. Então, entregou a capsula com o cristal, sem antes dar uma boa olhada nela.
— Obrigado, Lysandre! Você realmente é um grande amigo... Estou te devendo essa! — Ele ainda parecia tentar processar a rapidez com que a situação se desenrolara. Encarou fixamente a capsula, assim como Leuri, Serena e os três Pokemon. — Eles estavam interessados na minha pesquisa... Mas foi tão repentino.
Serena, ainda abraçada ao pai, sorriu levemente, enxugando os olhos.
— Lysandre está sempre nos salvando! — Ela disse com gratidão, tentando controlar a respiração.
Lysandre deu um leve sorriso, acenando com a mão como se tudo não fosse nada demais.
— Ora, que é isso! Apenas faço o que é certo... Tudo pelo futuro de Kalos, não acha? — Seu tom era tranquilo, mas havia algo por trás de suas palavras que Leuri não pôde deixar de notar.
Com a mente ainda em turbilhão, finalmente ela fez a conexão e soltou a bomba:
— Essa frase... Eu sabia que o conhecia! Você é o dono daquela empresa! — Exclamou, apontando para Lysandre. — Aaaaaaaaaah! Rico!!
Lysandre riu levemente, sem perder a postura, e tirou um cartão de seu bolso. Mantendo seu sorriso, ele entregou-o para Leuri.
— Lysandre Labs. A companhia de tecnologia que trabalha pelo futuro de Kalos. — Disse ele, com orgulho evidente na voz.
Sycamore, então, deu um passo à frente, querendo quebrar um pouco a tensão que se formava entre todos, mas com um toque de carinho em suas palavras.
— Não sei se é o momento exato, mas já que estamos todos aqui... Vamos nos distrair um pouco! Calem ainda não chegou, mas vocês têm o direito de pegar seus Pokémon. Afinal, depois de tudo que passaram, merecem isso. Deixe-me apresentá-los. — Ele fez uma pausa, olhando para Serena e Leuri com um brilho de esperança nos olhos.
— Pai... Eu acho que não precisa — disse Serena, se abaixando diante de Fennekin, que a olhou surpresa. — Fennekin e eu nos conectamos durante a batalha... Eu sinto que é ela! Ela é a minha parceira, não poderia ser diferente!
— Ora! — O Professor sorriu, cansado, mas parecendo emotivo. Serena aproximou a Pokeball da raposinha, sorrindo, e ela encostou suas patinhas. — Parece que ela pensa da mesma forma!
— Obrigada... Fennekin. — Serena levou a Pokeball ao peito, fechando os olhos.
— Ora! — O Professor sorriu, cansado, mas parecendo emotivo. Serena aproximou a Pokeball da raposinha, sorrindo, e ela encostou suas patinhas. — Parece que ela pensa da mesma forma!
— Froakie é tão corajoso... Quer mesmo vir comigo? — Ela perguntou ao sapinho, que sorriu e saltou para seus braços.
— Froa! — Ele tocou seu nariz, a fazendo rir.
— Você me inspirou de verdade hoje, Froakie... Eu quero retribuir a altura! Te prometo que nunca mais vou deixar que te machuquem. Seremos grandes amigos, se... se quiser vir comigo. Você quer?
Exibindo um sorriso no rosto como se dissesse "Dããã, é óbvio!", Froakie abraçou Leuri com força, que retribui, sorrindo e girando com ele. Serena, Sycamore e Lysandre observam, felizes pelos dois.
— Com um Pokemon as acompanhando, já podem ser consideradas treinadoras. Independente do que forem se especializar, e como estava no regulamento do sorteio, certamente a Pokédex irá ajudá-las. — Ele entregou os dispositivos retangulares para Leuri e Serena, que davam gritinhos animadas. — Poderão consultar informações documentadas pelo inventor Juniper, registrar novas que descobrirem, tirar fotos... Aproveitem para explorarem bem!
— É muito linda! Quanto será que pagam nela? — Leuri perguntou ao Froakie, que deu os ombros.
— É muito linda! Quanto será que pagam nela? — Leuri perguntou ao Froakie, que deu os ombros.
— Fennekin e eu chegaremos até a Liga Pokemon juntas! Venceremos todos os oponentes, até mesmo a campeã! — Voltou a gritar seu sonho, como gostava de fazer.
— Froakie e eu vamos conhecer muitos lugares legais — disse Leuri, vendo o sapinho concordar com a cabeça. — Afinal, foi uma promessa!
— Mas pai... E esse cristal? — Serena apontou para a capsula nos braços do pai. — Eles mencionaram um labirinto...
Lysandre olhou interessado para o amigo, enquanto Leuri e Serena brincavam sobre aquilo ser um mistério, criando teorias viajadas. Foi quando mais duas pessoas adentraram o laboratório, uma moça fardada como policial parecendo bastante nervosa, e o jardineiro de antes.
— Ali, é aquele ali que me ignorou e me faz trabalhar em escala 6x1! — O Jardineiro apontou sua tesoura para Sycamore.
— Denúncia anônima? — Serena ficou curiosa.
— Que bom que tinha alguém preocupado com a gente! — exclamou Leuri.
Observando-as sentado no galho de uma árvore, um garoto de casaco azul assistia um vídeo em seu celular, onde a repórter Malva anunciava Leuri, Serena e Calem como os três nomes sorteados no programa de incentivo para novos Treinadores, iniciativa da Lysandre Labs.
Oi Daviiiizinhooo finalmente li o capítulo 2! Ai eu amei muito o começo descrevendo Lumiose, durante minha jornada no jogo, minha sensação de patinar pela cidade era a mesma que descreveu na Serena... Sdds de jogar, pena que meu 3ds tá com defeitinho na bateria... Mas voltando, a cada cap eu amo mais a personalidade da Leuri! Ela falando na cara que ia usar a foto editada do Sycamore pra limpar as pokeballs foi demais hahaha! E Team Flare aparece, mas como sempre capangas são burros e usam os pokés mais fraquinhos hah! Eu tô bem curiosa quanto ao Sundial e o que ele pode fazer. E se o Lysandre daqui for igual no jogo, ele é muito cara de pau de querer bancar o herói né? Que falsiane aaaaah! E esse finalzinho com o Carbink!! Tadinhos, parece que foram atacados, tô preocupada... Não vejo a hora dele e Leury ficarem amigos! Enfim, obrigada por mais esse cap, Davi, eu amei!
ResponderExcluirLer isto me deu uma vontade enorme de escrever um cap 1 de novo xD Adoro começos de jornada e ver Leuri assim é simplesmente brilhante. adoro esta fanfic, adoro essa personagem e adoro o mundo que você criou aqui.
ResponderExcluirNovamente dá para reparar na maior atenção ao detalhe que você teve, gostei de como se movimentaram pela cidade, era como se estivessem apontando as lojas e os locais para visitar e então terminaram no laboratório.
A Team Flare faz aqui sua estreia tentando descobrir o que Sycamore sabe sobre o Sundial, ao que ele responde que só sabe sobre o Moondial e, ofendidos, a Team Flare o levam para o quarto e... espera, anime errado.
O que queria dizer é que gostei como que os apresentou aqui, é uma chance de os ver no começo e como se tornaram aquilo que conhecemos hoje, alias isso se aplica para todos os personagens.
Algo me diz que a Grace vai deitar as mãos áquela foto e substituir a imagem de Jesus à sua cabeceira com essa foto...
Adorei que acrescentou cena do Carbink no final, no geral foi uma otima apresentação.
Este e o anterior ligam na perfeição, adorei tudo mesmo.
A cena da Leuri com o Chespin foi perfeita, tadinho dele fiqquei com imensa pena e espero que ele encontre um bom treinador... se não encontrar, eu fico com ele!
Ah e o Lysandre salvando o dia foi ótimo também, amigão do Sycamore... muito amigos que eles são rsrsrsrs
As alterações ficaram muito boas, gostei da ideia do fragmento de algo mais que o Sycamore está pesquisando. Achei as falas da Serena e Leuri melhor desenvolvidas e no geral parece um capítulo novo àquele apresentado anteriormente, mesmo mantendo o essencial.
ExcluirParabéns por conseguir postar antes do final do ano, aos poucos vai recuperando a vontade de voltar =P
Finalmente li o capitulo aeeee \o/ Gostei bastante do capitulo gostei de como a Leuri e a Serena se conectaram com os seus respectivos Pokémon, criando um forte laço de amizade. O mais legal é ver quanto a Leuri evoluiu e o quanto ela aprendeu, coitado do Chespin que não sabia que fazer com os comandos da Leuri, já Serena na época já tinha noção de batalha mas mesmo assim ela também evoluiu é muito bom rever esse inicio de jornada das duas faz a gente pensar em todo o desenvolvimento que elas tiveram. Ri com os recrutas todo atrapalhados e tivemos Lysandre salvando o dia mais uma vez e tivemos a primeira aparição do Diego que como um cidadão de bem ligou para o 190 e por fim o Carbink aparecendo no final. Resumindo o capitulo estava bom demais, to adorando rever a jornada da Leuri por Kalos, ansioso pelos próximos capitulos ^^ continuaaaa :3
ResponderExcluirGostei dessa nova versão do capitulo, o lance do fragmento eu achei bastante interessante, me lembrou um lance de filme de Pokémon, sei la tive essa sensação. As falas que já eram boas ficaram ainda melhores e eu sinto que depois desses mais de 2 anos desde que tinha posta a versão anterior sinto que realmente era o que você queria para o capitulo e ansioso pra ler mais novas versões dos capitulos de Kalos, gostam bastante de acompanhar essa primeira aventura da Leuri. Continuaaa o/
Excluir