Capítulo 58: Sabotagens.

~Crooak! — A Toxicroak saltou e cuspiu vários pedaços de lodo para frente, apagando pilares de fogo que se erguiam ao seu redor, num campo de batalha laranja.

 — Você acha que pode vencer contra o melhor dos discípulos de Kabu? — O rapaz parecia ter chamas nos olhos de tão envolvido que estava no combate. Em sua frente, um Magmar e um Carkol ofegantes.

    Do outro lado do campo, Marnie nem prestava atenção nele, não o respondendo. Sua Toxicroak saltou para as costas de Lycanroc, que uivou como se desse um grito de guerra.

    Petrificando sua cabeça e suas garras, Lycanroc corre e deixa marcas no campo. Do outro lado, Carkol desliza como um vagão em trilhos, com seu carvão queimando intensamente. Os dois colidem e Carkol é arremessado para longe.

    Magmar tomou seu lugar e tentou socar Lycanroc, mas este se curvou e Toxicroak saltou de suas costas, o espetando sua unha pingando veneno. Magmar recua e Lycanroc rodopia, golpeando seu joelho com a cauda. Assim, o Pokemon cai.

"PERFEITO USO DE TRABALHO EM EQUIPE! ISSO CLASSIFICA MARNIE PARA A SEMIFINAL!!!"

MARNIE NOS DEFENDE, MARNIE É DIFERENTE! MARNIE VAI VENCER, NÃO TEM O QUE FAZER!

    A torcida de Marnie, composta por diversas pessoas com estilos de cabelos punks, rostos pintados com um X escuro, gargantilhas, braceletes de espinhos e roupas em trapos. Se intitulavam Team Yell e não perdiam mais nenhum combate dela. Seus gritos, cartazes com a foto de Marnie e cornetas assustavam outros torcedores, que não aplaudiam a vitória.

    Numa pequena sala de bastidores, Marnie bebia água, trazida por Drizzile. Shellder vinha logo atrás com uma toalha, mas ela não suava. Os dois Pokemon se juntaram em frente ao Rotom Phone dela.

"Estou muito satisfeito com o feedback do último vídeo! Todos estão falando como se sentem e interagindo nos comentários, então resolvi ler as melhores respostas e..."

Marnie: Vocês dois, parem de assistir essa perda de tempo! — Ela tirou o celular deles e pausou o vídeo. — Mas isso me lembra... Tenho que fazer uma ligação.

~Shell? — Shellder olhou cabisbaixo para Marnie, que não o notava. Drizzile o pegou nos braços e se sentou ao lado da garota, que levava o celular ao ouvido.

Marnie: Obstagoon, estou enviando o Greedent — disse, mas sua resposta foi algo como um rugido. — Hmm. Sabe o que fazer, não é? Só aperte o botão que te mostrei e a substituição será completa, preciso do Morgrem.

    Outro rugido foi sua resposta, mas Marnie percebeu a Pokeball ao seu lado travar e encolher. Ela pegou outra na bolsa, uma Dusk Ball, que agora aumentava para seu tamanho normal. Sem falar mais nada, desligou a ligação.

 — Não imaginaria que alguém como você fosse chegar na final do campeonato de duplas de Motostoke — disse a oponente de Marnie, que agora estava do outro lado do campo. — Está certo que o clube não é tão popular e temos poucos competidores nos torneios semanais... Mas não tem chances de uma treinadora qualquer vencer quando eu estou aqui! 

Marnie: Aham... E você, quem é mesmo?

 — Que ousadia! Sou a melhor entre os discípulos de Kabu!!

Manrie: Hmm, é mesmo? Todos os outros que enfrentei até agora falaram o mesmo.

 — O quê?!

    Percebendo um momento de confusão na garota, Marnie estende o braço para comandar.

Marnie: Morgrem, Play Rough! Liepard, o dê assistência!

    Saltando para o rosto de um Simisear, Morgrem o sufoca com seus cabelos. O macaco tenta de tudo para arrancá-lo e recuperar a visão, mas não conseguia e já ficava tonto.

 — Você vai pagar por isso! Heatmor, Fire Spin!

    Heatmor colocou sua língua para fora e ela se incendiou, formando espirais que cercam o corpo de Simisear. Morgrem não aguentou o calor e largou seu rosto, escapando das espirais.

    Revidando, Simisear cuspiu fogo para cima de Morgrem, que se jogou de barriga no chão e colocou a língua para fora. Marnie sorriu ao ouvir a risada da oponente.

    Dando cobertura para Morgrem, Liepard buscou por sombras e mergulhou suas garras nelas, formando um sabre obscuro. Ela faz um corte na língua de Heatmor, que geme de dor. Em seguida, chuta areia para seu rosto e o dá um chute na barriga, o fazendo cair de costas.

    Abrindo caminho entre as espirais de fogo, Simisear tinha seu corpo quente e seus punhos em chamas. Ele dá vários socos no próprio peito para mostrar sua força e parte para cima de Liepard, que se mantém parada como Marnie comandou. Então, o macaco não consegue alcançá-la, não entendendo o motivo.

 — Oh, mas é claro! False Surrender! — Ela percebeu tarde demais.

    Morgrem havia amarrado seus cabelos espinhosos ao redor do tornozelo de Simisear e agora o puxava para trás, arrastando-o pelo chão antes de arremessá-lo para cima e o encher de socos e arranhões; Play Rough, assim como Marnie elaborou. O macaco caiu por cima de Heatmor e a luta foi dada como encerrada.

Marnie: Mas que prêmio meia boca e nada a ver com o lugar... — murmurava andando pelas calçadas de Motostoke, com uma caixinha em mãos.

Marnie: Aposto que trocaram o prêmio só porque eu que venci — concluiu, encarando o colar em forma de gota, com água dentro. Ela o guardou em sua mochila e jogou a caixa numa lata de lixo, o que pareceu agradar alguns Trubbish.

    Subindo numa plataforma de pedra movida por engrenagens, Marnie chegou ao segundo andar da cidade, tossindo com a fumaça das máquinas. Ela se vê diante do grande estádio de Motostoke, onde já havia estado duas vezes e não conseguiu vencer Kabu em nenhuma delas.

Marnie: Estou pronta para isso...

 — É claro que está! Haha!! — Ela ouviu uma voz conhecida e se virou de lado.

Hop: Veja se não é a minha melhor amiga Marnie! — Ele colocou as mãos nos ombros de Marnie, que se soltou logo.

Marnie: Definitivamente não é, talvez ela tenha saído da região ou tenha morrido.

Hop: Uh? Sério? Droga, ela nem me avisou!

Bede: Não seja burro, cabeção. — Apareceu por trás de Hop, o dando um tapa na cabeça. — Marnie, vejo que ainda não trocou essa jaqueta por uma rosa.

Hop: Ahh! Marnie está viva! 

Marnie: É claro que estou, Hop. Mas saia do caminho, hoje quero pegar a insígnia do Kabu, finalmente.

Hop: Hey! Eu também estou treinando para isso!

Bede: Ainda não conseguiu a dele? Então estou na frente! Só me faltam duas insígnias! Estou me saindo bem e me sinto tão mais leve desde que falei para a Opal como me sinto.

Marnie: Na verdade, isso é bem legal. Que bom para você.

Bede: Passei um bom tempo sozinho treinando com meu time e vim fazer uma visita ao Hop. Ele me avisou que também estaria aqui, então quero uma batalha.

Marnie: Te avisou...? Hop, você estava me seguindo?!

Hop: Sim!

Marnie: Se não fosse você eu ficaria preocupada, mas te conheço e é só um esquisitão mesmo.

Bede: Hey, mas não sou egoísta, posso esperar sua batalha acabar para chegar a minha vez.

Hop: Vamos falar com o Kabu! Não tem como dar errado!

Kabu: Nop. Não. Não mesmo, sem chances de batalharmos hoje e algum dia.

    Agora os três estavam com Kabu, que saía da sauna do estádio e se enxugava com uma toalha branca.

Marnie: Eu venci Milo, Nessa, Allister, Opal e Raihan! Sei que sou completamente capaz de derrotá-lo agora.

Kabu: Sinto muito, garota. Você teve a sua chance. E quanto a Hop, o espero para uma revanche quando estiver pronto.

Marnie: Isso... Eu sei qual é o motivo... — Ela cerra os punhos, abaixando a cabeça. Kabu engole em seco. — Aqueles dois irmãos idiotas o convenceram, não foi? Te ameaçaram de perder seu cargo, patrocínio ou qualquer coisa estúpida, não é?!

    Sem responder, Kabu apenas a encara, parado no mesmo lugar. Marnie levantou a cabeça, a franja tampando um de seus olhos.

Marnie: Eu vou caçar aqueles dois! Você vai ter que lutar comigo depois que eu..

Bede: Marnie — interrompeu, segurando no braço dela. Dessa vez, ela não se soltou. — Vamos sair daqui, tudo bem?

    Em uma parte residencial da cidade, algumas crianças e um Skwovet brincavam de pique. Marnie sentou-se num banco, com Hop e Bede ao seu lado.

Hop: Eu sinto muito, não sabia que aqueles dois estiveram te sabotando esse tempo todo... Deve ter sido muito difícil.

Marnie: Estou cansada desses dois! Não sei o que querem comigo, mas eu não aguento mais isso...

Bede: Corte essa história de que não aguenta mais! Somos seus amigos e vamos te ajudar com isso.

Marnie: Como?

Hop: Você pode falar com eles — disse e Marnie segurou o riso. — Há o Museu do Estaleiro aqui na cidade, Leon estará lá hoje junto com a realeza de Galar. 

Bede: É um evento exclusivo, sem chances de entrarmos.

Hop: Tcharam! — Ele levanta alguns bilhetes dourados. — Tenho três entradas! Eu sou o irmão do Leon, esqueceram? 

Marnie: Oh, não é como se você nos deixasse esquecer... — Ela sorriu de lado, mudando sua expressão. — Iremos ao evento e vou falar com aqueles dois, esse é o plano.

Bede: Ei — chamou pela garota, que já se levantava. — Você vai só conversar com eles. Me garanta que não vai agir precipitada e colocar tudo que construiu a perder.

Marnie: É claro. Prometo.

    A orquestra do museu tornava o ambiente chique e aconchegante. O evento era mesmo exclusivo para repórteres e importantes nomes na região, que estranharam Hop, Marnie e Bede entrando. Tratava-se de uma construção de arquitetura antiga, com corredores de piso desenhado, laterais folheadas a ouro e diversos lustres e azulejos com desenhos de navios. Marnie escutou vozes parecidas que a incomodavam, sabendo quem eram.

Espadarnaldo: Bom, bom. É ótimo recebê-los em nosso amado museu do legado de nossa família.

Escudoberto: Como já devem estar cientes, publicamos o livro que conta a verdadeira história de nossos antepassados.

    Os dois caminhavam pelos corredores do museu enquanto eram fotografados sem parar. O Campeão Leon os acompanhava, mesmo que parecendo alheio ao que diziam. Marnie reparou em diversas peças da exposição cobertas e sem as placas informativas que costumavam ter.

Espadarnaldo: Infelizmente, com o passar dos anos, a história se distorceu. Estamos aqui para continuar nosso processo de reparação e deixar claro de uma vez por todas que nunca existiu um viking monarca.

Escudoberto: Oh, essa história me dá nos nervos... Como engoliram isso? Um único herói que enfrentou um alienígena? Oh, valha-me!

Marnie: Eles continuam tentando mudar a história dos livros... — murmurou, lembrando-se das tapeçarias de Hammerlocke, nunca antes vistas pelo público mas que foram apresentadas para retratar a nova versão que contavam.

Repórter: Minha realeza, vocês eram defensores da história desse museu, o que abriu os seus olhos para a nova versão dos dois heróis? Onde descobriram a verdade? E a espada e o escudo do altar?

Espadarnaldo: Tanto a espada como o escudo nunca foram encontrados, logo se perderam na história. O altar foi uma invenção das pessoas, se ele realmente existisse, nós já teríamos ido até lá.

Escudoberto: Podem conferir todas as respostas em nosso livro, novamente. Mas resumindo, os primeiros Reis de Galar, conhecidos como soberanos dessa terra, repeliram a calamidade e foram consagrados como os dois heróis.

Espadarnaldo: Não foram vikings com suas armas! O que realmente importa nessa história é o poder do desejo!

Escudoberto: Sim, o verdadeiro desejo! Foi a maravilhosa energia do Dynamax que salvou Galar! Tudo que somos hoje é por conta dessa benção que nos foi dada para que desfrutemos durante a eternidade!

    Os dois discursavam alto para todos, com os olhos brilhando de empolgação. As câmeras os filmavam com um zoom que também mostrava a repórter chocada atrás deles.

Hop: Eles são muito convincentes!

Bede: Ainda parecem suspeitos.

Leon: Muito bem, é uma honra ter sido convidado pela realeza! Eu utilizo o Dynamax em minhas batalhas e sinto o meu desejo explodir de tão forte quando faço isso! O poder dessa energia não tem limites!

Espadarnaldo: Muito bem dito, Campeão. O Dynamax só nos traz benefícios e você é uma prova viva disso. Que outra região prosperou tanto em batalhas como a nossa? Nossos estádios lotados de torcedores que presenciam nosso exclusivo fenômeno!

Marnie: Então qual é o motivo de sabotarem seus competidores? — Sua voz cortou o discurso dos dois irmãos. As pessoas abriram espaço e Marnie os encarou.

Espadarnaldo: O q-que está fazendo aqui?

Escudoberto: A pergunta é, quem é essa menina? — Ele pisou no pé do irmão. — Nunca a vimos, garota.

Marnie: Falsos! Vocês convenceram Raihan e Kabu a me recusarem em seus ginásios!

    Um "Ooooh" coletivo ecoou pelas pessoas. Ainda estavam gravando e os dois irmãos tentaram disfarçar.

Escudoberto: Chega, já estou cansado de você!

Espadarnaldo: Por favor, algum segurança pode guiar essa menina para fora de nosso estimado museu?

Marnie: Não vou permitir! — Ela puxou uma Dusk Ball de dentro de sua jaqueta e Bede arregalou os olhos. — Morgrem!

    Saltando para fora da capsula, Morgrem esticou seu cabelo como uma lâmina até o pescoço de Espadarnaldo, mas seu irmão o puxou, salvando-o.

Bede: Pare com isso! Marnie, você prometeu!

Marnie: Vocês foram úteis.

Bede: Você nos usou... Eu confiei em você, a contei coisas que jamais contaria para qualquer um!!

Marnie: Ninguém vai ficar no meu caminho. — Ela se voltou para os dois irmãos, que recuaram. — Morgrem, Play Rough!

~Raaaa!!

    Antes que Morgrem conseguisse alcançar os dois irmãos, ele foi chutado pelos dois pés flamejantes de um Raboot. Marnie se virou para Hop e o viu com lágrimas nos olhos.

Hop: Não faça isso!

Leon: Hop! — Ele corou, vendo seu irmão ali.

Marnie: Argh!!

    Liberando Liepard, Marnie a comanda para atacar Raboot. A felina afia suas garras e as aumenta de tamanho, se esforçando para atingir o coelho. Quando consegue, ele cai gritando de dor e Hop se agacha para segurá-lo antes que colidisse com o chão.

Marnie: Você... — Ela encarou Hop, que agora recebia a ajuda de Bede. — Você mancha a reputação do seu irmão.

Hop: E-Eu... — Sentindo-se quebrado, ele abaixa a cabeça, mas Raboot se levanta de seus braços e seu corpo é envolto num brilho intenso.

GRAAAAAAAAAAAAAAAORRRR!!!

    O rugido interrompe o combate, com todos olhando para a frente. Raboot também para de brilhar e volta aos braços de Hop.

Leon: Já chega. Deletem a filmagem, pedido do Campeão — disse e Charizard rugiu de novo, amedrontando os repórteres que concordaram. — Venha comigo, Marnie. Vamos conversar lá fora.

Marnie: Mas...! — Ela viu Charizard agarrar Liepard e Morgrem. Sem escolhas, acompanhou Leon para fora do museu.

    De joelhos e com as mãos no chão, Bede sentia-se traído. Lágrimas caíram no chão enquanto ouvia todos comentando do que aconteceu.

Hop: Bede...

Bede: Vá embora, Hop. Você é insuportável, vá correndo atrás do seu irmão como sempre faz — disse, ainda na mesma posição. Hop cerrou o olhar, mas se manteve de pé.

Hop: Você está triste. Eu não vou a lugar algum.

Bede: Eu gostava muito da Marnie, mesmo que eu não admitisse... Por isso dói tanto? — Ele enxuga as lágrimas e Hop o estende a mão para se levantar. — Eu já fiz alguém se sentir dessa forma, traído... Isso é tão ruim, dói tanto... Suma da minha frente, vá embora! Eu não sou uma boa pessoa que vai te aturar, não sou o Leon!

Hop: Não é só o meu irmão que tem qualidades! Eu aprendi a reconhecer os outros... E eu também gosto muito de você! — gritou para o menino, que o encarou confuso. — Eu sei o que significa quando você fala comigo assim, mas dessa vez, o que a Marnie falou... Eu não esperava nada disso dela. Eu...

    Vendo Hop virar de costas e encolher os ombros, Bede suspirou. O restante dos repórteres havia seguido os irmãos da realeza para continuar o evento.

Marnie: Me solta! Eu tenho que voltar lá e acabar com eles! Eu só quero ficar mais forte, eles estão tentando me impedir! — reclamava enquanto Leon tentava acalmá-la na frente do museu, agora com a entrada bloqueada por dois seguranças fortões. — Aaaargh! Liepard, Morgrem!

    Rodeando Charizard, Liepard e Morgrem iniciam ataques, cada um de um lado. Leon arregala os olhos e Marnie sente seus olhos molharem, mas segura o choro.

    Quando os dois Pokemon saltaram para cima dele, Charizard banhou suas garras em energia e elas assumiram formas maiores. Entre suas garras, os dois Pokemon ficaram presos e ele os colidiu, jogando-os para o chão inconscientes.

Marnie: Só quero... Ficar mais forte...

Leon: Eu entendo isso, mas precisa esperar! Se não fizer isso, nunca vai conseguir nada porque sempre estragará tudo!

Marnie: Eu já esperei por tempo demais! — Ela regressa seus dois Pokemon, o encarando.

Leon: Sair atacando os outros não é a solução. Pelo contrário... Quem sai machucada é você. — Ele olhou de canto e Marnie suspirou, virando as costas e correndo para longe dali.

Bede: Ele falou como um verdadeiro Campeão... — disse, saindo com Hop do museu. Então ouviu passos por trás e se escondeu com seu amigo.

Espadarnaldo: Dessa vez ela passou impune...

Escudoberto: Mas no próximo deslize... Ela não vai conseguir o que pretende.

    Muito longe dali, no coração de uma floresta enevoada...

    Partículas vermelhas e brilhosas se amontoavam ao redor de um altar de pedra. Por dentro dele, um clarão afastou a névoa e uma risada áspera ecoou pela floresta.

    Duas formas de lobos se projetaram no nevoeiro que restou, com suas imagens falhando. Eles se olharam, parecendo preocupados.

Continua