sábado, 5 de novembro de 2022

Capítulo 26: O que causa uma ventania.





    Numa bela manhã de sábado em Jubilife, os funcionários do parque da cidade já cuidavam das árvores, regavam flores e alimentavam os Pokemon que moravam ali. Alguns Starly dormiam nas costas da grande estátua de Torterra, outros Shinx se exercitavam perseguindo os Bidoof apavorados e os Burmy e Kricketot se penduravam nos galhos para dormirem.
    Jogando pedaços de pão para alguns Pidgey e Starly, um senhor com seu Chatot no ombro apoiava o outro braço numa bengala. Passando por ele, uma moça com uma faixa na cabeça e roupa de ginástica corria com seu Pokétch cronometrando seus passos. Uma moradora do parque também recolhia garrafas plásticas pelas lixeiras enquanto suas filhas brincavam com pelúcias de Gothita.


    Mais afastado de onde as pessoas passavam, uma barraca estava armada e uma luz se acendeu dentro dela. Brendan despertou com olheiras profundas, ainda abraçado nos pelos macios de Melvin, seu Drampa amistoso. Ele veste uma bermuda enquanto ainda se acostumava com a claridade e busca por sua touca.


    Quando saiu da barraca, se sentou na grama por algum tempo, olhando para as nuvens do céu. Próximo dele, o mendigo que ajudava os alunos da detenção a treinarem acenou e ele o cumprimentou de volta.


    Enquanto Brendan fazia sua higiene numa fonte, Melvin segurava uma cesta com a boca e ia coletando berries das árvores para o café da manhã. Não demorou muito para todos os Pokemon estarem soltos e comendo, mas o clima estava péssimo entre eles. Mudz e Melvin eram os únicos a comerem próximos de Brendan, Mini deixava sua comida de lado para tentar animar Pulu e Scarlet mas pareciam muito distantes e isso fazia as notas musicais de seu Hyper Voice desafinarem, Lala havia jogado suas crinas por cima de um dos olhos e pintado suas unhas de preto, assumindo que estava numa fase de adolescente rebelde, Ursula e Zagz, os mais afastados, davam as costas para os outros. Dory nadava na fonte e Umi se enfiava dentro dos pelos da cauda de Melvin para comer ali onde se sentia protegido.


    Ainda sem voz para falar nada com seus Pokemon, Brendan pensava em como não queria mais se sentir assim, não podia se defender quando falassem dele, encorajar seus Pokemon, dar uma entrevista ou questionar o motivo de um cachorro esquisito com flores nas orelhas estar o ensinando a fazer peixes voarem. Ainda assim ele tentou se aproximar de Ursula e Zagz, decidido de que poderia mudar algo, mas perdeu a coragem quando os dois voltaram sozinhos para suas Pokeballs e estas travaram.
    Havia parado de fazer curativos na garganta porque já não doía, mas todas as vezes que tentava falar, suas palavras eram abafadas. Ele sentou-se com as Pokeballs em mãos e guardou-as na mochila.
    Quando todos os Pokemon, com exceção de Melvin, já estavam de volta nas capsulas, ele decide fazer uma caminhada pelo parque com seu dragão o acompanhando.


    Com certeza algum Contest aconteceria hoje e por não ter aula, poderia ir. Ele se imaginou subindo no palco e recebendo aplausos, mas na hora de mostrar para Monsieur Pierre que dupla iria usar, não sabia responder e acabava chorando ajoelhado em desespero, sendo humilhado igual a Diantha que era o pior que conseguia pensar. Talvez visitar Leuri no trabalho novo dela em Galar, mas o que faria por lá? Escreveria "Uau" e "Que lindo amiga" em seu bloquinho da Lindona eternamente? E se ela o chamasse para um karaokê? Em sua cabeça, acabaria explodindo em lágrimas. Ele imaginou-se no elevador de uma empresa com Leuri, um homem de terno e gravata aparecia e o perguntava o que ele fazia da vida. Isso o causaria uma crise existencial, novamente acabando em prantos.


"As vezes as coisas saem do controle, é normal!"

    Brendan imaginou Diantha sentando ao seu lado e o dando um conselho, o que só o deixaria mais depressivo. Afastando esses pensamentos, talvez tivesse algo que pudesse fazer e que sempre o animava...


    Imaginou-se saindo do Fan Club Pokemon da cidade, segurando uma caixa com os deliciosos donuts. Se encontraria com Barry e faria uma surpresa, abrindo a caixa para ele e vendo sua reação, olhos brilhantes, o cabelo loiro balançando ao vento, ele todo saltitante e com a camisa aberta mostrando seu corpo definido e... Okay, ele podia imaginar algo mais realista, Barry o daria um soquinho no ombro, sorriria e diria "Obrigado, cara", o que já era suficiente.

~Doraaam?  Melvin abraçou Brendan e levantou as sobrancelhas algumas vezes, como se soubesse no que ele estava pensando. O menino se atrapalhou com o peso e acabou esbarrando em alguém, ouvindo um "Ai!".

  Já faz um tempo que não fazíamos isso!


Brendan: ...!  Ele reconheceu a voz e Melvin se desprendeu do abraço.


Barry: Heh...  Os dois ficam em silêncio por alguns instantes e um Sentret passa rolando ao longe. Brendan pegou em seu bloquinho para começar a escrever que estar sem voz dificultou sua semana e por isso estava distante, quando o menino decidiu falar.  Quer ir em Floaroma comigo?

    Brendan olhou surpreso com a pergunta.

Barry: Dessa vez podemos ficar mais tempo, não precisamos voltar cedo. E-Eu queria muito capturar um Buizel e andei fazendo muitas pesquisas essa noite, de acordo com um fórum tem muitos deles vivendo numa área perto de Floaroma, o vale Windworks. Se tiver outros planos, pode...  Ele foi interrompido com Brendan assentindo e sorrindo, correndo para o portão do parque e o chamando com as mãos. Suspirando aliviado, ele corre atrás dele.


    Vendo os dois meninos saindo do parque, Shaymin saltou de uma árvore e se enfiou dentro da mochila de Brendan, colocando só a cabeça para fora.


  Olha, mamãe! Aquele bichinho de pelúcia é muito fofo, onde compra?


    A mãe olha para onde a filha apontou e vê Shaymin mostrando seus dentes afiados e fazendo uma cara assustadora. Ela grita de pavor e puxa a criança pelo braço, começando a correr e dizendo que aquilo não era coisa de Arceus. Shaymin volta ao normal e passa a vasculhar o que tinha na mochila, perguntando-se para que serviam tantas linhas de cores diferentes.



    Quando saltaram do ônibus na cidade de Floaroma, Brendan lembrou-se da floricultura Cores de Flores, administrada pela família de Elma. Melvin começou a espirrar com o pólen e ficou do lado de fora abraçado numa árvore com o tronco melado.
    Dentro da floricultura, alguns Bulbasaur usavam seus cipós para organizarem os vasos de flores, outros separavam estátuas de Cacnea e Sunkern para jardins.


Forsythia: Vamos, tente você!  Ela entregava um regador de Psyduck para Barry.


Barry: Isso é mesmo terapêutico!  exclamou, com Forsythia o orientando sobre como segurar o regador.  E esse Budew gosta de ser regado?

Forsythia: Aí você tocou num tópico complicado, deve acompanhar as notícias, a taxa de depressão entre os Budew de Sinnoh anda altíssima e atendemos vários deles aqui na Cores de Flores, mas nada tem resultado, eles não evoluem nunca, a recomendação é pegar um Eevee e socializar muito com ele de manhã ou de noite se quiser ter um Pokemon bem feliz e evoluído.

Barry: Por isso as Roselia estão diminuindo, coitadinhos dos Budew!

Forsythia: Esse aqui já está se tratando faz três meses mas ainda está longe de desabrochar!


~Buuudew...  O pequeno era regado por Barry que não diferenciava se era a água do regador ou suas lágrimas que escorriam pelo rosto.


    Ajudando um Bulbasaur a montar um arranjo de flores, Brendan revivia memórias suas dos últimos anos.


    Pesquisando pelos bosques de Hoenn ao lado do pai de May, o Professor Birch, Brendan aprendia sobre movimentos e características de espécies de Pokemon junto ao meio ambiente. Scarlet brigava com sua bocarra para que ela parasse de mastigar os Cutiefly que passavam voando, Lala se divertia rolando na terra e logo atrás Pulu e Mini sapateavam e jogavam sementes. Brendan, Zagz e Melvin as enterravam em montinhos até Mudz e Ursula virem regá-los com seus golpes d'água, com Ursula sempre fazendo a dança de bolhas. Depois, todos deitavam-se juntos e assistiam o pôr do sol. Pareciam momentos tão distantes...


    Flores com pétalas amarelas de aparência dentada chamaram a atenção do menino, que levantou uma delas, vendo uma das pétalas se desprender e voar até o cabelo de Barry, parecendo se camuflar nos fios loiros.


Barry: Eu gosto dessas, são bem bonitas!  ria enquanto Brendan aproximava a flor de seu cabelo, mostrando como tinham a mesma cor.


Forsythia: Dente-de-Pyroar é mesmo uma flor encantadora, associada com liberdade e esperança já que as pétalas costumam se desprender ao vento.


  Eu também gosto, mas prefiro flores Gracidea!


    Reconhecendo a voz, Shaymin, que espreitava por cima do ombro de Brendan, escondeu-se na mochila e fechou o zíper.


Robin: Que coincidência reencontrá-lo aqui, também gosta do aroma das flores?  perguntou para Brendan enquanto Barry tentava perceber se conhecia de algum lugar.


Brendan: ...!  Ele reconheceu, mas antes que pudesse escrever algo em seu bloquinho, o sino da porta da loja tocou quando alguém entrou.


May: Mentira?! Bren!!  Ela estava acompanhada por Lisia e correu até seu amigo, os dois deram as mãos sorridentes.  E você, também... Barney?


Barry: Quase acertou, quer tentar de novo?

Forsythia: Lisia, aqui está o que pediu, água da nascente para regar sua Roselia!


Lisia: Obrigada, ela ama!  respondeu, mas quando foi procurar sua carteira...  Ih! Esqueci no hotel!

Robin: Eu pago pra você, sem problemas
  disse, levantando uma nota para Forsythia, que entregou uma sacolinha para Lisia.

Lisia: Obrigada, me dê seu número que depois vou te devolver!

Robin: Não precisa, é de coração! Grande fã das suas apresentações!  Piscou para Lisia, que riu se animando.

Brendan: ?
  Ele levantou o bloquinho, onde perguntava o que estavam fazendo ali.


Lisia: Ah, viemos só buscar a água da Peta, mas tínhamos planos de karaokê com a Diantha, tá afim de ir?


    Sentando em posição fetal, Brendan ficou se balançando enquanto Lisia fazia bico, confusa.


Robin: Coloca um cropped e reage, vem!  Levantava Brendan enquanto um Bulbasaur já o decorava pensando ser um vaso de flores.


May: Até que enfim uma amizade boa, Brendan! Como a gente te chama?  perguntou para Robin, que apertou a mão dela sorrindo.

Robin: 
Oh, do jeito que preferir, mas para todos os fins, sou Robin! É um prazer, Top Coordenadora May e...

Barry: Barry!  Ele sorri em resposta e também aperta sua mão.


  Tia, chame os Bulbasaur, está vindo de novo!  exclamou um dos funcionários da loja e Forsythia parou sua terapia com o Budew, correndo para fora da floricultura.


Forsythia: Rápido, usem Light Screen, protejam as flores!  gritou e imediatamente os Bulbasaur projetaram telas de luz solar ao redor da floricultura.

Barry: Que vento é esse?!
  exclamou, com seus cabelos bagunçando-se.

  Não vai ser o suficiente, a ventania está mais forte dessa vez!  exclamou um senhor barrigudo que também trabalhava ali.

May: Liza, Protect!
  Ela correu para perto de Forsythia, liberando sua Lopunny.

Brendan: ...!
  Ele estalou os dedos algumas vezes para Melvin, que assentiu.

Robin: Togetic, mostre seu Safeguard!


    Enquanto Liza e Togetic auxiliavam os Bulbasaur, Melvin encarou a ventania repentina e abraçou o ar com toda a sua força, mudando o curso para longe da cidade. Várias árvores se balançaram desprendendo folhas, e os demais saem da loja, preocupados.

Lisia: Mas o que foi isso?!


Forsythia: Desculpem não ter avisado antes, mas estamos lidando com essas ventanias desde o último domingo... Isso tem prejudicado nossas flores, algumas são mais sensíveis e não conseguem resistir.



    Olhando para os canteiros com flores despedaçadas, Melvin tenta arrumá-las, mas Brendan acaricia suas costas, não tinha o que ser feito por elas. Barry e May se olharam, haviam pensado a mesma coisa sobre a ventania, mas preferiram ficar quietos.

Lisia: Tem algo que possamos fazer pra ajudar?


Forsythia: Vocês já ajudaram, os Bulbasaur estão cansados e usar o Light Screen dessa forma exige muito deles. As ventanias estão concentradas ao redor da cidade e nem a Campeã conseguiu ver uma solução ou identificar o que está causando tudo isso. Mas se souberem de algo, avisem, por favor.

Robin: Tudo bem, faremos isso.

Barry: Eu vou querer levar o regador, aliás.  Forsythia sorriu e ele voltou para dentro da loja com ela.


Lisia: Isso é bastante esquisito, não acho que esteja sendo causado por um Pokemon... Quer dizer, que eu saiba nenhum Staraptor aprende Hurricane.

May: Podemos remarcar com a Diantha e ficar para investigar!

Brendan: "Barry quer capturar um Buizel aqui perto"  escreveu para elas.

Robin: Então já temos um primeiro lugar para explorar!
  Com uma mão na cintura, exclamou para o restante.



    Saindo ao leste de Floaroma, o grupo reparava na ausência dos Pokemon, provavelmente com a ventania estavam se sentindo ameaçados e deixando o lugar. Deram uma curta caminhada até a parte mais próxima do Monte Coronet, a montanha mais alta da região, onde Barry tinha pesquisado sobre ser habitat dos Buizel. Este lugar era conhecido como Vale Windworks e era rodeado por moinhos de vento.


~Doraaam!  Melvin vasculhava um arbusto quando viu bolhas na margem de um rio.  Dooooram!!


Barry: Lá está o nosso Buizel! Use Wing Attack, Starly!


    Deixando sua Pokeball e investindo na direção da água, Starly golpeia o Pokemon no momento que ele vai pra superfície, o arremessando longe.


~Shell?!

Barry: Ops... Alarme falso!  Ele estendeu o braço e Starly pousou, orgulhosa.

Lisia: Que decepção...


  Não vai encontrar um Buizel selvagem por aqui  disse um homem recostado numa árvore.  Todos já foram embora...


Barry: N-Não acredito! É você, Flint!!

May: Quem?  perguntou baixinho no ouvido de Brendan, que levantou os ombros.

Flint: E aí, cara?
  Ele sorriu para Barry que se aproximava tentando conter sua empolgação.

Barry: P-Posso?
  Ele levantou seu celular com a mão tremendo e Flint sorriu. Robin fotografou os dois, rindo.  Gente, o Flint é da Elite de Sinnoh! Ele se formou na nossa escola, é uma lenda com seus Pokemon flamejantes!

Lisia: Opa, tira foto comigo também, tô em campanha!
  Ela se agarrou no corpo de Flint, fazendo várias poses ousadas enquanto Robin fotograva de diferentes ângulos.

May: Mas espera, se ele é da Elite e nós somos Coordenadoras, ele...


Flint: Nah, está tudo bem, isso de abominar Contests não me cabe. Só não estou no meu momento mais empolgado...

Lisia: Foi pelo que a ventania fez com o seu cabelo?

May: Que isso, Lisia? Baixou a personalidade do Harley?

Lisia: Tá no sangue da família, miga!

Flint: É sim sobre a ventania. O vale Windworks é um parque eólico, por isso a quantidade de moinhos, é para gerar o máximo de eletricidade possível. Mas agora tá tudo esquisito, a velocidade do vento está anormal e tem eletricidade demais!


    Olhando para os moinhos no corpo da montanha, Brendan os via girando muito rápido, mas não sentia que ventava tanto ali.


May: Mas se está sobrecarregando com energia tem risco de explodir, não tem?

Flint: Justamente isso! Volkner está lá dentro com seu Electivire absorvendo todo o excesso de energia já faz quase uma semana, isso é demais para qualquer um! Mas ele me ouve? Nããão! Como sempre!

    Reclamando enquanto andava em círculos, Flint dá um soco na árvore e uma berry cai em sua cabeça.

Barry: Isso é muito caótico... Volkner pode ser o mais forte entre os Líderes de Ginásio, mas esse trabalho é demais pra ele!

Flint: Sim? Quer tentar explicar isso pra ele?

Lisia: Na verdade, queremos!  Ela puxou May e Brendan para perto, sorrindo.

Flint: Oh... Então tá!


* *

    Dentro do laboratório da usina, Brendan e os demais acompanhavam Flint não muito contente. O local estava vazio, nem sinal de funcionários.

Flint: Lá está. Não digam que não avisei, ele é muito resmungão...


    Conectado à uma máquina, o Electivire de Volkner absorvia eletricidade sem parar, concentrando-a em suas antenas. Ao seu lado, um rapaz pálido sem muito ânimo estava sentado corcunda.

Barry: É mesmo ele... Volkner!

Robin: Nossa, isso que eu chamo de Motor Drive!  exclamou para Electivire.


Volkner: Quem são essas pessoas, Flint? Eu falei para me deixar sozinho.


Flint: Alguns são Coordenadores e os outros não sei, mas o que importa é que concordam comigo, precisa sair daqui, Electivire não pode fazer esse serviço pra sempre! Você tem uma vida, cara!


Volkner: Típico de você, trazendo gente que te dá razão para tentar provar algo pra mim. Entenda, Cynthia já falou que esse é o único jeito de não sobrecarregar todo o vale, essa é uma tarefa minha.


Flint: Eu odeio quando decide que tudo é sobre você e que precisa resolver todos os problemas sozinho!

Volkner: E eu não posso fazer absolutamente nada sobre isso. Ou melhor, posso continuar fazendo o meu trabalho.

Flint: Grrr!!  Ele saiu batendo os pés.

May: Nós devemos...?  Os outros estavam tão confusos quando ela, mas decidiram seguir Flint.


Flint: Eu vou explodir se continuar parado com isso na cabeça! Você que não fala, vamos lutar!  gritou para Brendan, apontando para ele.


Brendan: ...?!

Barry: Uma batalha com o Flint, wow!

May: Mas... Vai aceitar isso? Sua voz...

Flint: Grrrr!!  Ele dava vários socos na parede do corredor.

Barry: Flint precisa esfriar a cabeça...

Brendan: ...  pensava sobre, talvez pudesse mesmo ajudar. Era a sua chance de fazer algo.

Lisia: Não é melhor a gente sair daqui primeiro? Se esse lugar explodir, tenho é medo!

Robin: Gosto dessa ideia, todos a favor? Sim, ótimos, vamos!

    Ao lado de fora do laboratório, Barry, May, Lisia e Robin se juntam para assistir. O membro da Elite saca sua Pokeball, eufórico. Brendan olhou para Melvin, mas este abraçava uma árvore e não a soltaria tão cedo. Então, o que seria melhor contra fogo...?


    De repente, uma boia infla na água do rio e um Pokemon coloca a cabeça para fora dela.


Barry: Buizel!

May: Esse deve ter decidido não abandonar sua casa, deve ser um de natureza valente...



    Deixando a Pokeball de Brendan junto de estrelas projetadas pelo selo, Mudz dá uma cambalhota no meio delas, ficando de pé e desafiando Flint enquanto estas se desfaziam em brilho ao seu redor.



    A Pokeball de Flint se abre numa roda de chamas que se afastam para revelar Infernape. O macaco bate duas vezes no peito e as chamas de sua cabeça se prolongam.


Lisia: O Brendan tem uma grande vantagem, isso é bom sinal pra ele!

Robin: Não se esqueça que o Flint faz parte da Elite, ele é treinado para lidar com adversidades.


Flint: Volkner me tira do sério! Infernape, Flare Blitz!


    Soltando um grito de guerra, Infernape prolonga o fogo de sua cabeça para cobrir todo o seu corpo. Impulsionando as mãos contra o chão, ele se levanta numa investida que incendeia a grama.


    Parecendo desaparecer no fogo, o Pokemon vinha a toda velocidade contra Mudz.


Brendan: !  Ele bateu uma palma na altura de sua barriga e manteve as mãos juntas. Mudz o olhou por cima do ombro, entendendo o comando.


    Mudz junta suas mãos, embolsando-as com lama. Assim que Infernape estava mais perto, ele as separa e duas mãos lamacentas se erguem do chão, envolvendo-o para protegê-lo. As chamas se alastram ao redor da proteção, mas então apagam-se.

May: Mud Slap defensivo! Essa foi boa!

Robin: Ele pegou o jeito dos comandos ritmados, está indo bem!

Flint: Fire Punch, várias vezes!


    Desfazendo seus punhos em labaredas, Infernape passa a dar múltiplos socos na lama, começando a jorrar pedaços dela para os lados, abrindo um buraco na proteção.

Brendan: !!  Ele socou para frente, estalando os dedos.


    Rompendo de vez a lama, Mudz revela seu punho e o empurra contra o de Infernape. A colisão dos ataques deixa ondas de energia estremecerem o gramado, apagando as chamas da grama.

Flint: Não o deixe impedi-lo, mande-o para o chão!


    Disputando socos com Mudz, Infernape conseguia ser mais rápido, começando a cansá-lo e acertar socos em seu peitoral.

Brendan: !!!  Ele bateu várias palmas e Mudz firmou seus pés no chão.

Flint: Por baixo do queixo!


    Mudz estufou o peito e encheu sua boca com água quando Flint notou que ele dispararia Hydro Pump. Infernape atendeu ao seu comando, dando um soco por baixo em Mudz, o fazendo cuspir a água para o alto e não o atingir. Virando-se, o chutou para trás, fazendo-o rolar na grama.

Lisia: O Mudz tem muita resistência, mas também precisa acertar!


Barry: O Flint está de cabeça quente, talvez Brendan consiga surpreendê-lo...


    Se virando para o Coordenador, Mudz o vê girar o dedo indicador e depois levantar os dois braços. Entendendo, ele se eleva numa onda d'água. Braços de lama surgem do chão e se mesclam com ela, a tornando barrosa. Surfando por cima do movimento, investiu contra Infernape.


Flint: Grass Knot!


    Saltando pelas árvores, Infernape buscava seus cipós, pendurando-se e desviando de Mudz que tentava agarrá-lo com sua onda. Dando uma cambalhota por cima dos braços dele, o macaco rola no ar e chuta por cima da grama, desfazendo o ataque e conseguindo deixar Mudz em queda.

Brendan: !!!
  Ele estalou os dedos, mas Mudz não conseguia escutá-lo.

Flint: Grass Knot de novo!


    Voltando a dar uma rasteira na grama, Infernape gira sua perna e pega Mudz no ar, o chutando perto de Brendan.


    Com os o corpo cheio de hematomas, Mudz se levanta com dificuldade, ofegante. Brendan morde o lábio inferior com o olhar preocupado tentando pensar em algo que conseguisse comandar por palmas ou estalos.


May: Grass Knot é a resposta do Flint quando está em desvantagem! Mudz não pode levar outro desses!


Robin: Pelo que tenho percebido, Flint usa as batalhas para explodir. É assim que consegue organizar os seus pensamentos, ele não está deixando aberturas para Brendan fazer nada  disse para Barry, que olhou impressionado para o Infernape.


Flint: Por que não me mostra a sua Mega Evolução? Foi por isso que quis te enfrentar, quero esse tipo de desafio!  gritou para Brendan, apontando para o bracelete no pulso dele.


Brendan: ...

Lisia: Pode ser a força necessária para ele contra-atacar!

Barry: Eu nunca vi a Mega Evolução do Mudz!

    Ouvindo os amigos comentando, Brendan olhou para Mudz, que assentiu para ele, concordando com o que fariam.


    Levantando o braço, Brendan toca na Key Stone, que reluz nas sete cores do arco-íris. As cores conectam-se com Mudz, que emanava uma pedra reluzente à frente de seu corpo.


    As cores materializavam-se em laços simbolizados pela forte conexão entre Coordenador e Pokemon. Barry ficou impressionado, Robin olhava com curiosidade, May comemorava e Lisia fotografava. No rio, Buizel voltou a colocar a cabeça para fora d'água, sentindo algo diferente no ar.

Flint: É disso que eu gosto! Queime, Infernape! Close Combat!


    Correndo e batendo seus punhos, Infernape salta na direção de Mudz. Este preparava-se para a transformação quando seus laços se rompem, transformando-se em pontos coloridos levados pelo vento. O Swampert não esperava por isso e olhou confuso para trás quando Infernape o esmurrou nas costas, arremessando-o para cima de Brendan.

May: Brendan!  gritou ao mesmo tempo que Barry.

Flint: Caramba! Eu exagerei?


~Swaaam?  Por cima de Brendan, ele estava envergonhado.

    Segurando no braço de seu Coordenador, ele tentava bater na Key Stone para fazê-la reagir, mas não funcionava. Melvin aproximou-se e ele saiu de cima do menino, encolhendo-se e recuando para trás.

Barry: Você se machucou?
  Ele ajudou o amigo a se levantar, passando o braço dele por cima de seus ombros.



    Olhando para Mudz, Brendan o vê discutindo com Melvin, que tentava acalmá-lo com um abraço. Não tentou dizer nada, conformado de que as palavras se abafariam mais uma vez;


May: Bren... Está tudo bem?  Ela se aproximou com Flint e Lisia.


Lisia: Ué, mas a Mega Evolução só falha quando o sentimento que a criou não está mais em sintonia entre a dupla...


    Mudz tentava entender porque a Mega Evolução não resultou de novo, empurrando Melvin para trás, mas este insistia em se aproximar até conseguir abraçá-lo. O Pokemon esconde seu rosto nos pelos dele e Brendan conseguia sentir que ele estava chorando. Soltando-se de Barry, o menino foi até ele, tentando dizer algo. Pensou em se juntar ao abraço para mostrar que estava ali, mas de que isso adiantaria? Nem sabia o que estava errado com a Mega Evolução.


    No corpo do Monte Coronet, os moinhos começaram a girar mais rápido ainda, ficando impossível de acompanhar seus movimentos. Buizel sentia a água do rio se agitando, nadando para fora dele.

Robin: O céu...  Com uma mão na cintura, pensou enquanto olhava para cima, vendo as estrelas acendendo todo o céu, transpassando as nuvens.


    Dentro da usina, Electivire gritou e ficou de joelhos, apoiando-se com as mãos no chão. Seu corpo todo envolveu-se em eletricidade e ele tinha os olhos arregalados.


    Se assustando com o sinal de sobrecarga, Volkner se levanta. Aquele lugar não iria durar muito tempo.

Continua

2 comentários:

  1. Hoje não to tão inspirado pra comentar ainda mais quando eu to estressado kkkkk Mas resumindo eu gostei bastante do capitulo e os ventos parecem está bem estranhos tanto que o Electivire está trabalhando dia e noite absorvendo parte da energia. E tivemos o Flint Full Pistola vs Brendan, a batalha foi muito boa e como já esperado, muito bem descrita, suas descrições estão muito boas :3
    Eu tenho achado estranho mega evolução Mudz falhar e não é primeira vez, acredito que tenha algum motivo por trás disso tudo. Talvez o que vem acontecendo com Brendan desde que chegou em Sinnoh, curioso pra saber mais disso e obviamente ansioso pelos próximos capitulos :3

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  2. Nossa Flint, quebrando a transformação da magical girl? Que falta de respeito... agora a sério, Brendan ta com demasiada dificuldade sem a voz dele e ainda não se conseguiu adaptar à nova realidade. Os sonhos dele imaginando quebrar num contest também mostram muito isso, fiquei com pena dele, no começo da fic tava tão mais maduro mas agora é como se precisasse aprender tudo de novo. Gostei das memórias dele em Hoenn, talvez fosse boa ideia voltar lá uma semana e se voltar a conectar com as origens, talvez o problema principal dele seja mesmo esse, o afastamento o está fazendo perder conexões com os seus Pokémon.
    Tenho quase a certeza que o Robin sabe que a Shaymin faz viagens como a Chewtle... nope, não vou falar sobre a cara do capeta. Me recuso.
    Gostei também da jardinagem, a ost ficou mt bonita e transmitiu um sentimento de calma, ainda que eu tivesse perdido tudo com os Budew depressivos xD
    E agora o mistério das ventanias do vale windworks... Cynthia ter mandado o Volkner fazer aquilo achei estranho, ela mandaria mesmo um dos líderes de ginásio para algo perigoso assim? Ainda não a conhecemos nessa fic, mas por isto já me deixou desconfiada...
    E também gostei do Flint esquentadinho, deu para ver mais do seu lado responsável que já tinhamos visto com Diego, alias, Brendan não sabe quem é ele né?
    Gostei bastante desse capítulo e estou já esperando o próximo, já que os dois estão ligados de alguma forma. Talvez Cynthia apareça? Maybe... a batalha foi muito boa, gostei de como usou o grass knot, foi bem original os movimentos do Infernape. Flint se portou realmente como treinador de elite, um autêntico mestre naquilo que faz, Brendan não teria chance nem com voz e mega evolução ativada, pelo menos fiquei com essa impressão.
    Agora quero ver o que vai acontecer, se a usina vai explodir e se o Barney... Barry, vai pegar aquele Buizel que com certeza ficou por ser valente e não porque dormiu a semana toda e os outros foram embora devagarinho para não o acordar... hehe

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