Capítulo 32: O Sibilante! Parte 1

[Arredores de Wedgehurst - Casa da Magnolia]

Magnolia: Entendo, Chairman. Agradeço se puder soar o alerta para o que está acontecendo na Wild Area, essa situação está fora de controle — disse, em chamada com Rose pelo Rotom Phone. 

    Sentado no grande estofado da casa, Diego já tomava sua terceira xícara de chá preparado pela Professora. Assim que leu as mensagens de Sonia, pegou o trem para Wedgehurst e informou a situação.

Magnolia: Sonia... Não acredito que ela voltou lá sem me avisar, de novo.

Carbink: Ding dong! — Ele imita o som da campainha e Diego se levanta para abrir a porta. — Mar!

Marnie: Hey.

Leuri: Vovó!!! — Ela passa muito rápido por Carbink, o deixando tonto. — Ai vovó, nem imagino como deva estar se sentindo, vai ficar tudo bem, tá? Eu prometo, não fica assim, vai dar tudo certo e...

    Magnolia acerta Leuri com sua bengala, a derrubando no chão e imediatamente fazendo um galo crescer em sua cabeça.

Magnolia: Sem abraços, eu estou preocupada, não surtando.

Marnie: Eu pensei que a Sonia tinha voltado para casa e não iria mais pesquisar sobre Dynamax com você — disse para Diego, que tremia as pernas, ansioso.

Diego: Temos mantido contato desde aquele dia em Turffield, continuo relatando tudo que descubro para ela...

Magnolia: Humph. Desde muito novinha, Sonia sempre encantou-se com o meu trabalho. Estou a treinando para tornar-se uma Professora e cuidar do meu laboratório, mas ela insiste no fascínio pelo Dynamax, nunca vai entender o perigo disso.

Carbink: A Sonia sabe se cuidar, ela com certeza tá bem! — Ele saltitou para perto de Magnolia, que trazia mais xícaras de chá para Leuri e Marnie.

Leila: Com licença — pediu, entrando na casa. Magnolia olhou com raiva para Leuri, que não havia fechado a porta. — É que...

Leuri: Leila, o que houve? — Ela se aproxima da cabeleireira, que tentava segurar o choro.

Leila: A Aleíse apareceu ontem dizendo que sua Lurantis desapareceu numa tempestade de areia na Wild Area e a Sonia se disponibilizou para ajudar, achando que se tratava de um Pokemon Gigantamax. Eu deveria ter ido junto, mas... Sonia é tão inteligente, eu entendo tão pouco sobre esses assuntos... 

Magnolia: Irresponsável — disse, batendo a bengala no chão. — Sonia é irresponsável! Ela não me consultou!

Leila: Aleíse é uma menina de ouro, ela está seguindo seu sonho... Desde ontem não me responde e ainda não retornou. Agora meu sobrinho neto Luiz Claudio está cuidando sozinho do salão, e a tia avó tá cheia de orgulho dele!

Magnolia: É isso que acontece! Os jovens sem noção querem seguir sonhos perigosos, mas não pensam nos riscos. Não pensam nas pessoas que os querem bem. 

    Ouvindo as palavras de Magnolia, Diego tinha os punhos fechados e mordia o lábio inferior, mas não aguenta mais ficar quieto e se levanta.

Diego: Sonia sempre soube com o que estava lidando. Talvez, se não fosse por você ter colocado tanto medo nela, ela estaria aqui ou saberia o que foi fazer e aonde.

Carbink: Ouch!

Magnolia: Saia. — Segundos depois de ouvir o garoto, ela o responde. — Você a incentiva nesse caminho... Saia da minha casa, agora.

Diego: Eu vou atrás da minha amiga! Não vou deixá-la ir embora de novo e nem conter seus sonhos!

    Ouvindo Diego falar, Leuri cai o olhar, mas sente verdade no que ele disse. Marnie repousa a xícara de chá e segura em suas mãos.

Marnie: É melhor nós duas irmos também. Temos que ajudá-la, não é?

Leuri: Marnie... Sim! — Ela afirmou com a cabeça, surpresa pela atitude da garota.

Magnolia: Humph... Vá com eles, Leila. Vou contatar o Chairman de novo — disse, e a mulher os acompanhou e fechou a porta.

    Agora sozinha em casa, Magnolia leva uma mão até a testa e caminha até o corredor, pegando um porta retrato com uma foto sua ao lado de Sonia bem mais nova e um homem sorridente. Ela respira fundo e leva a foto ao coração.

    Assim que saíram da estação da Wild Area, o grupo sentiu que a quantidade de Pokemon havia reduzido. Leuri estranhou não encontrar as Wooloo que costumavam pastar por ali, ou mesmo algum Oddish, Pangoro ou qualquer outro que sempre a atacava durante seus trabalhos de coletar Wishing Stars para Rose.

Diego: Eh?!

    Deparando-se com um grupo de Snover caídos, Diego corre para o meio deles, já abrindo sua mochila para prestar socorros.

~Snooow...

Leila: O que aconteceu com esses Pokemon?

Marnie: São Snover, não deveriam estar vivendo para cá... Aqui não faz frio como eles precisam para sobreviver.

Diego: Exato, os Snover vivem na Wild Area entre Hammerlocke e Wyndon... Claro que podem ter andado até aqui, mas não sobreviveriam — explicou enquanto recebia ajuda do Frogadier de Leuri para criar gelo e refrescá-los.

Leuri: Talvez por conta do tempo ser maluco! Uma hora neva, outra chove, outra faz sol... Talvez tenham andado em direção aonde nevava e chegaram até aqui.

Diego: Coitadinhos... Mas eles vão ficar bem, vamos fazer algo por eles!

Carbink: Hey, gente! — Ele chamou atenção dos outros, que se viraram para vê-lo.

    Carbink estava acompanhado por um grupo de Rolycoly já conhecido. Os Pokemon estavam agitados e deslizavam rapidamente ao seu redor.

Carbink: Encontrei meus admiradores!

~Coly!! Rolyyy!!

Diego: Acho que me lembro disso... O grupo que te venerava, não é?

Marnie: Por que um grupo de Rolycoly veneraria o Carbink?

Carbink: Porque eu sou muito especial! Além disso, acham que pareço com o Deus deles ou algo assim. Eu os salvei do Sibilante!

~Coly!! — O maior dos Rolycoly salta para a frente de Carbink, disparando partes de seu corpo para todos os lados.

Marnie: Hey! — Ela é protegida pela espuma de Frogadier, cruzando os braços.

Carbink: Como assim eu não derrotei ninguém? Ok, meus amigos fizeram a maior parte do trabalho, mas eu estava lá também! Nós derrotamos a Butterfree e a Sonia ficou com ela!

~Rolyy!!!

Carbink: N-Não era o Sibilante?

Leuri: Pensando bem, não tem nenhuma razão para chamar uma Butterfree assim...

Leila: Olha, eu não estou entendendo nada! O que isso tem a ver com a Aleíse e a Sonia?

~Roly, rolycoly... Colyy! — O Pokemon explicava enquanto Carbink prestava atenção, com as orelhas arrebitadas e os olhos arregalados.

Diego: Sinto que eu deveria estar surpreso também, mas não entendo nada do que ele diz. — Ele continuava esfriando o corpo dos Snover.

Carbink: Ok, ok! Muita coisa pra assimilar... O Sibilante na verdade é uma tempestade de areia que sibila e que vem devastando as casas de todos os Pokemon! Desde que ele apareceu, o clima tem sido essa bagunça e muitos Pokemon não conseguiram sobreviver... Ele quer que eu o vença!

~Coly! Roly! — Os demais Rolycoly deslizam animados ao seu redor, enquanto ele engole em seco.

Leuri: Quer dizer que se não tivéssemos chegado a tempo, esses Snover iriam... — Ela olha para os Pokemon, levando uma mão ao coração. 

Leila: Se a Sonia estiver certa, essa tempestade é causada por um Pokemon. Nós precisamos encontrá-lo para resolver isso!

Carbink: Alguma ideia de onde o Sibilante está? — perguntou aos Rolycoly, que negaram.

Marnie: Se é um Gigantamax, impossível que não o encontremos rápido...

Diego: Talvez seja melhor esperar que ele apareça, então? Quando o clima estiver mudando, saberemos que ele está por perto.

Carbink: Mas e se ele não quiser aparecer? Eu tenho certeza que posso encontrá-lo, afinal os Rolycoly me consideram o salvador deles! Sigam-me os bons! — Ele sinalizou com a orelha e saltitou imponente, sendo observado pelos Rolycoly. O maior deles revira seu olho. 

Leuri: Carbink, sem querer cortar o seu momento, mas você está indo na direção da estação... 

Carbink: E-Era só para testar vocês!

~Snow! — Um dos Snover levantou-se, apontando para uma árvore, onde havia uma silhueta pendurada nos galhos.

Carbink: É um Pidgey? É um avião?

Diego: Não... É uma garota!

 — Vocês não vão encontrar o Sibilante dessa forma... — Ela saltou da árvore, com uma Ultra Ball em mãos. Leuri reparou no bracelete em seu pulso, equipado com uma Wishing Star brilhante.

Marnie: E você quem é?

Bea: Sou Bea, fiquei observando esse Carbink falante, mas ele está claramente perdido — disse, entregando um League Card para Marnie, que brilha os olhos, mas disfarça sua empolgação.

Carbink: Claro, claro! Disse a humana falante que saltou da árvore pra entregar cartinha!

Bea: Eu vivo na Wild Area há muitos anos e conheço cada canto dela. O Sibilante chegou há pouco tempo, um pouco mais de um mês, foi quando o clima começou a desregular e os Pokemon a mudarem de território. 

Leuri: Que incrível, você é tipo um Tarzan!

Bea: Hein?

Diego: Bea, nossas amigas desapareceram aqui e provavelmente encontraram o Sibilante! Se souber como nos ajudar, por favor, conte!

Carbink: Ela é só uma pirada, não confiem nela! Sério, ela acabou de saltar de uma árvore!

Bea: Tsc. Eu posso até ajudar, mas quero uma batalha primeiro. Estou em busca de um oponente poderoso. O mais forte de vocês, me desafie!

Leuri: Nesse caso... — Ela se prepara, já com um sorriso no rosto, mas Leila toma a frente.

Leila: Estou na sexta posição do Galarian Star Tournament. É o suficiente? — Ela olhou nos olhos de Bea, que a fitou por alguns segundos e abaixou a Ultra Ball.

Bea: Venham comigo.

Carbink: Você não acha mesmo que vamos confiar em... — Ele vê todos os seus amigos seguindo Bea, que o olha de canto, o deixando vermelho de raiva. Um Snover o consola, dando duas batidinhas em suas costas.

Bea: Venho estudado a movimentação do Sibilante. — Ela falava enquanto andava, mas retirando de sua mochila um mapa desenhado com diversos pontos vermelhos. — Ele é esperto e poderoso, vem se movimentando pelos cantos da Wild Area, como se estivesse tentando sair. Todos os lugares que visitou foram soterrados, como os pântanos.

Marnie: Toxicroak... — Ela fica cabisbaixa, agora entendendo o que aconteceu com sua Pokemon.

Bea: Se eu estiver certa...

Carbink: Provavelmente não...

Bea: Se eu estiver certa, seu próximo destino é no sudeste dessa porção da Wild Area, onde é chamado de Giant's Seat. Mas como ele esteve ótimo ontem, deve estar descansando agora.

Leuri: Por curiosidade, por que chamam assim? Algum gigante sentou aqui?

Bea: Isso eu não sei.

Carbink: Mais um sinal de que não devemos confiar em você!

Diego: Na verdade, ela provavelmente está certa... Vejam isso! — Ele se ajoelhou e passou a mão no chão, erguendo um punhado de areia. — É uma trilha de areia!

Leuri: Então vamos seguir, chegaremos ao Sibilante!

Bea: Sabe, tem vezes que se é muito fraco para lidar com algumas situações... — Ela falou para Carbink, passando por ele e acompanhando os outros.

Carbink: Grrr!! Eu não sou fraco! Você sabe disso, não é, Frogadier?

~Froga... — O sapo concordou e Carbink se juntou a ele, seguindo a trilha.

Marnie: Cuidado! — Ela segurou no braço de Leila, que parou de andar bem a tempo de cair num buraco.

Diego: O rastro de areia acaba aqui...

Bea: Então aí está ele — disse, se inclinando para olhar o buraco, vendo uma abertura para o subsolo. 

Carbink: E-Eu não quero entrar aí dentro... — Ele olha para baixo, recuando com medo.

Leuri: Vejam! — Ela usa a lanterna de seu Rotom Phone para iluminar o buraco.

    De pé e olhando para cima estavam Sonia, Aleíse e Lurantis, acenando para eles. Leuri suspirou aliviada, assim como todos os outros.

Bea: Escutem, não podemos entrar lá embaixo sem um plano!

Leila: Aleíse, meu tesouro!!! — Ela salta para dentro, gritando e derramando lágrimas enquanto Sonia e Aleíse gesticulavam para ela fazer silêncio.

    Por trás de Lurantis e das garotas, dois olhos vermelhos acenderam-se, fazendo Leila recuar antes de abraçar Aleíse.

Sonia: Você acordou ele!!

Aleíse: Mulher, me acuda!!

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    Todos escutam o sibilar e o céu começa a ficar escuro, ganhando tons roxos. No subsolo, uma tempestade de areia começa a se formar, escapando pelo abertura para a superfície.

Leuri: Temos que tirá-las de lá!!

Bea: Hyah! — Ela salta no buraco, caindo perto das duas e acertando um chute na parede, provocando a queda de diversas rochas por cima do Sibilante, bloqueando a passagem.

    Com a ajuda da espuma de Frogadier, todas sobem de volta para a superfície. Diego e Leuri abraçam Sonia, que os recebe com lágrimas de alívio, enquanto Leila apertava Aleíse em seus peitos, também chorando. O momento durou pouco, pois logo sentiram o chão tremer e o buraco foi expandido por uma tempestade gigantesca de areia que se ergueu para a superfície.

Marnie: Mas que mer... — Ela é interrompida pela pressão da areia que quase a puxava.

Bea: Vamos correr, precisamos nos afastar dele!

    Todos começam a correr para longe dali, ajudando Sonia, Aleíse e Lurantis, que estavam fracas. Carbink saltita o mais veloz que pode, mas Marnie o pega no colo para ajudar.

    De repente, uma nevasca se inicia. A corrida começa a ficar mais difícil e Leuri acaba tropeçando na neve e caindo.

Leuri: Ai meu santo Arceus todo poderoso!!! — Ela sente a tempestade de areia a puxando, mas...

    O clima muda novamente e a neve passa a derreter. As nuvens se escurecem ainda mais e passam a chover intensamente, mas Leuri não levantaria a tempo.

    Rapidamente moldando uma corrente de espuma, Frogadier puxa Leuri para perto de si, a protegendo.

Sonia: Cof cof! Esse haboob... É mesmo um Pokemon!

Diego: Me pergunto a quanto tempo ele está nessa forma...

Carbink: Me pergunto o que é um haboob, tem nome de lanchonete...

Aleíse: É uma tempestade de areia que se move, eu também não sabia.

Leuri: Gente, nós não podemos continuar só fugindo, até porque uma hora vai nos alcançar! Precisamos parar essa tempestade! — Um trovão ecoou ao fim de sua fala.

Bea: Não vai ser fácil... Leila, cuide dessas três — disse, jogando sua mochila para os braços de Leila. — Tem água e medicinas aí dentro. Nós vamos cuidar do Sibilante e depois você nos acompanha!

Leila: C-Certo! — Ainda emocionada, ela entrega os cantis d'água para as duas, além de sitrus berry para Lurantis.

    Agrupando-se, Leuri, Diego, Marnie e Bea sacam suas Pokeballs, encarando a gigantesca tempestade de areia que rodopiava.

    Frogadier, Malamar, Liepard e Machamp são as escolhas. Assim que observam a tempestade, entendem o que estava acontecendo, ficando prontos para lutar.

Carbink: Purrloin, é você? — perguntou para a felina, que o mostrou a língua. — Eu também vou ajudar!

Leuri: Frogadier, o oponente de hoje é uma tempestade gigante! Vamos acabar com ela!

    Saltando, Frogadier plana com a ventania e usa duas Water Pulse, uma em cada mão, para manter a areia longe de si, começando a desbravar a tempestade.

Diego: Malamar, consegue sentir seu oponente? Então chegue até ele, Psycho Cut!

    As luzes do corpo de Malamar acendem-se e brilham padronizadas até adquirirem a cor roxa. Seus tentáculos são cobertos simultaneamente por luz da mesma cor, acendendo-se e faiscando nas pontas. Logo, todo o seu corpo também era iluminado e ele grunhe antes de investir contra a tempestade, liberando foices psíquicas que abriam caminho na areia em alta velocidade.

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    A tempestade intensifica e começa a recolher pedras e troncos de árvores que estavam ao redor, arremessando-os contra Carbink e Frogadier, que agora precisavam desviá-los. Liepard corria pelas beiradas da tempestade, saltando quando pedras vinham em sua direção.

Marnie: Use Assist!

    Levando uma pata ao peito, Liepard a afasta com rapidez, projetando diversas patinhas ao seu redor. Ela escolhe uma aleatoriamente e puxa uma onda d'água de dentro dela, conseguindo se impulsionar para dentro da tempestade.

Carbink: Estou indooooo!! — Ele rodopia para dentro da areia, mas começa a perder o controle de seu corpo, sendo levado. — AAAAHHH!!

Bea: Hyah! — Ela salta e agarra Carbink, dando uma cambalhota e o soltando. — Numa luta, não seja um peso, ou vai atrapalhar! Machamp, continue resistindo comigo!

    Machamp socava tão rápido com os quatro braços que repelia a areia que vinha em sua direção. Bea o acompanha, fazendo o mesmo, ignorando o cansaço.

Bea: NÃO É O SUFICIENTE! MAIS RÁPIDO, MAIS FORTE!! — gritou, aumentando a rapidez dos socos. Machamp segue seu exemplo.

Carbink: Uau... — Atrás de Bea, ele sentia que ela tinha tanta força como seu Machamp.

    Malamar, que já estava dentro da tempestade, é rebatido para fora sem conseguir enxergar pelo quê, caindo de barriga próximo de Diego. Frogadier, que também mergulhava e cortava troncos, é surpreendido por pedregulhos se erguendo por baixo dele, o expulsando da tempestade.

Bea: Tomem cuidado!!

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    Dividindo-se, a tempestade se espalha ao redor dos Pokemon, começando a fazer explosões de areia que perfuravam o chão e traziam ondas de energia Dynamax. A pressão aumenta no local e todos os Pokemon e humanos vão ao chão.

Leuri: Que movimento é esse?! — Tentando se levantar, ela se lembra de algo, enfiando a mão na bolsa e pegando uma Pokeball. — Gente, eu tenho uma ideia, mas não se assustem!

    Liberando Gastrodon, Leuri apoia-se nele para se levantar. Assim que o Pokemon vê a tempestade, abre a boca e começa a tremer, balançando a cabeça como se negasse algo.

Leuri: Ga-Gastrodon, eu preciso que use o poder de quando nos conhecemos... Pare o Sibilante!

    Sem reação, Gastrodon abaixa a cabeça e rasteja para trás de Leuri. Os outros a olham confusos, não entendendo o que ela esperava que ele fizesse.

Leuri: Não me faça passar de doida, Gastrodon! Sei que você consegue, vamos lá!

~Dooon...

Leuri: Eu não sei o que está acontecendo, juro que ele pode fazer coisas que... AAAAHHH!! — Sendo puxada pela areia, ela se junta a tempestade.

Diego: Leuri!!!

~Frogaaa!! — Ele tenta outra corrente de espuma, mas esta se rompe com a areia, ficando pesada demais.

~DOOOOOOOOOOOOOOOON!!!

    Após berrar, o corpo de Gastrodon passa a levitar. Um grande olho surge no centro da tempestade e todos o olham, incrédulos. Toda a areia é varrida por água, que continua girando em espiral, mas para outra direção. Leuri é levada em segurança por uma onda até o chão, com o coração aceleradíssimo. 

Diego: A tempestade... Tornou-se um redemoinho!

Bea: O que é esse poder?!

Leuri: Eu também não sei explicar o que é, mas o Gastrodon consegue fazer isso...

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    O sibilar volta a incomodar os ouvidos de todos, que percebem Gastrodon estar lutando contra a tempestade, usando todo o poder que tinha. Malamar junta-se a ele, expandindo seu poder psíquico para ajudar, até que toda a areia para de girar, chovendo pelo céu.

Bea: O oponente que estamos enfrentando, o Sibilante...

    Com o fim da tempestade, o dono dos olhos vermelhos é revelado, parecendo uma gigantesca serpente enrolada.

Sonia: Eu acho... Eu acho que aquilo é um Sandaconda! — exclamou, e Leuri consultou no Rotom Phone, vendo imagens e dados do Pokemon.

Diego: Sandaconda é um Pokemon extremamente perigoso! Na sua forma normal, consegue armazenar muuuuita areia em seu corpo e quando a expele pode até lacerar sua vítima. Qualquer explorador de desertos morre de medo de cruzar com um desses...

Sonia: E o jeito de vencê-lo é esvaziando seu estoque de areia, mas nem imagino o quanto um Sandaconda nessa forma consiga armazenar!

Leuri: Gastrodon, obrigada — disse, mas seu Pokemon continuava parecendo em choque, amedrontado pelo Sandaconda.

Leila: Agora que o oponente está mais claro, deixem que eu assumo. — Ela toma a frente, segurando uma Pokeball. — Gliscor, X-Scissor! 

    Sendo liberado da Pokeball, Gliscor já cruza suas pinças e investe na direção do gigantesco Sandaconda, desferindo cortes por todo o seu corpo e arrancando gritos de dor.

Leila: Amplifique a força, Swords Dance!!

    Dançando ao redor de Sandaconda, Gliscor movimenta suas pinças com mais velocidade, parecendo mais forte. 

Leila: Guillotine!!

    Gliscor metaliza sua pinça e a pressiona no corpo de Sandaconda, que volta a gritar de dor. Leila mantinha a postura, desejando derrotar aquele Pokemon gigantesco que poderia ter ferido Aleíse.

Leuri: Caramba... — Ela vê Gliscor continuar atacando até derrubar Sandaconda, levantando areia para cima. 

Aleíse: Leila... Obrigada por vir me resgatar, eu nunca te vi lutando com tanta determinação.

Leila: Quando você apareceu procurando emprego e desejando aprender, tão nova, na frente do meu salão... — Ela se vira para a garota, sorrindo emocionada. — Eu disse que faria tudo que estivesse ao meu alcance para te dar a melhor vida possível, mas foi você quem a me deu. Não vou perdê-la para nenhuma cobra gigante!

    As duas se abraçam rindo e Leuri bate palmas, mas a alegria dura pouco. Sandaconda começa a crescer ainda mais e o clima volta a desregular em alta velocidade, com o céu ficando ainda mais roxo.

~Coly... — Enquanto guiava seu grupo para esconder-se na caverna dos Honedge, que estavam tão assustados quanto, o Rolycoly maior olhava para o céu, temendo o pior.

    Na janela de sua casa, Kabu terminava de dar banho em Sizzlipede, mas olhava para o céu ganhando tons roxos.

    Percebendo a inquietação das Wooloo de seu rancho, Milo levanta o chapéu e vê o céu roxo, mas também consegue enxergar Sandaconda, que já estava tão imenso que cidades próximas conseguiam vê-lo.

    Saindo de uma loja com Raihan segurando diversas sacolas para ela, Nessa também repara no que acontecia.

Magnolia: Sonia...

    Na horta de seu quintal, Magnolia, apoiada na bengala, olhava para o céu escurecendo por completo. Toda a Wild Area estava coberta agora e Sandaconda maior do que nunca.

Continua...