domingo, 19 de junho de 2022

Capítulo 61: Correndo para longe.


    No fim de uma manhã nublada em Wyndon, os Rookidee que costumavam pousar nas estátuas de Corviknight da praça central agora se recolhiam em seus ninhos. Leuri voltava para a grande torre da cidade, a cede da Macro Cosmos, onde vem prestando serviços em troca de patrocínio no Galarian Star Tournament. Ela é bem recebida por todos na recepção, aceita alguns cachecóis tricotados por Alci e Rema, chá do Polteageist que passeava pelos andares, alguns desenhos de Grookey... Até conseguir chegar ao último andar, o escritório do Chairman Rose.


Leuri: Desculpe a demora, Chairman, me pararam o caminho todo. Mas consegui, entreguei as decorações do Battle Café e verifiquei a condição do estádio de Hulbury, a manutenção da piscina está em dia e o novo modelo de uniforme da Nessa está vendendo igual água.


Rose: Oh, que ótimo! Pega, sua recompensa é o meu cartão sem limites, compre o que quiser em Wyndon. Podemos chamar todos e assistir o filme que escolher mais tarde, com sorvete, chocolates...

Leuri: Eh?!  Ela pega o cartão dourado, confusa.


Oleana: Minha querida  disse, levantando de sua cadeira e fechando seu notebook. Ela puxou Leuri para um abraço, passando a mão por seus cabelos.  Pode falar dos seus sentimentos, está bem? Estamos aqui com você, quer dar comida para os meus peixes? Eu abro uma exceção dessa vez.


Leuri: O-Oleana? É você de verdade?  Ela sai do abraço, confusa. Rose volta a falar de atividades enquanto Oleana falava de sentimentos e ela se esgueira pra fora da sala.



Andy: Leuri! Estava a procurando, fiquei sabendo que já terminou seu trabalho.

Leuri: Terminei, foi bem simples dessa vez, não estão me mandando mais pra Wild Area... Estão todos tão esquisitos, não acha?

Andy: Acho. Mas e aí, Corviknight está querendo bater as asas, tem algum lugar que queira ir para se divertir?

Leuri: Claro, eu... Espera aí, você sempre está atolado de viagens para fazer! Te pediram para me convidar, não foi?

Andy: O quê? Mas é claro que não! Somos tão amigos, não lembra aquele dia que... hum... 



Leuri: Andy...

Andy: Certo, certo, foi o Chairman! Mas vamos, cara! Você precisa se distrair!  Rose e Oleana apareceram na porta e Leuri recuou, chamando o elevador.

Leuri: Não, estou bem.  Ela entrou no elevador, mas antes que a porta se fechasse.  Já podem parar com isso, tá? Mas vou levar o cartão.


    No elevador panorâmico, Leuri passava pelos diversos setores, mas decidiu parar no laboratório de Sonia. Um grupo de Pokemon acompanhados por Grookey saíam de lá, acenando para ela.


Sonia: Prima, o que a traz aqui? Com certeza não é interessada nas minhas pesquisas.



Leuri: Na verdade estou afim de ouvir qualquer coisa diferente, o que está pesquisando?

Sonia: Você não vai acreditar!

Leuri: Ah, com certeza eu vou...  Ela sentou-se, encarando sua Wishing Star no pulso.

Sonia: Talvez exista uma relação além da composição entre as Wishing Stars. Elas parecem fragmentos de um mesmo corpo... É esquisito, mas estou chegando em algo! Acredito que com os resultados dessa pesquisa poderei alcançar o controle máximo da energia que flui dentro delas e simplificar o trabalho que dá para extrair seu poder para energizar toda Galar. Assim, tantas Wishing Stars não serão precisas para o serviço! Vovó e todos contam comigo... Não é empolgante?!
  Seus olhos brilhavam, mas Leuri já quase caía no sono.  Hey!

Leuri: Ai! Desculpa, mas ouvi tudo. É bom te ver feliz, você encontrou seu lugar aqui.

Sonia: Mas você não parece tão bem... Ou estou errada?

Leuri: Não... Eu sei que todos estão sendo mais atenciosos comigo porque sabem de tudo que aconteceu com as clones e a minha mãe. Só não quero que sintam pena de mim.

Sonia: Ah, prima, estão tentando te animar. Rose se importa muito com você, ele sente que é sua responsabilidade fazer isso.

Leuri: Mas eu estou bem!

Sonia: Mesmo? Já conversou com a sua mãe? Ela já voltou para casa.


Leuri: Não tenho nada para falar com ela.


Sonia: Se não falar, não vai entender. Não pode ignorá-la para sempre, Leuri, precisam conversar. Comigo funcionou...  Ela toca um quadro em sua mesa, com uma foto sua sorrindo com Yamper e sua avó emburrada.

Leuri: Talvez... Obrigada, Sonia.


    Deixando a empresa, Leuri decidiu caminhar pela cidade. Seu lugar preferido de Wyndon era a calçada de frente para o rio, com um cercado os separando. Ela debruçou-se e viu o reflexo trêmulo dos altos prédios e outdoors digitais. Suspirando, viu seu próprio reflexo.


Você recusou a sua herança! E agora, ela vai pagar o preço da sua ignorância.

    Imaginando seu reflexo como sua clone malvada, Leuri suou frio e se afastou, com o coração acelerado como se revivesse o momento. Decidiu que o rio não era o melhor lugar para ficar agora e continuou andando.


    Passando por um dos parques de Wyndon, Leuri reconheceu um grupo de velhinhas, as Fadas do Tricô, o time de boliche rival da Macro Cosmos. Elas mal se aguentavam em pé, mas mandavam muito bem no esporte e nesse momento praticavam ao ar livre. Porém, ao lado delas...


Honey: Venham, senhoras, venham! Estão quase acabando as cartelas de bingo e o prêmio é a nova poltrona que faz massagem.


Alci: Eu vi no comercial da TV Leon, mandei para o meu neto e ele não respondeu até hoje, esses jovens sempre tão ocupados.

Rema: Jurandinho da feira de Wedgehurst comprou uma, ele disse que é uma maravilha. Se eu ganhar vou dar de presente para o Florence, ele fica sentado naquele chão sujo tocando violão com a Sunflora, deve estar precisando mais do que eu.

Leuri: Como elas chegaram aqui tão rápido?  perguntou-se, mas passou por elas.  Honey, quanto tempo!

Honey: Oh? Eu me lembro de você. Leuri, estou certa? Como vai a vida, garota?

Leuri: Prefiro nem comentar, mas...  Ela vê um grupo de idosos com cartelas de bingo e uma menina entre eles.  Aquela é a Letícia? Honey, você deu a cartela premiada para ela e só está arrancando dinheiro desses velhos, não é?

Honey: Querida, não fale alto que eles ainda não estão surdos, eu acho. Letícia está fazendo um ótimo trabalho fingindo que não me conhece.


Letícia: B-Bingo é tão legal... Sou uma jovem que gosta de jogar bingo... Não conheço a senhora Honey, mas mesmo se conhecesse, isso não importaria, porque esse bingo é muito legítimo e eu adoro jogar, espero não estar falando muito porque quando fico empolgada acabo exagerando nas palavras, mas isso também acontece quando fico nervosa, triste, com raiva e...

Leuri: Arceus do céu, essa menina tem um fôlego...


Honey: Ah, eles não se importam e ainda podem interagir, paquerar e fazer seus passatempos da terceira idade. Isso fica entre nós, Leuri. Quer comprar uma cartela de bingo também?


Leuri: Olha... Você entende de gastar dinheiro dos outros, certo?

Honey: Se eu entendo? Meu amor, pergunte ao seu amigo Harley! Do que acha que dou aula no Dojo?

Leuri: Muito bem, então onde eu posso gastar muito dinheiro aqui na cidade e não lembrar de uma experiência que possivelmente me traumatizou?

Honey: Eu diria num psicólogo, mas esse capítulo não é sobre isso, então que tal o shopping da estação?

Leuri: Obrigada, é para lá que eu vou!


    A estação de trem de Wyndon ficava ao sul da cidade e Leuri chegou bem a tempo de ver um dos trens partindo. Ela percebeu que em todo o tempo que esteve ali, sempre pegou um táxi aéreo para ir para a Wild Area, talvez tentasse ir de trem algum dia para variar. Assim que chegou, passou o cartão de Rose numa máquina de pegar pelúcias, mas falhou em todas as suas tentativas e parou antes que se viciasse.


    O primeiro andar da estação era designado ao principal serviço dela, os trens, mas assim que subiu para o segundo encontrou a parte comercial. Lojas da franquia PokéMart, sorveterias, algumas grifes famosas com coleções de Raihan como modelo e outras lojas mais populares. Havia uma exibição de um jogo em realidade virtual e Leuri foi participar, colocando os óculos e vendo um mundo novo em sua frente. O jogo era de caçar Pokemon como nos tempos antigos e uma Nidoqueen correu para atacá-la. Imaginou sua clone com a espada de aura rosada e se atrapalhou, largando a arma e perdendo o jogo.


Leuri: Assustador! Definitivamente não é um jogo para mim!

    Continuando seu passeio, Leuri viu um quiosque de papelaria com um Rookidee tomando conta. Ele não parecia muito feliz, então passou direto. Viu uma livraria e se benzeu, não teve a melhor experiência com livros no passado. Então, algo que a chamou a atenção, um quiosque de League Cards.


Leuri: São aquelas cartinhas que a Marnie coleciona  disse entre mordidas num croissant que comprou.  Quais são as mais raras, moço? Quero um de cada, embrulha pra presente!


    No terceiro e último andar, Leuri encontrou a praça de alimentação. Restaurantes típicos de Galar e outros fast foods. As mesinhas tinham o símbolo da Macro Cosmos estampado no centro delas e também na parte de trás das cadeiras. 


  Cleffa, entregue o cardápio para a menina, por favor  pediu um cozinheiro que preparava o curry de outro cliente.


~Cleffiiix!  A pequena também usava um chapéu de chefe de cozinha e saltou para perto de Leuri, a entregando o cardápio.


Leuri: Que fofa, obrigada!  Mas assim que pegou o cardápio, ouviu um grito.

PEGA LADRÃO, PEGA LADRÃO!!!


Leuri: O que, ladrão?!  Ela solta o cardápio e olha na direção do grito.


  Heheh!  O ladrão corria com a bolsa de uma velha com brincos de diamantes, que agora desmaiava nos braços de outras pessoas, apavorada com a situação.

Leuri: Wooloo, pegue ele!
  Ela enfiou a mão no bolso, então lembrou-se...  Não estão comigo...


    Em uma spa Pokemon na cidade, os Pokemon de Leuri aproveitavam uma piscina, com exceção de Meowth, que recebia massagem nas costas após seus pelos serem desembolados.

~Froga? ("Será que está tudo bem com a Leuri?")

~Béééé. ("Claro que está, não há nada com que se preocupar.")

~Doooon... ("Estamos sozinhos, tô com medo...")

~Kraa? ("Quem é Leuri?")


    De volta à estação, o ladrão era acompanhado por um Diggersby tão feio quanto ele. O coelho abriu caminho entre as pessoas e um dos seguranças tentou intervir, mas recebeu um golpe de suas orelhas gigantes, rolando pelo chão.

Leuri: Devolva a bolsa!  Ela correu para o caminho do homem antes que ele descesse as escadas rolantes.

  E quem vai me obrigar, garotinha?

Leuri: Sou Leuri, Campeã de Hoenn. Isso basta?
  Ela tinha esperanças que sim, mas recebeu bolas de lama na cara, caindo pela escada rolante. A dupla criminosa salta por cima dela, gargalhando.


    Um garotinho que não aparentava ter mais do que 6 anos, fantasiado de Eevee, aproximou-se de Leuri caída.


Leuri: Ai minha coluna, aquela poltrona do bingo cairia bem agora...  Ela se levanta, sentindo seus joelhos e cotovelos ralados.

  Não vai lutar com ele, Leuri?  perguntou o garotinho.

Leuri: Eu não tenho os meus Pokemon comigo...  Ela cai o olhar. Se controlasse seus poderes como sua clone, conseguiria se defender e recuperar a bolsa. Seus olhos se enchem de lágrimas, mas então percebe algo.  Espera, como sabe meu nome?


  Eu sou um grande fã! Te assisti vencer as batalhas na arena, você é demais! E tenho seu league card raro, olha!  Ele mostrou uma carta para Leuri, que a pegou e encarou sua imagem por alguns segundos. Era ela mais nova, montada num Rhyhorn com sua mãe sorridente do lado.


Leuri: Eu tenho uma ideia, vai ter que funcionar.

    Voltando para a papelaria de Rookidee, Leuri pega algumas coisas dizendo que é emprestado e depois paga, mesmo com o pássaro reclamando. Diggersby prendia os seguranças da estação em camadas de lama, mas a menina assoviou e chamou sua atenção.


Leuri: Ô, feioso! Por que não volta aqui e me encara, hein? Só eu e você!


    Cedendo com a provocação, Diggersby flexiona suas orelhas, as iluminando e deixando-as semelhantes a braços musculosos. Ele corre e tenta pegar a garota, que estende as mãos. Então...


    Confuso por não conseguir acertar Leuri, o coelho olha para cima. Seu golpe acertou tubos de cola instantânea, que explodiram e colaram suas orelhas. Ele não conseguiria desgrudar por mais que tentasse e acabou se atrapalhando, tropeçando e caindo.


Leuri: I-Isso realmente funcionou!  Ela levanta um rolo de cartolina, batendo no coelho com isso até ele ficar inconsciente.


  Eek! Sai pra lá, garota!!


Leuri: Vem me pegar, covarde!

    Correndo para bater no bandido, Leuri o surpreende com um rolo de fita colante. Ela corre ao redor dele enquanto ele tentava agarrá-la, mas só ficava mais preso na fita.

Leuri: Pronto, agora é trabalho de vocês!  exclamou e logo várias pessoas se juntaram para chutar o ladrão.  Isso aí, justiça bem feita! Bate com mais força, Cleffa!


~Cleffiiix! ("Toma, otário!")

    A polícia logo chegou e a dupla foi levada para a prisão. Leuri recebeu muitos agradecimentos e a bolsa foi devolvida para a dona, o interesse do homem estava numa grande pérola que ela levava lá dentro.


  Leuri, Leuri! Autografa o meu league card, por favoooor!  O garotinho vestido de Eevee se balançava no braço de Leuri e ela fez o que ele pediu, ficando feliz pelo menino.


Leuri: Obrigada, mas eu tive sorte, não fiz nada especial... Eu amoleci desde que vim para Galar  disse, com sua clone voltando à sua memória.

  Tá brincando? 
Você foi muito corajosa, e nem precisou dos seus Pokemon para isso! Mãe, quando eu crescer, quero ser assim!

  Filho, não saia mais de perto de mim em outra situação dessas!! Mas meu querido, tenho certeza que me dará muito orgulho!

    Emocionada com a mãe abraçando o garoto, Leuri olha mais uma vez para a foto no league card, pensa no que Sonia a falou e toma uma decisão. Ela compra uma passagem na estação e pega o trem para Kalos, respondendo as várias mensagens de sua mãe com um "Estou indo para aí, vamos conversar".


    Leuri e sua mãe combinaram de se encontrar na Rota 22 de Kalos, onde as pistas de treinamento para corridas de Rhyhron ficavam. Ela encontrou-se com Kangaskhan, que balançava seu filhote no colo. O Talonflame de Grace tinha as asas enfaixadas e olhou para Leuri com alguma culpa, mas ela o acariciou a cabeça e ele piou como fazia quando era um Fletchling.


    Para a surpresa de Leuri, sua mãe passou a frente dos demais corredores, montada em seu Rhyhron. Ela saiu de cima dele com alguma dificuldade quando viu Leuri, passando o braço na barriga.


Leuri: Mãe! Não deveria fazer esforço em tão pouco tempo!


    Na zona de descanso dos Rhyhron, Leuri e Grace sentaram-se em pilhas de palha para conversarem. 


Grace: Eu a trazia aqui todos os dias quando era pequena...



Leuri: E depois do seu treino, ficávamos sentadas desse mesmo jeito...  Ela sorriu, mas logo cerrou os punhos, os encarando. Grace olhava para o anoitecer, pensativa.  Mãe... Por que você...


Grace: Desespero.

Leuri: Como?  Após o corte, ela esperou um pouco e perguntou.

Grace: Sua clone... Tínhamos um acordo. Quando voltamos para casa depois do seu aniversário... Eu a encontrei confusa e irritada, não entendi muito bem, mas a acolhi.



    Em sua casa, Grace havia emprestado um agasalho para a clone da Leuri. Decidiu servi-la uma xícara de chá, mas a deixou cair e o vidro fez um corte em seu dedo. A menina então levantou-se e segurou na mão dela. Uma aura rosa a envolveu, cicatrizando o corte imediatamente. Assustada, Grace se afastou, a encarando.


"Ela me contou que nasceu do seu desejo e me pediu para levá-la ao Palácio... Eu disse que deveria falar com você primeiro, mas então.. Ela me contou o que estava acontecendo. Sua personalidade estava dividida e cada uma das clones estava com parte de sua essência, incluindo seus poderes que eu nem sabia da existência. Deveriam se reunir para que estivesse completa de novo, caso contrário, se uma se tornasse mais original, se tornaria a única real... Esse era o seu plano desde o início."


Leuri: Você deveria ter falado comigo... Eu não acho que isso seja verdade, ela estava te enganando.


"Eu também desconfiei e não concordei com seu plano de tornar-se a única Leuri. Mas foi aí que aconteceu..."


"Ela perguntou se podia me ajudar com algo e eu a falei do Charmander. Ela disse que o curaria se eu cumprisse seu pedido. Dessa forma, fizemos um acordo, eu reuniria todas as Leuris enquanto ela mantinha Charmander estável e no final o curaria."


"Manter os aparelhos do Charmander ligados nos custa muito dinheiro e os médicos disseram que não tinha mais como recuperá-lo... Ela era a minha única esperança. Mesmo assim, quando a levei para vê-lo..."


"Por que a vida dele vale mais do que a minha?"


Grace: Filha, eu pretendia usá-la apenas para curar o Charmander, mas tudo aconteceu... Ela a atacou, eu não poderia ficar contra você... Mas sem os seus poderes, você não poderia ajudar e eu só te faria sentir mal...  Ela apertava o feno com força.


Leuri: Não estava sem os poderes... Eu só não consigo usá-los como quero  disse, mas antes que pudesse continuar.

Grace: Me desculpe
  disse, com lágrimas rolando por seu rosto. Ela o cobre com as mãos, balançando a cabeça enquanto Leuri a olhava surpresa.  Por favor, me desculpe, me desculpe! Eu deveria ter falado com você, eu devo ter a decpcionado tanto... É que... Augustine me deu o Charmander quando estávamos tentando ter a Camille. Ele significa muito para mim, eu não consigo aceitar que não tenha nada que eu possa fazer... Desde que eu perdi o seu pai, não consigo mais não me sentir assim. E se isso significar que posso perder Augustine também? Ou Camille, ou você? Eu não quero, eu...


    Abraçando sua mãe, Leuri a apertou com força. Grace parou de chorar, olhando para a lua. Ela então correspondeu ao abraço, encostando seu queixo na cabeça da filha.


Leuri: Calma. Você reprimiu como se sentia pelo meu pai por muito tempo, então se sente assim. Mãe, preciso de algum tempo, mas você precisa fazer a coisa certa e não prolongar mais essa dor.

Grace: Eu não consigo, Leuri... O Charmander... Por que precisa ser assim?

Leuri: Não é justo, mas você consegue sim  disse, se afastando, mas segurando as mãos de Grace e forçando um sorriso para ela.  A forma como você pilotou aquela moto e combateu com o Talonflame... Mãe, a senhora é incrível. Pode correr num Rhyhorn, numa moto e por muito tempo correu de tudo que sentia por minha culpa. Mas agora é diferente, não precisa mais correr. Estaremos todos aqui.

    Ao terminar de falar, Leuri abriu os braços. Rhyhorn se enfiou por baixo deles, Talonflame e Kangaskhan também aproximaram-se. O filhote segurava a pedra que o fazia Mega Evoluir. Grace voltou a chorar, de cabeça baixa.


🌟


    As ondas do mar ganhavam força, mas chegavam ao limite de seu alcance na areia da praia, então a água recuava.


    De frente para o mar, Grace encarava o horizonte, sem expressão no rosto, apenas um vazio. Rhyhorn, Kangaskhan e Talonflame estavam ao seu lado, também do mesmo jeito.


    Se chegando ao lado dela, Sycamore pega em sua mão. Suas alianças se roçam e ele fica ao seu lado em silêncio, também olhando o mar. Vestia um terno preto, assim como Alain, seu antigo assistente que assumiu o laboratório de Lumiose, e Jack, que dava apoio para Serena.


    Segurando na mãozinha de Camille, Serena prendia o choro, olhando para a areia. Já a garotinha não entendia o que havia acontecido, mas também olhava o mar, segurando seu Litten de fralda com uma só mão.


    Um pouco afastada dos outros, Leuri usava um moletom preto. Ela olhava para Grace, mas seu pensamento estava em outro lugar...


"Eu quero sair daquela caverna. Quero deixar aquela Nessa ser livre. Vou dizer adeus a ela nesse porto. Também quer dizer adeus a alguma versão sua?"


"Eu? Hm... Não. Acho que ainda não."


"Seu pai foi um homem muito bom, Leuri. Ele conseguiu que eu aceitasse sua mãe, esse não é o problema. Mas você era tão nova e não estava abatida... Eu fui até a sua casa na época e você me disse que não queria saber de nada."

"Eu não me lembro, mas... Eu acredito que tenha dito."


"Aqui em Galar eu me encontrei de uma forma tão boa... Estou me reinventando todos os dias! Com Carbink, Furfrou e todos os Pokemon que tenho criado, me sinto eu de novo. Fiquei feliz e acabei... Esquecendo de te ligar."


"Eu... Também me questionei e fui questionada como Campeã, de uma forma que nunca vi ninguém falar do Steven. Me comparo muito com ele... Mas temos que ser mais do que isso. Nós chegamos no topo e enfrentamos desafios ao longo do caminho inteiro! Sempre buscamos formas de contornar a situação! Eu tenho certeza que..."



"Está tudo bem, Leuri. Eu não sei se isso ainda é pra mim. Com uma única falha, tudo desmoronou. "

"Espere!"

"
Nos vemos por aí, Leuri."


"Somos iguais, com exceção de que você é mais fraca do que eu. Acha mesmo que cresceu em Galar? Acha mesmo que eu que sou a clone? Sou inferior a você, por acaso? Tenho certeza que Frogadier sabe do que estou falando."


"O que eu quero dizer é que quando me senti perdido com meus Pokemon, me permiti voltar a conhecê-los. Você deveria fazer o mesmo com o Frogadier."


Leuri: Eu acho que é hora...  Saindo de suas memórias, Leuri tinha lágrimas aos pés dos olhos. Ela se aproximou do mar e a água cobriu seus sapatos.  Adeus... Antiga Leuri.



Pessoas tem seus motivos quando cometem erros por perceberem que não podem ficar com algo para sempre
Pode ser a decisão mais difícil a ser tomada, mas...
Algumas vezes é preciso abrir mão.
E também se deixar ir embora... Para poder voltar a correr sendo você mesma.
Obrigada, garotinho da estação que me conhecia melhor do que eu.


Shauntal: Como viver depois disso?  Ela iniciava um comentário no blog de Leuri após ler seu pequeno texto postado com a imagem das ondas do mar chegando à areia.

Continua



...
..
.



Sonia: Eu estava certa... A Wishing Star é um meio de comunicação. Mas quem está do outro lado da linha?  Em seu laboratório, ela finalizava novamente a mesma pesquisa dos dias anteriores.


    Por trás dela, a estranha criatura se materializava. Suas mãos tinham pontos luminosos coloridos e ele as estende na direção da cabeça de Sonia, quando...


    O agarrando por trás, Inteleon revelou-se. Então o arrastou para fora da sala, voltando a se camuflar. 


Rose: Pegamos.  Em sua sala, sério, ele via a filmagem do laboratório de Sonia.

2 comentários:

  1. Chaar! Chaaarmander Chaaar... você decidiu hoje que me ia destruir e me fazer entrar em depressão... thanks, I guess... fazer o que está certo e não prolongar a dor nos outros é um passo importante para ganhar empatia pelos outros e perdermos nosso egoísmo natural, mas ainda assim custa bastante e a dor fica para sempre e é preciso aprender a viver com ela e nos convencermos que foi o melhor, mesmo que não consigamos sentir se foi mesmo... eu tava esperando um capitulo de bobagem pela cidade, Davi, com Leuri gastando dinheiro e comprando PS5 com KH4 e FF7 Rebirth...
    As vezes é dificil assumir que as coisas estão erradas, que estamos mal, é dificil ter que fingir um sorriso e dizer para todos os conhecidos que estamos bem, serve também para nos convencermos disso... ás vezes é preciso alguém que não conhecemos de lado algum nos lembrar de quem somos, mesmo que essa pessoa nem tenha tido essa intenção...
    O titulo do capítulo é correndo para longe, mas no final o longe está bem perto e sempre nos alcança, não dá para correr para sempre e as cenas finais com Nessa, Diego, Diantha deu para ver como o tema da história é de aceitação. O passado é para sempre, não pode ser mudado e tem que ser aceitado, é no futuro que temos de nos focar e em ser a melhor versão que podemos ser, no final o desejo de Leuri, de ser aquela que todos queriam, estava somente ao alcance dela, não vai ser perfeita, pode não entender tudo e não dominar seus poderes e o primeiro passo para sair da caverna é aceitar isso e apenas dar o primeiro passo em direção da saída.
    E a parte positiva de tudo é que a Sonia finalmente manteve sua pesquisa... embora me deixe muito confusa, eu achei que Rose sabia de tudo... ele é boa pessoa afinal?

    ResponderExcluir
  2. Esse capitulo me tocou demais, Leuri ainda segue triste pelo que aconteceu com os clones dela e também por causa da sua mãe.
    Todos querendo a agradar Leuri, por eles se importam com ela principalmente o Rose, mas se eu ganhasse o cartão do Rose pra poder gastar a vontade confesso que qualquer tristeza passaria, mas brincadeiras a parte, o que a Leuri queria mesmo era um tempo mas ai surge a Honey sugando dinheiro dos velhinhos, parece que a grana do Mustard não é o suficiente.
    Então Leuri foi gastar a grana do Rose comprando de tudo um pouco, ai tivemos o ladrão e o fã da Leuri com o card raro dela, adorei toda a situação dela pegando o ladrão XD ai depois Leuri finalmente foi ver sua mãe e ai que coração toda a história da mãe da Leuri tentando fazer de tudo para que o Charmander se recuperar mas pelo que vemos depois o Charmander deve ter virado uma estrelinha no céu e nesse momento bem triste talvez um dos mais tristes se não o mais até agora aqui m Galeuri, Leuri tomou a decisão de dar adeus a sua antiga Leuri.
    Quando você vai para um nova região geralmente é inicio de uma jornada, mas acredito que agora de fato a jornada dela vai começar pra valer, claro a Leuri já viveu muitos momentos em Galar, mas talvez será agora que veremos uma nova Leuri a Leuri de Galar, eu acho que to delirando XD
    Capitulo que tocou e muito mas que foi importante para concluir o arco dos clones para dar inicio ao novo arco que promete e muito :3

    ResponderExcluir

Último capitulo postado

Capturas

Postagens mais visitadas