terça-feira, 22 de abril de 2025

Capítulo 47: Entrega especial em Floaroma!

     Barry retirou os sapatos assim que entrou em casa, ouvindo o barulho da televisão da sala, onde algum episódio de um dos doramas de sua mãe estava passando. Ele sentiu um cheiro bom vindo da cozinha, imediatamente sorrindo por isso. Talvez se apresentar num palco como Senhor Combee abrisse mesmo o apetite.


  Barry? — sua mãe o chamou, e ele nem percebeu que ela saiu da cozinha, com as mãos protegidas por duas luvas de pano.  Nem me avisou que já estava voltando, ou que tinha ido em qualquer lugar...


  Me desculpa, eu esqueci completamente!  Ele coçou a nuca, sorrindo da situação.

  Tudo bem. Se fosse a sua irmã, eu teria ficado preocupada, mas você é muito responsável, meu menino de ouro!

  Haha! Não é pra tanto, mãe... Mas está tudo bem.

  Eu percebo, anda mais feliz ultimamente. Mais decidido... Estava com o Brendan?


  Ah!  Barry corou com a pergunta, mas não poderia responder que decidiu participar de um Contest num surto de coragem.  Sim!! Estávamos treinando e perdemos a hora!


  Ele é ótimo, não é? É diferente dos seus outros amigos, eu vi quando ele passou a noite aqui. Você parece mais à vontade com ele.


  Pareço...?


  Parece  Ela sorriu, mas percebeu fumaça vindo da cozinha.  Aaai!, não posso me desconcentrar assim! Estou fazendo uma receita daquela garota que chamam de Elesa Galariana, vi lá no PikiPek! Se der tudo certo, eu te chamo para experimentar.


    Sorrindo do jeito de sua mãe, Barry a observou voltando para a cozinha. Ele olhou para a varanda, vendo o céu sem estrelas, lembrando de estar sentado ali, de noite, vendo a chuva com Brendan. Com o Brendan... Sentiu um aperto no coração, e seu sorriso foi se desfazendo devagar.


  Uh?
  Marley saiu de seu quarto, percebendo Barry parado encarando a varanda.  Barry...? Tudo bem? Terra chamando Barry!

  Ah, sim
  Barry piscou duas vezes, se voltando para ela, meio desconcertado.  Preciso... fazer uma atividade do Samson!


    Marley o viu correr para o quarto, fechando a porta. Ela encarou por alguns instantes, com o olhar caído, mas voltou para o seu quarto.

Orla Gartland - Why Am I Like This


    Barry largou a mochila no chão, acendendo apenas um abajur com uma fraca iluminação amarela. Sua cama estava bagunçada com uma bola de futebol em cima, e ao invés de arrumá-la, ele se jogou de costas na enorme pelúcia de Snorlax, onde seu Notebook estava. Levantou a tela e a luz veio em seu rosto, realçando suas olheiras e refletindo nos troféus da estante de porta de vidro.


    Em sua rede social, Barry passou pelas últimas postagens. A tela da televisão com o resultado da partida que jogou contra Brendan em Azoth Kombat, tendo perdido para ele numa melhor de três. Depois, uma foto com Brendan e os Bidoof no Lago da Verdade, com a legenda tendo apenas um sorriso e algumas estrelas e nuvens. Sorriu ao ver o comentário de Brendan reclamando dele ter postado aquela foto. A seguir, uma foto de uma bola de futebol, e de novo Brendan a encarando de perto como se fosse sua inimiga, e a legenda dizendo "Feitos um para o outro". Aquela, May havia curtido, mesmo sem segui-lo de volta.

     Barry sorria vendo aquelas postagens. Seus últimos dias tinham sido muito divertidos. Rolando mais para baixo, passou por fotos como Buizel com a insígnia da Mina em cima do nariz, olhando para ela de forma engraçada, depois uma da vista do vale Windworks, onde dava para ver metade do braço de Volkner, e mais outra de uma flor Dente-de-Pyroar, sua preferida, próxima de seu cabelo, como Brendan havia dito que eram parecidos. Ele olhou para um canto do quarto, onde estava o regador de Psyduck que comprou na floricultura naquele dia.


    Eu suas pastas de fotos, todas eram de dias que esteve com Brendan. Ele parou em uma onde havia o fotografado comendo donuts do Fan Club, junto com Mudz, Chimchar e Shaymin, numa mesa redonda. Ficou alguns instantes observando a foto com um sorriso, até dar um zoom no rosto de Brendan.


    O que estava acontecendo? Era o que vinha se perguntando o tempo inteiro, desde que esbarrou naquele garoto durante uma aula de educação física, desde que não conseguiu o dizer que também gostava das batalhas de Fantina, desde que percebeu que o Burmy ladrão da escola não havia sido expulso, mas protegido por ele, desde que criou coragem para ir atrás dele depois de Lala se machucar numa batalha contra a Girafarig de Chang.


    Sentando juntos na sala de aula, aprendendo sobre categorias e performances para ser sua dupla no Contest de Floaroma, o ouvindo contar sobre Brock, finalmente conseguindo capturar a Starly com a ajuda dele, sendo influenciado a ouvir os hits da cantora drag queen Allexya Lyandra, ficando ao seu lado quando perdeu a voz e quando a recuperou, e mesmo o abraçando com força depois dele se abrir sobre estar perdido com os Contests e seus Pokemon... Quando acamparam no Lago do Valor ou mesmo quando passaram todo o dia chuvoso juntos.


    Seu pai também já o havia dito que ele parecia mais a vontade comandando seus Pokemon, o que agravou seus pensamentos. Mas não podia mais fugir deles. Não depois de tudo isso com Brendan, não depois de ter enfrentado um ginásio e se enfiado num Contest...


Sabe que espero grandes coisas para o seu futuro... Você vai ser um Líder de Ginásio espetacular, assim como eu era. 



A beleza está no que foi revelado aqui, quem você e Chimchar são. Podem ir longe.


O Coração de Pedra não é tão diferente do Senhor Combee.
    

    Com o olhar firme, Barry respirou fundo, abrindo o navegador e pesquisando a pergunta principal entre as que rondavam sua mente. "Eu sou um Coordenador ou um Líder de Ginásio?" Logo começou a ler matérias, como Cinco sinais que você é um Coordenador, que diziam "Não vê graça nenhuma em batalhas de força bruta", "Se pega interessado por performances", "Você ama maquiagem e efeitos brilhantes".


    O tempo foi passando enquanto ele navegava por mais sites e matérias. Brigas motivadas por ódio aos Contests deixa dois feridos em Eterna, nenhum grave. Após votação, continua criminalizado ser Coordenador em Kanto e Johto. Oposição à apresentações durante o casamento entre Coordenadores em Sinnoh. Terapia de Ginásio é proposta por Lt. Surge. Algumas fotos mostravam protestos na frente de ginásios, Jasmine e seu Steelix algemados em Sunyshore, Fantina e Barlow com suas bandeiras pintadas nos rostos, numa passeata. Aquele universo era muito maior que ele, e agora tinha mais consciência do que era fazer parte dele.


    Até que chegou num teste sobre Contests, após clicar numa matéria Tem questionado o que sente ultimamente?. As perguntas passavam por "Quer saber como é se apresentar num palco?", "Tem se encontrado junto de outro Coordenador?". Terminando de respondê-las, o resultado veio, assim como algumas lágrimas em seus olhos.


    62% Coordenador. Isso não o trazia respostas, mas o deixava com mais dúvidas. Ele fechou o notebook, encarando a parede pouco iluminada do outro lado do quarto. Pensava na insígnia que ganhou de Roark, no selo de fogo que Hayden o presenteou, e em como não conseguia tirar Brendan de sua mente. Ele fechou os olhos, e adormeceu.



    Manhãs de sábado em Jubilife contrastavam com as dos dias úteis da semana, onde as ruas ficavam lotadas de engravatados que trabalhavam nas companhias por toda a cidade. Alguns Pidgey sobrevoaram a lojinha do Fan Club, onde um moço de avental de Pichu virava a placa de "Fechado" para "Aberto", e outro sem paciência, vestindo o avental de Togepi, esfrega o vidro para apagar pichações.


    Lisia caminhava pela calçada, com o cabelo turquesa preso num rabo de cavalo ondulado, e um moletom rosa pastel oversized que escondia metade das mãos, completamente alheia ao mundo, com os olhos grudados no celular. Um fone de ouvido pendia de uma orelha, tocando algo baixo, e ela digitava rápido, com um sorriso torto. No chat, May tinha acabado de responder, “Tô em Jubilife, mas só levantei agora... Me dá umas duas horas pra sair da cama, kkk.” Lisia riu, digitando de volta, “Você é um caso perdido, garota! Me avisa quando estiver viva.” Ela quase esbarrou numa placa de madeira que anunciava “Bolos da Raquele - Inauguração em breve!”, desviando no último segundo com um pulinho, como se fosse parte de uma coreografia. Riu sozinha e guardou o celular no bolso do moletom, olhando ao redor. Ela avistou o letreiro de madeira da Pés & Patas, do outro lado da rua.



    Dentro da loja, o ar cheirava a ração Pokémon e produtos de limpeza com essência de lavanda. Brendan empilhava latas de comida para Happiny diabéticas numa prateleira, com o avental azul meio torto, enquanto Isabella arrumava brinquedos de pelúcia numa cesta, cantarolando algo fora do tom. Jacaranda, a Steenee de Isabella, dançava entre as prateleiras, balançando as folhas como se fosse uma apresentação. Na vitrine, Shaymin estava sentada ao lado de um manequim de Bidoof, com as patinhas cruzadas, encarando o bloquinho aberto na página do desenho de Zeraora. Suas flores giravam devagar, e os olhos estavam distantes, como se o papel guardasse um peso que ninguém mais podia ver.


    Brendan parou, com uma lata na mão, e olhou para Shaymin, com o peito apertado. Ele esfregou a nuca, tentando pensar em algo para animá-la, mas o sino da porta tilintou, e Lisia entrou, com o moletom balançando e um sorriso no rosto.


 — Eita... É aqui que você tem trabalhado, Brendan? — perguntou Lisia, tirando o fone do ouvido e vendo a Steenee com o espanador. — Parece... bem mais organizado do que eu imaginava!


 — Lisia?! — gaguejou, endireitando o avental. — O que... quer dizer, sim, é aqui! Mas, tipo, o que você tá fazendo em Jubilife?

 — Estou tentando ser mais humilde, não julgando você e esse lugar, e questionando minhas decisões de vida!

    Isabella congelou, com um brinquedo de Skitty nas mãos, e seus olhos arregalaram como se tivesse vendo uma erupção do Wela.


 — Lisia?! — exclamou, com a voz subindo umas três oitavas. — A maior Pop Star de Hoenn está no meu trabalho!! Sou sua fã desde... desde sempre! Foi tão lindo ver a sua apresentação com a Bow de perto na Copa Fantina!

    Lisia piscou, com o sorriso ficando meio torto, claramente sem saber como lidar com o entusiasmo da menina.


 — Haha, obrigada... — disse, coçando a bochecha, até receber uma flor dela e ficar em dúvida do significado daquilo.


    Jacaranda parou de dançar, inclinando a cabeça, e Shaymin ergueu o olhar do bloquinho por um segundo, como se a energia de Isabella tivesse quebrado sua bolha. Brendan riu, tentando aliviar a tensão.

 — As vezes eu ainda fico do mesmo jeito quando percebo que toda quarta-feira assistimos um filme juntos — Ele olhou para Lisia, com um sorriso tímido. — Veio procurar alguma coisa ou só me ver?

    Antes que Lisia pudesse responder, a porta dos fundos bateu, e Luísa Honey entrou, com o cabelo cacheado preso num coque bagunçado e um telefone colado na orelha. Marill estava espremida em seus braços, com a cauda balançando e os olhos meio apertados, como se estivesse implorando por espaço.


 — Não, eu disse que pago o que posso! — Luísa falava alto, com o tom exasperado. — Esses motoboys acham que ajudar Pokemon é de graça? Tsc, ninguém quer trabalhar mais! — Ela desligou o telefone com um suspiro, finalmente notando Lisia. — Oh, clientes! — exclamou, com um sorriso forçado, soltando Marill, que rolou no chão e correu para Shaymin, tentando cutucá-la com a cauda até quase levar uma mordida.

 — Vou dar uma olhadinha na... estante de itens!


 — Está tudo bem? — perguntou Isabella, percebendo Luísa Honey digitando com força na tela do celular. — Parece bem estressada...

 — Estressada é pouco! Decidiram me expor na internet por pagar mal aos motoboys, como se ajudar os Pokemon já não fosse o melhor pagamento de todos! Agora eu tenho uma entrega urgente para a Cores de Flores, em Floaroma, e quem vai levar até lá?

    Brendan olhou para Shaymin, que tinha voltado a encarar o bloquinho, com as flores girando mais devagar. Ele respirou fundo, endireitando os ombros.


 — Eu posso ir, chefe — disse, com firmeza. — Levo a entrega até Floaroma.


 — Isso, Brendan, meu herói! Mas não vou te pagar mais por isso — exclamou Luísa. — Isa, prepare o pacote, os itens estão no nosso e-mail. Preciso ir agora para um evento de mulheres ativistas, vamos Marill!


 — Marill, Marill! — A ratinha acenou para Shaymin antes de sair da loja, e escapou por pouco quando o manequim de Bidoof foi arremessado contra ela.


 — Sorte sua, Bren! Não vai passar o seu sábado atrás do balcão comigo — Isabella sorriu, já abrindo uma caixa personalizada da loja.


 — Desculpa, eu estou pensando na Shaymin... Talvez faça bem para ela, se distrair em Floaroma. Ela gosta de flores também...


 — Tem razão, ela está precisando parar de pensar naquele desenho. Pode deixar que eu seguro as pontas por aqui!

 — Você é a melhor! — Brendan a abraçou, e ela riu. Ele se voltou para Lisia, que fingia interesse numa Everstone. — E você não quer vir comigo para Floaroma? É sábado, vamos aproveitar!


 — Eu não tenho muitos planos para hoje mesmo... E Floaroma é perto de Eterna, não é? Melhor para mim.

 — Então vamos! — Brendan correu até a vitrine, pegando Shaymin que começou a se debater, reclamando.


    Isabella colocou a caixa dentro de uma bolsa da loja e Brendan a atravessou no corpo, acenando para ela do lado de fora da loja. Em cima de sua touca, Shaymin tinha os braços cruzados, sem paciência. Lisia e Brendan trocaram um olhar antes de liberarem Ali e Melvin, que seriam seus transportes.

  Você sabe o caminho?  perguntou Lisia, montando em Ali.

  Não, mas eu... espera
  Brendan sentiu uma brisa o arrepiar.  Eu acho que sei, sim. Vou nos guiando!


    No quarto de Barry, a luz fraca do abajur ainda tremeluzia, lançando sombras suaves sobre a bagunça. Ele dormia profundamente no puff de Snorlax, com o notebook fechado ao lado e a cápsula do selo laranja brilhando no canto. A porta rangeu devagar, e Marley entrou na ponta dos pés. Ela franziu o cenho, quase tropeçando numa bola de futebol que rolou pelo chão, e segurou o fôlego, olhando para Barry. Ele não se mexeu, com a respiração leve e o cachecol verde meio frouxo no pescoço.


    Marley caminhou até a janela, com cuidado para não fazer barulho, e puxou a cortina apenas o suficiente para deixar o sol de sábado entrar. A luz a fez semicerrar os olhos, incomodada, e ela cruzou os braços, olhando o céu claro de Jubilife. Dois vultos cruzaram o horizonte, eram Ali e Melvin, mas ela não reconheceu. Inclinou a cabeça, com um suspiro, e viu seu próprio reflexo no vidro.


    Em outro canto de Jubilife, May bocejava, esparramada na cama de um quarto de hotel, com o celular jogado sobre o travesseiro. A luz da manhã entrava pelas frestas da cortina, e ela esfregou os olhos, tentando lembrar por que tinha acordado tão cedo num sábado. O celular vibrou, e ela pegou, vendo uma mensagem de Lisia: “Você demorou DEMAIS, May! Brendan me arrastou pra Floaroma, e agora tô voando com Ali.” May riu, com a voz rouca de sono, e digitou um “Tá, tá, divirta-se aí” antes de jogar o celular de volta no travesseiro.


    Floaroma, né? pensou, sentando na cama e esticando os braços. Ela considerou passar na Pés & Patas, mas a ideia de ficar conversando com Isabella, com todo aquele entusiasmo natural dela, a fez fazer uma careta. Não, hoje não. May se levantou, e enquanto amarrava os tênis, ouviu uma musiquinha animada vinda da rua.


    Pouco tempo depois, estava diante da fachada colorida do Fan Club, com uma nova placa de neon piscando “Donuts de Pecha Berry!”. A musiquinha saía de um alto-falante na entrada, misturada com o barulho de conversas e risadas vindas lá de dentro. May entrou, sentindo o cheiro doce de glacê e café, e se juntou à fila, que já tinha duas pessoas. Ela bocejou de novo, olhando o cardápio pendurado acima do balcão, com desenhos de donuts confeitados que já havia provado com Brendan.


    Na frente da fila, uma garota de cabelos ruivos curtos fazia um pedido, com uma postura relaxada, mas confiante.


 — Um donut e um milk-shake de Mago berry, por favor — disse, com a voz clara, enquanto uma Glameow ronronava ao seu lado, esfregando-se em sua perna. May arregalou os olhos, reconhecendo-a na hora.


    Era a Zoey, a companheira de Dawn, com quem já tinha esbarrado algumas vezes. A última delas, no evento de inauguração do Le Petit Siebold, no Resort Lakefront. Não estava muito afim de interagir com alguém hoje, mas naquele evento, ela a aconselhou sobre como coordenar Lita, e isso a ajudou a vencer a fita em dupla com Lisia.


  Zoey!  May acenou assim que Zoey pegou o saquinho com o donut, e esta piscou, se virando para ela.


  May, que surpresa! Achei que estivesse em Sunyshore como a Dawn e os outros...


  Eu preferi voltar logo para Jubilife, ainda tenho muito o que digerir sobre a Copa Wallace.


  Eu acompanhei as polêmicas. A Gardenia foi muito baixa, e muita gente tem acreditado que Wallace realmente arquitetou para o Enzo Amore vencer, como se fosse possível. De qualquer forma, quem sai ganhando é ele, crescendo em fama às custas dos Coordenadores...

  Ah, é! Você não gosta das Copas  May finalmente chegou na frente da fila, fazendo o pedido para o moço do avental de Togepi.  Vou querer só um donut de morango, por favor.


  Conversamos sobre isso no resort, mas a Dawn tem tentado me convencer cada vez mais, e acho que isso vem afetando muito a nossa relação...
  Zoey disse após beber um pouco do milk-shake, e May lembrou-se de sua derrota na Copa Wallace.  Eu só acho a ideia disso tudo muito falsa. Um Coordenador ser tão confiante e arrogante ao ponto de fazer um evento inteiro ao seu estilo. Não quero ser parte disso, é desnecessário.


  Eu não vejo dessa forma, mas... Já nem sei como eu enxergo tudo isso agora. O meu estilo, as minhas apresentações... Essa temporada está muito difícil, e queria que parassem de me chamar de babá, mas se eu mostrar que estou incomodada, aí é que vão chamar mesmo!

    Zoey percebeu May alterando o tom de voz, e sorriu assim que ela pegou o saquinho com o donut.


  Está com pressa?  perguntou Zoey, e May negou com a cabeça.  Vamos dar uma volta, então.



    A luz do sol entrava pelas janelas de um ateliê cheio de manequins e tecidos, iluminando uma mesa coberta de pétalas de diferentes cores. Um pano roxo era costurado numa máquina, com linhas rosas espalhadas ao redor. Roserade trouxe mais um rolo de tecido, agora preto, e o entregou para a garota que costurava.


  Está ficando interessante, Roserade  murmurou a garota, com um sorriso.  Isso vai causar o impacto.


    Aquela era Elma, a Coordenadora Aromática. Era natural de Sinnoh, mas Brendan a conheceu em Hoenn, quando competiu no Grande Festival. Ela exalava um perfume doce como de costume, mas sua atenção foi desviada da máquina quando ouviu o som de asas batendo forte ao lado de fora. Sorriu sozinha, e jogou um pano branco sobre o que costurava.


    Lá fora, Brendan e Lisia aterrissavam com seus Pokemon, regressando-os logo a seguir. Estavam no pátio da floricultura. Shaymin, agarrada ao ombro do garoto, olhava ao redor com as flores girando devagar, desconexa.

  É a Lisia...!  Elma levou as mãos à boca, encobrindo-a com as luvas brancas. Ela segurou na saia do vestido, caminhando apressada até os dois.  Brendan, não sabia que você vinha, ainda mais com ela!!


  Já é a segunda vez hoje que lembram que tenho algum status... Não me sinto tão famosa desde que um taxista me reconheceu pela publi das rotom bikes e me expulsou do carro.


  É bom te ver também, já faz um tempo desde a Copa Siebold!  Brendan fez um high five com a garota.  Não me contou que voltou para Sinnoh! Achei que estivesse competindo no circuito de Hoenn.

  E eu estou, mas estava devendo uma visita para a minha tia. Não deu para vir antes por causa de uma super ventania ou algo assim...


  Nossa, não faço ideia!  Brendan coçou a nuca, e Shaymin revirou os olhos.  Mas hey, posso entregar isso para você?

    Brendan sorriu, tirando a caixa da bolsa da Pés & Patas e colocando-a no chão. Estava com a notinha fiscal grampeada.

  Pode sim! Não sabia também que estava trabalhando de entregador... A Luísa Honey está te pagando direitinho? Andei lendo cada coisa no blog do Dan...

  Esse é um tópico sensível...


  Mas e aí, você pediu o quê?
  Lisia fez bico, querendo saber o que tinha na caixa.

  Decorações florais e algumas sementes
  Elma sorriu.  Para um projetinho de ciências.


  Perfect!!
  Brendan exclamou, mas ouviu Shaymin bufar em seu ombro. — Vou levar minha Eevee albina para dar uma voltinha na floricultura, tá? Já volto!


  Não quero
  Shaymin disse por telepatia, e Elma ficou confusa por ter ouvido a voz. Felizmente Brendan disfarçou tossindo, arrastando-a para dentro da loja.


    Dentro da Cores de Flores, o ar era doce, com vasos coloridos alinhados por Bulbasaur que moviam cipós para arrumar tudo. Regadores novinhos de Psyduck estavam em várias prateleira, e pétalas flutuavam no chão, espalhadas pela brisa.


    Uma Budew depressiva estava num canto, com o broto caído e os olhos tristes. Shaymin saltou e parou na frente dela, soltando um rosnado e mostrando seus dentes afiados.

  Budewww!!  A Budew recuou, tremendo, e um braço a envolveu.


 — Calma, pequena, tá tudo bem — disse Forsythia, ajoelhando com uma voz suave, como se cantasse uma canção de ninar. Ela acariciou a Budew, que se aninhou em seu braço, ainda assustada. — É só um momento difícil, você vai ficar bem.

 — Desculpa, desculpa! — exclamou Brendan, curvando-se, com o rosto vermelho de vergonha. Ele segurou Shaymin com as duas mãos, que bufava emburrada, chutando o ar.


  Ela tentou comer a Budew?  Lisia entrou na loja naquele momento, já com uma cestinha nas mãos. Atrás dela vinham Elma e Roserade.

  
Só quis mostrar quem manda aqui. Eu não gosto de planta, gosto de carne — Shaymin respondeu, e Brendan colocou a mão em sua boca, mesmo que não impedisse sua telepatia.


 — Vejam só... — Forsythia se levantou devagar, ainda com a Budew nos braços. — Agora estou lembrando de vocês! Vieram por causa do Contest de hoje?

    Ela colocou a Budew num vaso largo, onde a terra parecia mais fofa e fresca. A pequena se enfiou lá dentro quase até desaparecer, deixando só o brotinho visível, como se quisesse esquecer que o mundo existia.


  Vai ter Contest?
  Brendan soltou Shaymin com cuidado no chão.


  Vai ter sim, o estádio vai abrigar um Contest temático, e eu fui convidada para ser jurada de novo! 
 Forsythia sorriu.

 — Não posso dar muito spoiler porque estou ajudando na organização, mas vai envolver arranjos de flores!
  Elma segurava a caixa da entrega.

  Então... Não vai competir?  Brendan perguntou, e Elma negou com a cabeça.


  Não, não vou arriscar. Estou tirando um tempo para treinar também com o meu time, mas vocês bem poderiam se inscrever, vai ser divertido! Imagina acabam se enfrentando numa batalha!


  Enfrentar a Lisia?!  Brendan sentiu suas bochechas queimando.


  Qual o problema?


  É que... Você é... Você, né! — ele tentou explicar, gesticulando desajeitado. — Minha inspiração desde que comecei! Não queria que batalhar com você fosse num momento onde estou tão... lamentável.

  Ah, por favor, sem drama aqui!  Lisia cruzou os braços.  E a propósito... Eu não quero competir. Não vim preparada, nem trouxe meu vestido!


  Mas...


    Brendan abriu a boca pra argumentar, mas se calou quando Shaymin parou de andar. Ela ficou rígida, os olhos fixos em algo no canto da loja.


 — Aquilo... — murmurou, andando devagar até um arranjo próximo de um dos Bulbasaur.


    Uma flor delicada, com pétalas rosa de fundo esbranquiçado, brilhava no centro, diferente de todas as outras. Shaymin parou, com suas flores das orelhas girando rápido, como se algo a puxasse.

  Que flor fofinha
  Lisia comentou.  Quero pra mim se for cara!

  Essa eu nunca tinha visto, tia, é daqui mesmo?
  perguntou Elma.


 — É uma Gracidea — explicou Forsythia, observando Shaymin recuar. — São raras. Muito raras. Na verdade... dizem que Floaroma já foi cheia delas, há muitos e muitos anos. Mas um dia, todas sumiram. Essa apareceu aqui do nada, durante uma tempestade. Achei curioso...


    Brendan olhou para Shaymin, tentando entender o que se passava. O rosto dela tinha uma expressão difícil de ler. Lembrava muito a de quando viu o desenho de Zeraora pela primeira vez. Aquilo entre medo e lembrança que não combinava com o jeito dela.


  Ai!   Lisia tropeçou pra trás quando Shaymin deu um salto, arrancando a flor do arranjo com os dentes.

    Ela saiu correndo da loja sem olhar pra trás, com a Gracidea na boca.


  Que isso, é furto, furto de flor!!!
  Forsythia deu um passo à frente, sem saber se corria atrás ou chamava a polícia. Elma se colocou na frente, tentando acalmar a situação.


  Me desculpem! Vamos atrás dela  Brendan puxou Lisia, que acenou para trás, deixando-o guiá-la.


    Floaroma era pequena, com jardins coloridos em vez de prédios, e calçadas estreitas entre canteiros. Shaymin ziguezagueava entre as flores, com pétalas voando ao seu redor, até pular num canteiro denso e desaparecer. Brendan e Lisia pararam, ofegantes, com o sol brilhando forte acima deles.

  Não...
  murmurou Brendan, cobrindo o rosto com as mãos, com lágrimas escorrendo.  Eu perdi ela...


    Lisia olhou pra ele, sem saber o que dizer. Tocou seu ombro, meio hesitante.

  Você... tá chorando?


  Eu não sei o que fazer por ela...  Brendan afastou as mãos, com os olhos vermelhos.  Eu consigo conversar com o vento, fazer nuvens aparecerem... sei me guiar magicamente quando estou no céu. Mas não faço ideia do que isso significa. Não sei o que eu sou. E mesmo assim... devia ser capaz de entender o que os meus amigos sentem. Queria ajudar, mas ela não deixa ninguém entrar.

  Conversar com o vento...? Você tá bem, menino?

  É sério
  Brendan olhou pra ela. Lisia arregalou levemente os olhos. — O que você faz quando chega num ponto assim?


 — Eu... também não sei. — A voz saiu baixa. — Eu ando perdida. Confusa. Não sei mais o que é meu. As roupas, as falas, os sorrisos, os gestos... tudo parece montado. E no fim, ninguém conhece a pessoa por trás. Nem eu.

  Você fala como se estivesse vivendo a vida de outra pessoa...

 — É isso. — Ela assentiu. — Consigo entender melhor, depois de muito tempo, o que significou o título de Pop Star. É como um produto... E as pessoas amam esse produto. Mas e se eu não for nada por trás dele? E se não sobrou mais nada?

  Shaymin pode estar se sentindo assim também... Perdida.

  Vocês não sabem como eu me sinto  a voz de Shaymin soou na mente dos dois.


    As flores ao redor se mexeram, se afastando, abrindo espaço. Shaymin estava ali, de costas, sentada entre as plantas, com a gracidea entre as patas. Eles se aproximaram, devagar.

  Shaymin, por favor  Brendan pediu.  Eu quero te ajudar. Conversa comigo, o que está acontecendo?


 — Eu não... — Ela virou só um pouco a cabeça. Os olhos estavam cheios de lágrimas. Apertou a flor contra o peito. — Eu posso mostrar.

    
As flores nas orelhas começaram a girar, e o vento mudou de direção. Brendan sentiu na hora. Uma brisa roçou seu rosto, trazendo um sussurro incompreensível. A gracidea flutuou à frente de Shaymin. As árvores balançaram, soltando pétalas que caíram como uma cortina e, aos poucos, se abriram numa passagem.
    Shaymin fechou os olhos e respirou fundo.

  Vamos.

    Brendan e Lisia se entreolharam. Sem dizer nada, deram as mãos e seguiram por entre as árvores.



    Do outro lado, a passagem levava a uma colina tomada por gracideas. Eram centenas, todas parecidas com a que Shaymin pegou na floricultura. Nenhum Pokemon por perto. Só o som do vento passando direto, sem esbarrar em nada, como se aquele lugar existisse fora do resto do mundo.



    Shaymin subiu alguns passos pela encosta, parou e olhou pro céu, vendo as nuvens se moverem lentamente.


 — Aqui... — murmurou, sem virar pra eles. — Foi onde eu me perdi de tudo que eu deveria ser.

    Brendan e Lisia se aproximaram, evitando as flores. Shaymin respirou fundo. O ar entrou devagar, e o suspiro saiu levando algumas pétalas com ele.


    As flores nas orelhas começaram a brilhar, girando. O corpo de Shaymin reluziu em tons de verde, e as pétalas caídas ao redor começaram a flutuar. Subiram devagar, como se reconstruíssem algo, talvez uma memória, até formar a silhueta de um garoto.


    Brendan acompanhou em silêncio. O jeito como aquelas pétalas se mexiam, leves, como se dançassem, prendia a sua atenção.


  Por um momento... A vida não parecia tão ruim.  Shaymin disse, vendo a silhueta de pétalas movendo uma mão para ela. Corada, ela hesitou antes de estender sua patinha.  Por um momento... Eu pude entender o que é ser mais.

   Brendan viu quando a expressão dela mudou. Ainda tinha lágrimas, mas não havia dor naquele instante. Só calma. Como se ela estivesse sendo vista.


  Ele iluminava a noite escura com as estrelas... E me fazia voar.  A mão de pétalas tocou o rosto dela e, aos poucos, foi se desmanchando. Shaymin acompanhou as pétalas caindo, os olhos seguindo até o último fragmento desaparecer. — Mas eu me deixei levar, e então entendi. Não posso baixar minha guarda ou abrir meu coração, nem por um momento. Nem por um... momento.


    Shaymin abaixou a cabeça. As últimas pétalas da silhueta dançaram no ar, girando sem rumo, até sumirem no vento. O campo ficou em silêncio. Lisia apertou as mãos contra o peito, e Brendan encarou o horizonte florido.


  Me desculpe, Brendan  Shaymin disse, sem se virar para eles.  Eu não consigo...


  Tá tudo bem
  Brendan interrompeu, e Shaymin se virou, o vendo sorrir.  Tem muita coisa que eu ainda não consigo entender... E não estou te cobrando explicações. Só queria... continuar ao seu lado.


    Shaymin piscou, surpresa. Brendan se agachou, colhendo uma gracidea. Observou a flor por alguns segundos, depois olhou de novo para ela. Shaymin retribuiu o sorriso.


  Lisia, vamos participar desse Contest
  disse, ainda olhando para a flor.


  O quê?!
  Lisia arregalou os olhos.

  Vamos competir
  Ele se virou para ela, sorrindo.  Eu não quero voltar ao trabalho, e... quero me divertir fazendo arranjos de flores com vocês.

    Lisia o encarou por um tempo, sem responder. Depois, soltou o ar devagar e assentiu, com um leve sorriso. Brendan sorriu de volta. Shaymin também. O vento soprou mais uma vez, levando consigo o perfume daquele jardim.

Continua

4 comentários:

  1. “Eu não quero voltar ao trabalho” Bro same… esse capítulo me representou quando eu trabalhava no café, me levantando cedo e sem paciência para aturar pessoas e sempre que queriam fazer entregas eu me oferecia para não ter de ficar ali. Mds eu to me identificando com o Brendan?
    Mas pronto, começamos onde deixamos o ultimo episódio, com Barry voltando a casa e chutando os sapatos cheios de chulé contra a mãe dele que o apoia pq ele é homem e homens podem tudo, diferente das mulheres. Xora Akari, tantos anos de luta e NADA!
    Barry foi fazer quizz na Internet e deu que era 62% Ga… digo, Coordenador. Achei graça ele pesquisando na Internet e vendo todas aquelas noticias de preconceito contra Coordenadores, eu sei que é suposto ser algo dramático, mas eu ri, desculpa. Não consigo ter empatia, sou um monstro :(
    Mas enfim, adorei o ambiente em Jubilife pela manhã, representa bem o dia das pessoas que trabalham enquanto as Mays da vida ficam nos quartos vivendo de rendimentos do estado e sendo parasitas para a sociedade… shit just got real. Mentira, amo a May, por mim ela pode fazer o que ela quiser, u go queen!
    Também amei a Isa vendo a Lisia pela primeira vez a cores, pq né, Alola… Lisia se sentindo famosa novamente, com gente a reconhecendo e sem pervertidos nas DMs pedindo por fotos dos pés.
    Ainda vimos Zoey que explicou um pouco porque não é fã das copas e eu meio que entendi que era porque os contests já têm preconceito só por si e vendo os anfitriões se pavoneando com shows dedicados só a eles é como apagar um fogo com gasolina para os tradicionalistas, Gostei da visão mais terrena dela sobre todo o absurdo desnecessário de um evento focado em uma pessoa, mas essa visão está afetando o relacionamento com a Dawn, é legal colocar estes pontos de vista na sua história, dão um tom bem mais realista à questão, ainda que a questão seja pessoas em lantejoulas usando pets pra espalhar glitter. No entanto, dá para entender as referências ao mundo real. Foi bem jogado.
    Agora teremos mais um contest simples, mas tem a chance de Brendan contra Lisia e isso me agrada bastante, estou com vontade de ver este porque quero ver Lisia se apresentando sem a pressão natural, porém com esta nova faceta dela tentando descobrir quem ela é por baixo da popstar.
    Finalizando, quase tivemos a revelação de quem é Shaymin e por que ela ficou estranha ao ver o desenho do Zeraora. A teoria de que ela foi expulsa se mantém, mas o motivo eu ainda não consegui perceber. Ela fez algo que não devia ter feito, talvez se relacionou com outra pessoa com o mesmo poder de Brendan porque o fazia voar? Isso explica ter ficado perto do Brendan, mas não entendo o que tem a ver com ela ter sido expulsa… talvez tenha outras Shaymin que a rejeitaram por ter se relacionado com um humano e isso ser considerado uma mancha? Isso explicaria o ter existido muitas Gracideas no passado mas hoje n existir mais… Ai a Shaymin me deixa muito curiosa e quero muito saber o que há com a nossa Eevee albina. Anseio pelos próximos desenvolvimentos. Amei esse capítulo <3

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  2. E tivemos mais um capitulo de Celestial, vejo que o Sr. Davi está inspirado :P
    Aqui no capitulo tivemos o Barry fazendo pesquisas do Google sobre ser Coordenador. Se eu fosse ele eu ativava o modo foda-se e seguiria o meu coração e ia fazer os contests ou até mesmo poderia fazer ginásios e contests se quiser.
    É muito doido pensar o preconceito enorme que pessoal tem com Contests e os coordenadores e isso tem sido alimentado ainda mais com as polêmicas das copas e isso não é algo exclusivo em Sinnoh, mas sim em outras regiões e estou curioso pra ver com esse preconceito irá terminar.
    Ai tivemos mais coisas acontecendo e tivemos o Shaymin e o mistério dele e parece que teremos mais um Contest e quem sabe teremos Brendan vs Lisia. Resumindo foi um capitulo muito bom e to bastante ansioso pelo próximo <3

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  3. Hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
    Meu deus que capítulo bonito, as osts, o clima que você esta construindo, gosto muito da vibe que colocou junto do Barry, em como ele esta se descobrindo e como quis passar que a ideia de ser coordenador e treinador é algo que permeia sua vida bem mais do que simplesmente estar nas competições, mas reflete na forma como você é visto e se expressa, na opinião das pessoas, o que elas esperam de você e como te veem, achei isso muito sensível e legal de acompanhar.
    AMEI as descrições do quarto, como o computador refletia nos troféus e a vida dele sempre foi pautada em ser um treinador, mas descobre que tem paixões por outras coisas. Somos levados normalmente a nos limitar, pois é um caminho fácil e tomar decisões que não queremos, e é bonito ver o esforço dele pra existir dentro desses dois mundos de forma impar, e o momento dele vendo as fotos com brendan e relembrando o que fizeram me bateu bem forte, acho que ele percebe como esteve aflorando um lado que nunca deixou ser e é muito bonito vê-lo tendo esse tipo de revelação.
    A parte da May e Zoey achei interessante como uma não gosta de copas e a outra esta determinada em se encontrar dentro disso. May claramente não esta tendo a mais calma das temporadas, mas estou curioso para saber qual será o resultado da interação delas duas, a opinião de Zoey faz sentido quando se vive dentro de uma indústria, imagino que seja fácil enxergar essa questão do estilo como uma imposição e não como uma celebração.
    Also Brendan e Lisia, achei muito legal Lisia indo a Pés e Patas, a reação de isabella foi fofa e adorei como ela realmente é alguém muito querida, e gosto de Lisia se sentindo famosa e reconhecida por algo após tanto tempo. A preocupação por Shaymin de Brendan foi algo que gostei também, ele se preocupando por ela e fazendo de tudo para ajudá-la. ELMA A COORDENADORA AROMÁTICA VIVE, adorei ela bem calma e plena no seu ateliê costurando, gosto como esses momentos serviram para Lisia realmente lembrar que tem pessoas que a admiram pelo que ela foi, não sei como isso irá se encaixar agora que ela não quer mais ser isso e sim outra coisa.
    A revelação sobre as gracideas foi algo muito pontual com floaroma, achei interessante que a cidade era cheio delas, então será que o que quer que Shaymin perdeu foi responsável por destruir não só a ela, mas a cidade também ou as flores dali? Gosto que isso serviu de gatilho pro brendan contar sobre os poderes e como se sente, mas de um local mais sensato dessa vez em relação ao surto dos poderes anteriores e também pra própria Lisia contar em voz alta para nós e até para si o que sente.
    Esta vivendo a vida de outra pessoa, do produto que se criou em torno dela e agora esta se desassociando e em busca de ser quem ela deveria, e a shaymin interrompendo com o olhar choroso foi uma cena muito delicada e sensível.
    Shaymin realmente sempre foi meio bruta kkk e nunca falou tanto sobre sensações, mas vê-la tão vulnerável foi um momento muito simbólico do capítulo que me fez pensar se ela criou uma relação com algo ou alguém maior e ao se recusar a fazer ou falhar em algo foi responsável por trazer destruição, mas essa destruição foi externa ou foi por irritar esse algo ou alguém maior?

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  4. Inclusive adorei as referências que fez a Luisa Honey com os trabalhadores, amei todas as piadinhas ao longo do capítulo. Gosto como dividiu o foco várias vezes no capítulo criando cenas atmosfericas e que retratam o entorno do que vimos e da uma certa unidade a essa história e esse mundo que esta realmente acontecendo o tempo todo.
    Parabéns!
    Also Barry me conquistou muito nesses últimos capítulos, o desenvolvimento dele é sutil e muito bonito e estou curioso para saber mais sobre Macey e o real destino/motivação que ela terá ao final de tudo.
    Parabéns <3

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Capítulo 50: Celestial! [Completo]

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